O Brasil que eu quero
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Também vi hoje pardacento inseto
Debulhando, em caçamba de detritos,
Favas passadas, de jantar secreto,
Que disputava com outros mosquitos.
O pobre inseto não era uma mosca,
Mas o que me causou um desatino
Foi ver que aquele ser de vida tosca
Não passava de mísero menino.
Segundo informação de um canal de TV, o
assassinato de crianças e jovens, no Brasil, dobrou em vinte anos. Em 2016,
doze mil crianças e jovens foram assassinados. A maioria deles era de negros e
pobres, assim como a maior parte dos crimes foi cometida por armas de fogo sem
registro, o que torna mais difícil identificar o autor do homicídio.
Como fazer para resolver essa situação?
Salvo melhor juízo, penso que as Forças Armadas deveriam ser deslocadas para as
fronteiras deste continente chamado Brasil. Em vez de praças mal utilizados,
como os que atuam na intervenção militar no Rio de Janeiro, manietada pelas
instituições de defesa dos direitos humanos, por que não deslocar noventa por
cento dos nossos militares urbanos para os limites de nossa nação? Ali, atuariam
com mais eficácia no combate ao contrabando de armas e drogas...
No lugar dos quartéis sem efetiva
utilidade, nas cidades brasileiras, clubes recreativos, escolas, hospitais...
E, nas fronteiras, 150.000 marinheiros e aeronautas e 165 mil soldados do Exército,
já descontados os dez por cento; além de cadeias, ali, que visassem
ressocializar o criminoso pelo estudo e trabalho. Esse seria o primeiro passo
de verdadeira marcha em prol do progresso e da ordem expressos em nossa
bandeira.
O segundo passo seria investir mais
recursos no Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que,
desde sua criação, há seis anos, só utilizou cerca de um bilhão de reais no
combate inteligente aos piratas e contrabandistas, mas que cobre uma área de
apenas 660 km. Ou seja, 4% de nossas fronteiras terrestres, de quase 16.000 km
de extensão. Sem falar dos 7.367 km de fronteiras marítimas. Pífio
investimento, em vista do esforço hercúleo dos atuais nove mil homens
encarregados da vigilância dos nossos mares, rios, terras e ares continentais.
O terceiro passo seria o investimento em
geração de emprego e de educação que restaurasse os valores intelectuais,
culturais e morais dos brasileiros. O que vemos atualmente é uma inversão total
de valores. Crianças que ainda não têm seu cérebro totalmente maduro são
induzidas a optar por decisões que vão de encontro à formação cristã do nosso
país. Jovens são incentivados a trocar de sexo como se fosse a coisa mais
natural, sem qualquer alerta sobre os problemas mentais que tais condutas podem
trazer-lhes etc., etc., etc.
Com tudo isso que vemos, outro dado
assustador já informado a Allan Kardec pelos Espíritos, há 161 anos, que
ocorreria em nosso tempo, vem assombrando a humanidade: o índice de suicídios
de crianças e jovens chegou a quantidade jamais vista antes. Precisamos voltar
às origens de nação com ideias que se baseiem nas revelações divinas e não
em mentes doentias, cuja aplicação teórica, na prática, é desastrosa.
Carecemos de justiça social, mas isso não
se obtém com distribuição a rodo de
dinheiro público. Se o Estado utiliza seus recursos econômicos para saciar as
necessidades básicas de milhões de cidadãos, mas não arrecada, favorecendo o
assistencialismo irresponsável, o número de desempregados, no Brasil, que já se
encaminha para 14 milhões de pessoas, só tenderá a aumentar, como ocorre na
Venezuela.
Alimentemos, sim, essa multidão de párias sociais de todas as idades, mas busquemos investir em políticas
sociais que lhes deem a dignidade de uma preparação para o trabalho produtivo
que os livre do assistencialismo. O uso das finanças públicas em programas
sociais que não favoreçam a autonomia do beneficiado, preparando-o para
atividades lucrativas, causa a sangria da economia brasileira em vista da alta
contribuição de poucos. Com isso, o país, cada vez mais, mergulhará na lama do
caos e da miséria...
Um bom começo seria construir vilas
residenciais, com hospitais e escolas em nossas fronteiras, para onde iriam os
soldados profissionais e os voluntários, com o uso da mão de obra de boa parte
desses mais de 13 milhões de cidadãos em situação de vulnerabilidade social.
Por fim, louvo a imprensa atual por
orientar nosso povo na escolha de representantes honestos, patriotas e de
comprovada competência no governo e legislação do país, dos estados e dos
municípios.
Este é o meu sonho. Para sua realização,
convoco todos os brasileiros a esforçar-nos na realização de três grandes
objetivos: aprendizado humilde, motivação no trabalho digno e caridade para com
todas as pessoas.
E que possamos concluir estas reflexões com
uma mensagem otimista. O Brasil que eu quero, desde já, e não para um futuro
incerto, é o país com o seguinte perfil:
Nunca mais com meninos em lixeiras,
Pois nada, além de lixo, elas contêm.
Nossas crianças, belas e faceiras,
Com casa, roupas e com pão também...
Toda família sem mais cicatriz,
Com bom lazer, trabalho e boa escola.
Ninguém que se sujeite à vil esmola,
E uma nação mais justa e mais feliz.
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