Cristianismo e
Espiritismo
Léon Denis
Parte 16
Continuamos o estudo do livro Cristianismo e Espiritismo, que estamos realizando com base na 6ª
edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, tradução de Leopoldo
Cirne.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma
de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas
encontram-se no final do texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Ante os brados ameaçadores, as reivindicações
tumultuosas, as imprecações contra a sorte, que lições nos oferecem os
Espíritos superiores?
B. Será possível um dia, em nosso planeta, a união da
Ciência com a Religião?
C. A doutrina da Trindade possui algum fundamento bíblico?
Texto para
leitura
200. Com o Espiritismo aprendemos que: 1) só possuímos os
direitos que nos conferem o nosso valor moral, o nosso grau de adiantamento; 2)
a riqueza impõe grandes deveres e onerosas responsabilidades; 3) a situação do
homem no mundo é a que para si mesmo preparou; 4) a dor é um meio de elevação;
5) o sofrimento do presente repara os erros do passado. (P. 248)
201. A existência terrestre – ensina o Espiritismo – não é
mais que uma página do grande livro da vida, uma breve passagem que liga duas
imensidades: a do passado e a do futuro. É preciso compreender que a Justiça
eterna não é a justiça dos homens, e não pode ser apreciada senão em suas
relações no conjunto de nossas existências. (P. 249)
202. Trabalhai com intrepidez – pede-nos a Doutrina – em
melhorar a vossa sorte e a dos vossos semelhantes; esclarecei a inteligência;
desenvolvei a razão, porque, quanto mais árdua vos for a tarefa, mais rápido
será o vosso adiantamento. (P. 249)
203. Deste mundo não se levam bens nem honras, mas
unicamente as aptidões adquiridas e os aperfeiçoamentos realizados. A única
felicidade, a única harmonia possível neste mundo, não é realizável senão pela
união com os nossos semelhantes, enquanto da divisão procedem todos os
males. (P. 249)
204. A ciência e a religião um dia irão fusionar-se,
unificar-se em uma síntese, em uma concepção da vida e do Universo, que há de
abranger o presente e o futuro e fixar as leis eternas do destino. O moderno Espiritualismo
será o terreno em que se há de efetuar essa aproximação. (P. 250)
205. O misticismo e o materialismo tiveram sua época. O
futuro pertence à nova ciência, à ciência psíquica, que estuda todos os
fenômenos e lhes pesquisa as causas. (P. 252)
206. É sob a influência do Espiritismo experimental que
essa evolução científica já se vai efetuando. O Espiritismo traz a cada ciência
elementos de uma verdadeira renovação. Pela comprovação dos fenômenos, conduz a
Física à descoberta das formas sutilíssimas da matéria. Esclarece os problemas
da Fisiologia pelo conhecimento do corpo fluídico. Fornece à Patologia os meios
de curar a obsessão e os inúmeros casos de loucura que com ela se relacionam. A
prática do magnetismo e a utilização dos fluidos curativos revolucionam e
transformam a Terapêutica. E do mesmo modo auxilia grandemente a Psicologia.
(P. 252)
207. Uma religião mais vasta, que a todos abrangerá, sem
ritos, dogmas ou barreiras, se delineia. Tal será a religião do futuro, a
religião universal. O moderno Espiritualismo, com as ideias que provoca,
prepara o seu advento. (P. 255)
208. As igrejas cristãs não têm razão de se alarmarem com
esse movimento. A nova revelação não vem destruí-las, mas esclarecê-las,
regenerá-las, fecundá-las. (P. 255)
209. Foi dito por um dos profetas: “Quando chegarem os
tempos, eu derramarei o meu espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas
filhas profetizarão; os mancebos terão visões e os velhos sonharão sonhos”. É
chegada essa época. (P. 256)
210. As potências do espaço estão em atividade, por toda
parte sua ação se faz sentir. Lá, muito acima da Terra, nos campos vastíssimos
do espaço vive, pensa, trabalha uma Igreja invisível que vela pela Humanidade.
Ela se compõe dos apóstolos, dos discípulos do Cristo e de todos os gênios dos
tempos cristãos. (P. 257)
211. É a Igreja universal; não é restrita como as igrejas
da Terra; abrange os Espíritos de todos os que sofrem pela verdade. São suas
decisões, inspiradas por Deus, que regem o mundo e a marcha do moderno
Espiritualismo. (P. 257)
212. Jesus não instituiu nenhum dogma, nenhum símbolo. Ele
é o iniciador do mundo no culto do sentimento, na religião do amor, porque a
justiça não basta; são precisos o amor, a caridade, a paciência, a simplicidade
e a mansidão. (P. 259)
213. Por sobre as ruínas dos templos, das civilizações
extintas e dos impérios derrocados; por sobre o fluxo e refluxo das marés
humanas, uma grande voz se eleva dizendo: São vindos os tempos; os tempos são
chegados! (P. 261)
214. Para a maior parte das igrejas cristãs a Bíblia é a
suprema autoridade, sendo os 66 livros que compõem o Antigo e o Novo Testamento
a expressão da “palavra de Deus”. Nós, filhos curiosos do século XX,
perguntamos: por que exatamente 66 livros? Por que nem mais, nem menos? (1) (P.
263)
215. A Bíblia apresenta, porém, contradições curiosas, como
no cap. IV do Gênesis: Caim após matar Abel se retira para um país distante, no
qual encontra homens, casa-se e funda uma cidade. Isso afeta gravemente a
narrativa da Criação e a teoria da unidade de origem das raças humanas. (P.
265)
216. A Bíblia estabelece como princípio o mais absoluto
monoteísmo. Nela não se trata da Trindade. Javé reina sozinho no céu, zeloso e
solitário. (P. 266)
217. Mas Deus é apresentado na Bíblia sob aspectos múltiplos
e contraditórios. Em dado momento é ele o melhor dos pais; em seguida, é
mostrado sem piedade para com os filhos culpados. Atribuem-lhe a onipotência, a
infinita bondade, a soberana justiça, e rebaixam-no até ao nível das paixões
humanas, mostrando-o terrível, parcial e
implacável. (P. 266) (Continua na
próxima edição.)
[1] A Igreja católica aceita 72 livros, sendo 27 do Novo
Testamento e 45 do Antigo.
Respostas às
questões preliminares
A. Ante os
brados ameaçadores, as reivindicações tumultuosas, as imprecações contra a
sorte, que lições nos oferecem os Espíritos superiores?
Com o Espiritismo aprendemos que: 1) só possuímos os
direitos que nos conferem o nosso valor moral, o nosso grau de adiantamento; 2)
a riqueza impõe grandes deveres e onerosas responsabilidades; 3) a situação do
homem no mundo é a que para si mesmo preparou; 4) a dor é um meio de elevação;
5) o sofrimento do presente repara os erros do passado. A existência terrestre
– ensina o Espiritismo – não é mais que uma página do grande livro da vida, uma
breve passagem que liga duas imensidades: a do passado e a do futuro. Deste
mundo não se levam bens nem honras, mas unicamente as aptidões adquiridas e os
aperfeiçoamentos realizados. A única felicidade, a única harmonia possível
neste mundo, não é realizável senão pela união com os nossos semelhantes,
enquanto da divisão procedem todos os males. (Cristianismo e Espiritismo,
cap. XI, pp. 248 e 249.)
B. Será
possível um dia, em nosso planeta, a união da Ciência com a Religião?
Sim. A ciência e a religião um dia irão fusionar-se,
unificar-se em uma síntese, em uma concepção da vida e do Universo, que há de
abranger o presente e o futuro e fixar as leis eternas do destino. O moderno
Espiritualismo será o terreno em que se há de efetuar essa aproximação. (Obra
citada, cap. XI, pp. 250 e 251.)
C. A doutrina
da Trindade possui algum fundamento bíblico?
Não. A Bíblia estabelece como princípio bastante claro o
mais absoluto monoteísmo. Nela não se trata da Trindade. Javé reina sozinho no
céu, zeloso e solitário. (Obra citada, Nota complementar n. 1, p. 266.)
Nota:
Para ver os três últimos textos, clique nos links abaixo:
Parte 13 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/02/cristianismo-eespiritismo-leon-denis_16.html
Parte 14 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/02/cristianismo-eespiritismo-leon-denis_23.html
Parte 15 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/03/cristianismo-eespiritismo-leon-denis.html
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