Espera, espera
Lívio Barreto
Sorve a taça de pranto a descoberto,
Minha doce rainha desterrada;
Se a neblina da noite ensombra a
estrada,
A luz da aurora fúlgura1
vem perto...
Choras de olhar cansado no deserto,
Choro fitando a abóbada estrelada;
Sofres, alma querida, reencarnada,
Meus anseios de Espírito liberto...
Clamas por fé... Minh'alma te
responde...
Ouves a minha voz não sabes de onde,
– Clarão de amor na névoa
fugidia!...
Vence a grande aflição... A
primavera
Chegará vitoriosa... Espera,
espera...
Esperar é o meu pão de cada dia.
1 Fúlgura: é o mesmo que fulgurante.
Do livro Antologia dos Imortais, obra mediúnica psicografada pelos médiuns
Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.
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