segunda-feira, 26 de março de 2018




Espera, espera

Lívio Barreto

Sorve a taça de pranto a descoberto,
Minha doce rainha desterrada;
Se a neblina da noite ensombra a estrada,
A luz da aurora fúlgura1 vem perto...

Choras de olhar cansado no deserto,
Choro fitando a abóbada estrelada;
Sofres, alma querida, reencarnada,
Meus anseios de Espírito liberto...

Clamas por fé... Minh'alma te responde...
Ouves a minha voz não sabes de onde,
– Clarão de amor na névoa fugidia!...

Vence a grande aflição... A primavera
Chegará vitoriosa... Espera, espera...
Esperar é o meu pão de cada dia.


1 Fúlgura: é o mesmo que fulgurante.


Do livro Antologia dos Imortais, obra mediúnica psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.




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