A Alma é
Imortal
Gabriel Delanne
Parte 3
Continuamos o estudo do clássico A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne, conforme tradução de Guillon
Ribeiro, publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo sirva para o leitor como uma
forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Que ideias apresentaram os primeiros cristãos a respeito
do corpo espiritual?
B. A existência do perispírito é, segundo Delanne, uma
teoria filosófica ou um fato científico?
C. Qual foi a contribuição do magnetismo à investigação dos
fenômenos estudados pelo Espiritismo?
Texto para
leitura
22. Entre os primeiros cristãos é conhecida a descrição que
Paulo de Tarso faz do corpo espiritual, imponderável e incorruptível. Orígenes,
em seus Comentários sobre o Novo
Testamento, afirma que esse corpo, dotado de uma virtude plástica,
acompanha a alma em todas as suas existências e em todas as suas peregrinações,
para penetrar e enformar os corpos mais ou menos grosseiros que ela reveste.
(Pág. 29)
23. Orígenes e os Pais alexandrinos propunham a si mesmos a
questão de saber qual o corpo que ressuscitaria no juízo final e resolveram-na,
atribuindo a ressurreição apenas ao corpo espiritual, como o fizeram Paulo e
mais tarde o próprio Santo Agostinho, figurando como incorruptíveis, finos,
tênues e ágeis os corpos dos eleitos. (Pág. 29)
24. A escola neoplatônica de Alexandria foi notável em mais
de um ponto de vista. As vidas sucessivas e o perispírito faziam parte do seu
ensino e Plotino afirma claramente a reencarnação, como meio de progresso do
espírito. (Págs. 31 e 32)
25. Após referir, de modo ligeiro, o que Dante, Milton e
Leibnitz disseram sobre o corpo fluídico da alma, Delanne transcreve parte das ideias
que Charles Bonnet inseriu em seu livro Ensaio
analítico. Segundo Bonnet, uma vez que o homem é chamado a habitar
sucessivamente dois mundos diferentes, sua constituição originária tem de
conter coisas relativas a esses dois mundos. “O corpo animal - diz Bonnet -
tinha que estar em relação direta com o primeiro mundo, o corpo espiritual com
o segundo.” (Págs. 33 a 35)
26. Comentando o assunto, Delanne diz que no organismo
humano existe o corpo destinado a uma vida superior e é graças a ele que
podemos conservar o tesouro das nossas aquisições intelectuais. “Mais adiante -
acrescenta ele - comprovaremos que o perispírito é uma realidade física tão
certa quanto a do organismo material: ele é visto, tocado, fotografado. Numa
palavra: o que não passava de teoria filosófica, grandiosa e consoladora, mas
sempre negável, é exato, tornou-se um fato científico, que oferece àqueles
remígios do espírito a consagração inatacável da experiência.” (Pág. 38)
27. Não são novos os fenômenos estudados pelo Espiritismo.
Eles produziram-se em todos os tempos e sempre houve casas mal-assombradas e
aparições. O magnetismo foi, contudo, o primeiro a fornecer os meios de
penetrar-se no domínio inacessível do amanhã da morte. (Pág. 40)
28. O sonambulismo, descoberto por Puységur, constituiu o
instrumento de investigação do mundo novo que se apresentava. Submetidos a esse
estado nervoso, puderam os sonâmbulos pôr-se em comunicação com as almas
desencarnadas e descrevê-las minuciosamente. (Pág. 41)
29. Segundo a biografia que o dr. Kerner escreveu sobre a
Sra. Hauffe, mais conhecida sob a designação de A vidente de Prévorst, ela não precisava adormecer para ver os
Espíritos. Quando a interrogavam, a vidente dizia ter sempre junto de si um
anjo ou daimon que a advertia dos
perigos a serem evitados por ela e por outras pessoas. Era o Espírito de sua
avó, Schmidt Gall. (Pág. 41)
30. A avó apresentava-se revestida, como todos os Espíritos
femininos que lhe apareciam, de uma túnica branca com cinto e um grande véu
igualmente branco. “As almas - dizia ela - não produzem sombra. Têm forma
acinzentada. Suas vestes são as que usavam na Terra, mas também acinzentadas,
quais elas próprias. As melhores trazem apenas grandes túnicas brancas e
parecem voejar, enquanto as más caminham penosamente. São brilhantes os seus
olhos. Elas podem, além de falar, produzir sons, tais como suspiros, ruge-ruge
de seda ou papel, pancadas nas paredes e nos móveis, ruídos de areia, de
seixos, ou de sapatos a roçar o solo. São também capazes de mover os mais
pesados objetos e de abrir e fechar as portas.” (Pág. 41) (Continua no
próximo número.)
Respostas às
questões preliminares
A. Que ideias
apresentaram os primeiros cristãos a respeito do corpo espiritual?
Entre os cristãos é conhecida a descrição que Paulo de
Tarso faz do corpo espiritual, imponderável e incorruptível. Orígenes, em seus Comentários sobre o Novo Testamento,
afirma que esse corpo, dotado de uma virtude plástica, acompanha a alma em
todas as suas existências e em todas as suas peregrinações, para penetrar e
enformar os corpos mais ou menos grosseiros que ela reveste. Orígenes e os Pais
alexandrinos propunham a si mesmos a questão de saber qual o corpo que
ressuscitaria no juízo final e resolveram-na, atribuindo a ressurreição apenas
ao corpo espiritual, como o fizeram Paulo e mais tarde o próprio Santo
Agostinho, figurando como incorruptíveis, finos, tênues e ágeis os corpos dos
eleitos. (A Alma é Imortal, pág. 29.)
B. A existência
do perispírito é, segundo Delanne, uma teoria filosófica ou um fato científico?
É um fato científico, não uma teoria filosófica. Segundo Delanne,
o perispírito é uma realidade física tão certa quanto a do organismo material:
ele é visto, tocado, fotografado. Numa palavra: o que não passava de teoria
filosófica, grandiosa e consoladora, mas sempre negável, é exato, tornou-se um
fato científico, que oferece àqueles remígios do espírito a consagração
inatacável da experiência. (Obra citada, pp. 33 a 38.)
C. Qual foi a
contribuição do magnetismo à investigação dos fenômenos estudados pelo
Espiritismo?
Embora não sejam novos os fenômenos estudados pelo
Espiritismo, o magnetismo foi o primeiro a fornecer os meios de penetrar-se no
domínio inacessível do amanhã da morte. O sonambulismo, descoberto por Puységur,
constituiu o instrumento de investigação do mundo novo que se apresentava.
Submetidos a esse estado nervoso, puderam os sonâmbulos pôr-se em comunicação
com as almas desencarnadas e descrevê-las minuciosamente. (Obra citada, pp. 40
e 41.)
Nota:
Eis os links que
remetem aos textos anteriores:
Parte 1 – https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/03/a-alma-eimortal-gabriel-delanne-1-parte.html
Parte 2 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2018/04/a-alma-eimortal-gabriel-delanne-parte-2.html
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