sábado, 18 de agosto de 2018






O Brasil que eu quero

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Também vi hoje pardacento inseto
Debulhando, em caçamba de detritos,
Favas passadas, de jantar secreto,
Que disputava com outros mosquitos.

O pobre inseto não era uma mosca,
Mas o que me causou um desatino
Foi ver que aquele ser de vida tosca
Não passava de mísero menino.

Segundo informação de um canal de TV, o assassinato de crianças e jovens, no Brasil, dobrou em vinte anos. Em 2016, doze mil crianças e jovens foram assassinados. A maioria deles era de negros e pobres, assim como a maior parte dos crimes foi cometida por armas de fogo sem registro, o que torna mais difícil identificar o autor do homicídio.
Como fazer para resolver essa situação? Salvo melhor juízo, penso que as Forças Armadas deveriam ser deslocadas para as fronteiras deste continente chamado Brasil. Em vez de praças mal utilizados, como os que atuam na intervenção militar no Rio de Janeiro, manietada pelas instituições de defesa dos direitos humanos, por que não deslocar noventa por cento dos nossos militares urbanos para os limites de nossa nação? Ali, atuariam com mais eficácia no combate ao contrabando de armas e drogas...
No lugar dos quartéis sem efetiva utilidade, nas cidades brasileiras, clubes recreativos, escolas, hospitais... E, nas fronteiras, 150.000 marinheiros e aeronautas e 165 mil soldados do Exército, já descontados os dez por cento; além de cadeias, ali, que visassem ressocializar o criminoso pelo estudo e trabalho. Esse seria o primeiro passo de verdadeira marcha em prol do progresso e da ordem expressos em nossa bandeira.
O segundo passo seria investir mais recursos no Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que, desde sua criação, há seis anos, só utilizou cerca de um bilhão de reais no combate inteligente aos piratas e contrabandistas, mas que cobre uma área de apenas 660 km. Ou seja, 4% de nossas fronteiras terrestres, de quase 16.000 km de extensão. Sem falar dos 7.367 km de fronteiras marítimas. Pífio investimento, em vista do esforço hercúleo dos atuais nove mil homens encarregados da vigilância dos nossos mares, rios, terras e ares continentais.
O terceiro passo seria o investimento em geração de emprego e de educação que restaurasse os valores intelectuais, culturais e morais dos brasileiros. O que vemos atualmente é uma inversão total de valores. Crianças que ainda não têm seu cérebro totalmente maduro são induzidas a optar por decisões que vão de encontro à formação cristã do nosso país. Jovens são incentivados a trocar de sexo como se fosse a coisa mais natural, sem qualquer alerta sobre os problemas mentais que tais condutas podem trazer-lhes etc., etc., etc.
Com tudo isso que vemos, outro dado assustador já informado a Allan Kardec pelos Espíritos, há 161 anos, que ocorreria em nosso tempo, vem assombrando a humanidade: o índice de suicídios de crianças e jovens chegou a quantidade jamais vista antes. Precisamos voltar às origens de nação com ideias que se baseiem nas revelações divinas e não em mentes doentias, cuja aplicação teórica, na prática, é desastrosa.
Carecemos de justiça social, mas isso não se obtém com distribuição a rodo de dinheiro público. Se o Estado utiliza seus recursos econômicos para saciar as necessidades básicas de milhões de cidadãos, mas não arrecada, favorecendo o assistencialismo irresponsável, o número de desempregados, no Brasil, que já se encaminha para 14 milhões de pessoas, só tenderá a aumentar, como ocorre na Venezuela.
Alimentemos, sim, essa multidão de párias sociais de todas as idades, mas busquemos investir em políticas sociais que lhes deem a dignidade de uma preparação para o trabalho produtivo que os livre do assistencialismo. O uso das finanças públicas em programas sociais que não favoreçam a autonomia do beneficiado, preparando-o para atividades lucrativas, causa a sangria da economia brasileira em vista da alta contribuição de poucos. Com isso, o país, cada vez mais, mergulhará na lama do caos e da miséria...
Um bom começo seria construir vilas residenciais, com hospitais e escolas em nossas fronteiras, para onde iriam os soldados profissionais e os voluntários, com o uso da mão de obra de boa parte desses mais de 13 milhões de cidadãos em situação de vulnerabilidade social.
Por fim, louvo a imprensa atual por orientar nosso povo na escolha de representantes honestos, patriotas e de comprovada competência no governo e legislação do país, dos estados e dos municípios.
Este é o meu sonho. Para sua realização, convoco todos os brasileiros a esforçar-nos na realização de três grandes objetivos: aprendizado humilde, motivação no trabalho digno e caridade para com todas as pessoas.
E que possamos concluir estas reflexões com uma mensagem otimista. O Brasil que eu quero, desde já, e não para um futuro incerto, é o país com o seguinte perfil:

Nunca mais com meninos em lixeiras,
Pois nada, além de lixo, elas contêm.
Nossas crianças, belas e faceiras,
Com casa, roupas e com pão também...

Toda família sem mais cicatriz,
Com bom lazer, trabalho e boa escola.
Ninguém que se sujeite à vil esmola,
E uma nação mais justa e mais feliz.






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