domingo, 12 de agosto de 2018





A violência no mundo em que vivemos

As explosões de agências bancárias em cidades do interior e as cenas de violência contra a mulher, assuntos que foram manchete nas últimas semanas em nosso país, suscitaram em muitas pessoas uma interrogação que tem sido difícil responder de forma plena e satisfatória: – Por que a violência é algo ainda tão marcante em nosso mundo?
Ninguém certamente ignora que ela esteve sempre presente em todas as épocas da Humanidade.
A Bíblia disso nos dá conta revelando até mesmo os conflitos em que Moisés teria tomado parte, fato que se repetiria com o rei Saul e até com Davi, autor da maioria dos salmos que se eternizaram nas páginas do Antigo Testamento.
As guerras que fizeram expandir o Império Romano; as Cruzadas, de triste memória; a Inquisição patrocinada pela Igreja; o longo período da escravatura em inúmeros países, algo que somente cessou na segunda metade do século 19; os inúmeros conflitos entre países europeus; as guerras mundiais de 1914 e 1939; a guerra da Coreia; a guerra do Vietnã... Chega! Esta enumeração basta para mostrar que o estado de beligerância, violência e criminalidade não é um fenômeno moderno e tem, portanto, raízes muito mais profundas do que à primeira vista podemos imaginar.
Dias atrás, respondendo a uma leitora que nos consultou exatamente sobre a questão da violência, foi-lhe dito que, segundo pensamos, a violência que reina na sociedade terrena, e não apenas no Brasil, contra as pessoas em geral, sejam crianças, jovens ou adultos, decorre da condição geral de atraso que caracteriza o mundo em que vivemos.
A Terra é um planeta muito jovem e, devido a isso, não passou ainda do segundo nível da escala evolutiva aplicável aos planetas, pois nada mais é do que um singelo mundo de provas e expiações. Abaixo dele, somente os chamados mundos primitivos, em que as almas iniciam sua romagem evolutiva por meio das reencarnações sucessivas.
Para entender o nível evolutivo dos Espíritos que vivem em nosso mundo, vejamos o que Santo Agostinho (Espírito) escreveu no ano de 1862:

“(...) nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para aí em expiação. As raças a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contato com Espíritos mais adiantados. Vêm depois as raças semicivilizadas, constituídas desses mesmos Espíritos em via de progresso. São elas, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aí se elevaram pouco a pouco em longos períodos seculares, algumas das quais hão podido chegar ao aperfeiçoamento intelectual dos povos mais esclarecidos.
Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos na Terra; já viveram noutros mundos, donde foram excluídos em consequência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons. Tiveram de ser degredados, por algum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que estes últimos avançassem, pois que levam consigo inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram.
Daí vem que os Espíritos em punição se encontram no seio das raças mais inteligentes. Por isso mesmo, para essas raças é que de mais amargor se revestem os infortúnios da vida. É porque há nelas mais sensibilidade, sendo, portanto, mais provadas pelas contrariedades e desgostos do que as raças primitivas, cujo senso moral se acha mais embotado.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, item 14.)

A situação neste planeta em 1947, 85 anos depois da mensagem acima, pouco mudou, como podemos aferir à vista da informação seguinte, constante do livro Voltei, de Irmão Jacob, obra psicografada em 1947 pelo médium Francisco Cândido Xavier:

“Vivendo encarnados no Planeta quase dois bilhões de individualidades humanas, esclareceu o benfeitor que mais de um bilhão é constituído por Espíritos semicivilizados ou bárbaros e que as pessoas aptas à espiritualidade superior não passam de seiscentos milhões, divididas pelas várias famílias continentais. Torna-se fácil, portanto, avaliar a extensão do serviço regenerativo além do túmulo, considerando-se que homem algum se transforma instantaneamente.” (Voltei, de Irmão Jacob.)

De 1947 aos nossos dias passaram-se 71 anos, que equivalem a uma única geração, claramente insuficiente para que a transformação moral dos habitantes da Terra seja expressiva.
Teremos melhorado? É provável que sim, mas não na intensidade esperada.  
Não é difícil, pois, compreender por que o nosso planeta continua a ser, e o será por longo tempo, um mundo de provas e expiações, constituindo a violência e a criminalidade tão somente reflexos dessa condição e do estágio evolutivo em que nós, os terráqueos, ainda nos encontramos.





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