Davi e Jesus
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
— Meu caro Emmanuel, embora você me
tenha prometido que, já neste segundo encontro, falaríamos sobre a
personalidade de Jesus, a mim me parece que, dentre todos os profetas
anunciadores da chegada do Senhor, lhe faltou falar de um profeta de altíssima
importância no anúncio da vinda do Cristo e sua missão entre nós.
— Exato, Machado, deixei de falar sobre
o rei Davi, o profeta poeta. E é com ele que começaremos a conversar sobre a
personalidade de Jesus. Antes disso, reflitamos um pouco em dois dos seus
salmos.
O Salmo 2:7 narra-nos o seguinte:
“Publicarei o decreto de Deus, que me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei”.
Davi, acima, refere-se a Jesus, o
Cristo de Deus, chamado o “unigênito” por não ter pecados, como nós, que também
somos filhos do Altíssimo, criados para a perfeição individual, tendo por
modelo o Senhor.
No Salmo 110:1, lemos o seguinte:
“Disse Deus ao meu Senhor: Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus
inimigos como escabelo dos teus pés”. E Jesus, ensinando no templo, repete a
frase de Davi, discordando dos que o consideravam descendente deste: “Como
podem os escribas dizer que o Messias é filho de Davi? [...] O próprio Davi o
chama Senhor, como pode, então, este ser filho daquele?” (Lucas, 12: 35- 37).
— E que significam essas palavras,
Emmanuel? Seria Jesus diferente de nós, em relação à genealogia?
— Meu caro Machado, a linhagem crística
não se deu na Terra. Ele faz parte da “comunidade de espíritos puros e eleitos
pelo Senhor Supremo do Universo”, como eu já lhe informei, no primeiro capítulo
de A Caminho da Luz, obra
psicografada por Chico Xavier. O Senhor foi “[...] o Verbo da criação do
princípio, como é e será a coroa gloriosa dos seres terrestres na imortalidade
sem fim” (id.), auxiliado por seus divinos emissários.
Reflita, também, amigo Machado, na
frase inicial do capítulo seguinte da obra citada: “Sob a orientação
misericordiosa e sábia do Cristo, laboravam na Terra numerosas assembleias de
operários espirituais”. Ninguém, a não ser Deus, realiza nada de grandioso sem
o auxílio do próximo. Por isso, o Messias, em sua humildade suprema, nos chama
de irmãos e escolheu doze espíritos para o auxiliarem em sua missão na Terra,
quando aqui pisou, pela primeira vez,
descido dos Altiplanos Siderais.
Jesus é, pois, o Filho de Deus, “o
verbo de luz e de amor do princípio, cuja genealogia se confunde na poeira dos
sóis que rolam no infinito” (op. cit., cap. 3). Não tendo origem na Terra, mas
tendo sido designado por Deus para a sua formação e governo, não poderia, pois,
ser descendente de Davi.
— Interessantes, Emmanuel, suas
explicações. Ufa! Cansei. Vamos continuar na próxima semana, pois é carnaval e
o povo brasileiro agora está preso à “carne nada vale”. Oremos.
— Sim, irmão, e prossigamos na próxima
semana. Que o Divino Amigo nos conserve em sua paz e luz.
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Obrigado, amigo!
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