A chegada dos pássaros
CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Às cinco
da tarde, era o horário em que os pássaros chegavam. Parecia mesmo que seguiam
o relógio britânico. E vinham tantas cores, tamanhos, tipos. Os pássaros
gostavam das sementes que eu colocava para eles; com o tempo, conheci o gosto
deles.
Eu, sentada,
em minha cadeira de leitura na varanda, amava observá-los. Havia os mais
extrovertidos e confiantes que vinham bem perto como se fossem um pouco meus e
eu, deles. E os pássaros comiam quase todas as sementes; as que sobravam talvez
não coubessem em suas barriguinhas e ficavam esquecidas ali até que serviriam
para outras barriguinhas vazias mais tarde.
E como
em toda sociedade, havia carinho, impaciência, gula, cuidado, rebeldia, calma,
bondade, cada um com o seu comportamento. Os mais tranquilos comiam menos; os
impacientes, mais. E ficavam pelo menos uns dez minutos e começavam a partir.
Acredito que tinham seus ninhos mais permanentes; todos desejam um lugar para
ser chamado de lar. E, normalmente, ficavam por último os dois mesmos pássaros
e depois voavam. Tantas vezes quis compreender isso, ainda continuo a
observá-los.
O
momento com “meus pássaros” é tão leve, aguardado, reconfortante. Na verdade,
essa simplicidade é o que nutre o coração desejoso do que é real. Não conheci
ainda pessoas que se curaram só com a materialidade, mas já perdi a conta de
ver pessoas curadas com o que só é visto pelo coração.
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