Perturbação espiritual após a morte
Este é o módulo 71 de uma série que esperamos sirva
aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. Que sensações experimenta a alma por ocasião da
morte?
2. Há Espíritos que se sentem perturbados durante
os instantes que se seguem à morte corporal?
3. O comportamento religioso exerce alguma
importância na situação da alma após a morte?
4. Qual a situação das pessoas que cultivaram as
religiões simplistas, que prometem o Céu a golpes de facilidade e oportunismo?
5. Em poucas palavras, como definir o estado do
Espírito por ocasião da morte?
Texto para leitura
É variável a duração da perturbação após a morte
1. Por ocasião da morte – ensina o Espiritismo –
tudo, a princípio, é confuso. A alma precisa de algum tempo para entrar no
conhecimento de si mesma. Ela se acha como que aturdida, no estado de uma
pessoa que despertou de profundo sono e procura orientar-se sobre sua situação.
A lucidez das ideias e a memória do passado lhe voltam, à medida que se apaga a
influência da matéria que ela acaba de abandonar e se dissipa a espécie de
névoa que lhe obscurece os pensamentos.
2. Muito variável é o tempo que dura a perturbação
que se segue à morte corporal. Pode ser de algumas horas, como também de muitos
meses e até de muitos anos. Para aqueles que já na existência corpórea se
identificaram com o estado que os aguardava, menos longa ela é, porque eles
compreendem imediatamente a posição em que se encontram.
3. O processo de desprendimento espiritual é lento
ou demorado, conforme o temperamento, o caráter moral e as aquisições
espirituais de cada ser. Não existem duas desencarnações iguais. Cada pessoa
desperta ou se demora na perturbação, conforme as características próprias de
sua personalidade.
4. Nesse sentido, o comportamento religioso exerce
fundamental importância. Os que se fixaram às ideias niilistas, materialistas,
hibernam-se, não raro, como a fugir da realidade, num bloqueio inconsciente de
longo porte que os atormenta em forma de pesadelos infelizes de que não
conseguem facilmente libertar-se.
Muitos assistem estarrecidos à decomposição cadavérica
5. Tendo agasalhada a ideia do nada, deperecem e
se exaurem em agonia superlativa, sem que se permitam alívio, nas regiões frias
e temerosas a que são arrastados por natural processo de sintonia mental,
quando não acompanham, estarrecidos, a decomposição do próprio corpo a que se
agarram, tentando restabelecer-lhe os movimentos, em luta inglória.
6. Os que cultivaram as religiões simplistas, que
prometem o Céu a golpes de facilidade e oportunismo, são surpreendidos por uma
realidade bem diversa com que não contavam.
7. Os que agasalharam ideias esdrúxulas, fazem-se
vítimas de horrores e alucinações lamentáveis que os desnorteiam por tempo
indeterminado.
8. Os suicidas, graças às atenuantes e agravantes
que os selecionam automaticamente, descobrem em inditoso despertar a não
existência da morte.
9. Os que se converteram em destruidores da vida
alheia experimentam as aflições que infligiram e expungem, em intérmina
angústia, o acordar da consciência e a sobrecarga dos crimes perpetrados.
A perturbação é o estado normal no instante da morte
10. A perturbação espiritual é, pois, ocorrência
comum na transição da vida corporal para a espiritual. Nesse instante, a alma
experimenta um torpor que paralisa momentaneamente suas faculdades,
neutralizando, ao menos em parte, as sensações.
11. A perturbação pode ser, assim, considerada o
estado normal no instante da morte, e perdurar por tempo indeterminado,
variando de algumas horas a alguns anos.
12. O último alento quase nunca é doloroso, uma
vez que ocorre ordinariamente em momento de inconsciência. Na morte violenta,
porém, as sensações não são exatamente as mesmas, porque em tais situações o
desprendimento só começa depois da morte e não pode completar-se rapidamente. O
Espírito, colhido de improviso, fica como que aturdido e acredita-se vivo,
prolongando-se essa ilusão até que compreenda seu estado.
13. O estado do Espírito por ocasião da morte
pode, portanto, ser resumido nas proposições que se seguem:
- Será tanto maior o sofrimento quanto mais lento
for o desprendimento do perispírito.
- A presteza do desprendimento está na razão
direta do adiantamento moral do Espírito.
- Para o Espírito desmaterializado, de consciência
pura, a morte é qual sono breve, isento de agonia, cujo despertar é suavíssimo.
Respostas às questões propostas
1. Que sensações experimenta a alma por ocasião da morte?
Por ocasião da morte, a alma se acha como que
aturdida, no estado de uma pessoa que despertou de profundo sono e procura
orientar-se sobre a sua situação. A lucidez das ideias e a memória do passado
lhe voltam aos poucos, à medida que se apaga a influência da matéria que ela
acaba de abandonar e se dissipa a espécie de névoa que lhe obscurece os
pensamentos.
2. Há Espíritos que se sentem perturbados durante os instantes que se
seguem à morte corporal?
Sim. E o tempo que dura a perturbação é variável,
visto que pode ser de algumas horas, como também de muitos meses e até de
muitos anos. Para aqueles que já na existência corpórea se identificaram com o
estado que os aguardava, menos longa é essa perturbação, porque eles
compreendem imediatamente a posição em que se encontram.
3. O comportamento religioso exerce alguma importância na situação da
alma após a morte?
Sim. O processo de desprendimento espiritual é
lento ou demorado, conforme o temperamento, o caráter moral e as aquisições
espirituais de cada ser, e, por isso, o comportamento religioso exerce
fundamental importância. Os que se fixaram às ideias niilistas, materialistas,
hibernam-se, não raro, como a fugir da realidade, num bloqueio inconsciente de
longo porte que os atormenta em forma de pesadelos infelizes.
4. Qual a situação das pessoas que cultivaram as religiões simplistas,
que prometem o Céu a golpes de facilidade e oportunismo?
Essas pessoas são surpreendidas por uma realidade
bem diversa com que não contavam.
5. Em poucas palavras, como definir o estado do Espírito por ocasião da
morte?
O estado do Espírito por ocasião da morte pode ser
resumido nas proposições que se seguem: Será tanto maior o sofrimento quanto
mais lento for o desprendimento do perispírito. A presteza do desprendimento
está na razão direta do adiantamento moral do Espírito. Para o Espírito
desmaterializado, de consciência pura, a morte é qual sono breve, isento de
agonia, cujo despertar é suavíssimo.
Bibliografia:
O Livro dos Espíritos, de Allan
Kardec, itens 164 e 165.
O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, Parte 1,
itens 6, 7, 12 e 13.
Nota:
Eis os links
que remetem aos 3 últimos textos:
Módulo 68 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/02/simpatias-e-antipatias-espirituais-este.html
Módulo 69 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/03/programacao-reencarnatoria-este-e-o.html
Módulo 70 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/03/morte-corporea-e-desencarnacao-este-e-o.html
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