O fim do mundo está perto ou longe?
No artigo intitulado “O fim do mundo
em 2019”, publicado na revista O
Consolador, Humberto Werdine tece considerações oportunas acerca de uma
tolice que grassa em nosso meio, a respeito de uma suposta profecia atribuída a
Chico Xavier, relativamente à extinção do planeta em que vivemos. Segundo os
partidários dessa ideia, apenas 22 meses nos separam entre o hoje e o amanhã
derradeiro.
Que o leitor, porém, não se
preocupe: “Não haverá – diz Humberto Werdine – fim do mundo em 2019”, como ele,
com peculiar objetividade, mostra no seu artigo, que o leitor poderá ler
clicando neste link: http://www.oconsolador.com.br/ano11/539/especial.html
Embora com motivações diferentes, o
fato nos remete, inevitavelmente, ao que ocorreu no final de 1999 na cidade
paranaense de Maringá.
Pouco mais de dezoito anos atrás, um
conhecido líder evangélico anunciou durante meses seguidos que a Terra iria desaparecer
entre os dias 24 e 31 de dezembro daquele ano, quando então Jesus levaria
consigo seus fiéis seguidores. O ano em causa era 1999 e o 3º Milênio se
anunciava para logo.
Quando a notícia, divulgada
inicialmente na cidade de Maringá, se espalhou pelo Estado, os órgãos de
comunicação alertaram a sociedade para os perigos e os prejuízos relacionados
com esse tipo de predição. Obviamente, aquela não era a primeira vez que notícias
semelhantes se espalharam pelo mundo, e certamente não seria a última, porque
as pessoas ingênuas e sem cultura são facilmente enganadas pelos que têm o
verbo envolvente.
O fato é que fiéis inúmeros daquela
igreja desfizeram-se de seus bens – casas, sítios, carros –, doando os recursos
financeiros ao caixa da instituição, sem perceberem que o líder que os enganava
objetivava, em realidade, outra coisa e não aquilo que eles, ingenuamente,
imaginavam.
Jesus havia dito, no chamado sermão
profético, que muitos falsos profetas se fariam ouvir no mundo, e foi isso o
que, de fato, ocorreu.
Assim que chegou o mês de dezembro
de 1999, o pastor, evidentemente, não esperou o dia que ele anunciara com tanta
convicção, atribuindo-o a uma revelação recebida do próprio Espírito Santo, e
semanas antes do “fim do mundo”, por ele predito, viajou para bem longe,
levando consigo a esposa e deixando sem rumo os fiéis de sua igreja, da qual
era o principal dirigente. Dias depois, enviou de Londres uma carta de renúncia
ao cargo de presidente da instituição que ocupara por 25 anos.
Divulgada a notícia, milhares de
fiéis se moveram para obter informações sobre o pastor, cuja atitude deixou
atônitos a todos, especialmente seus companheiros de diretoria, que não sabiam,
no primeiro momento, se as finanças da igreja haviam sido afetadas.
Ledo engano! Não foi apenas o pastor
que desapareceu; o dinheiro da igreja também sumira!
De imediato, em face do golpe, os
sucessores do pastor procuraram excluir a instituição de responsabilidade sobre
a infeliz predição. “No mínimo, temos que pedir desculpas aos fiéis por terem acreditado
numa atitude desastrosa, que dizia ser uma profecia”, declarou um deles à
época.
A Ordem dos Pastores Evangélicos de
Maringá igualmente condenou a atitude do líder que fugiu. “Nossa indignação é
como as pessoas foram usadas”, disse Nilton Tuller, um dos fundadores da Ordem.
“A Bíblia diz que no fim dos tempos haveria falsos profetas e ele é um deles.”
No ano seguinte o pastor voltou da
Inglaterra e tentou reassumir o comando de sua igreja, mas seus pares o
impediram. Ele não se conformou e foi aos tribunais, sem sucesso. Fundou então
uma nova igreja, que, como se nada houvesse ocorrido, já se expandiu na mesma
região em que tantos foram ludibriados. Não houve nenhum pedido de desculpas e
ninguém ressarciu os prejuízos daqueles que venderam casas, sítios e carros,
preparando-se para o “fim do mundo” que acabou não acontecendo.
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