O Grande Enigma
Léon Denis
Parte 5
Damos continuidade ao estudo do clássico O Grande Enigma, de Léon Denis, conforme
o texto da 7ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira. O estudo ora
iniciado será aqui apresentado em 10 partes.
Nossa expectativa é que este estudo sirva para o leitor
como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto abaixo.
Questões preliminares
A. Como definir Deus?
B. A presença de Deus em nossa vida é um fato concreto?
C. Existe um meio de salvar a sociedade da situação em que
se encontra?
Texto para
leitura
72. É preciso entender que os Espíritos potentes, esses
missionários, esses agentes de Deus, foram também homens de carne, como nós
somos, cheios de fraquezas e misérias, e atingiram essas alturas por suas
pesquisas e seus estudos, pela adaptação de todos os seus atos à lei divina. O
que eles fizeram todos podemos fazer também. (P. 102)
73. Graças aos estudos psíquicos e aos fenômenos
telepáticos, estamos aptos a compreender, desde já, que nossas faculdades não
se limitam aos nossos sentidos. Nosso Espírito pode irradiar além do corpo,
pode receber as influências dos mundos superiores, as impressões do pensamento
divino. (P. 102)
74. A ação de Deus se desvela, pois, tanto no mundo físico
quanto no mundo moral, no Universo inteiro. Não há um único ser que não seja
objeto de sua solicitude. (P. 103)
75. Um fato que demonstra, de modo brilhante, a intervenção
de Deus na História, é o aparecimento, no tempo próprio, nas horas solenes, dos
grandes missionários, que estendem a mão aos homens e lhes ensinam a lei moral,
a fraternidade e o amor dos semelhantes, dando-lhes o grande exemplo do
sacrifício de si pela causa de todos. (P. 104)
76. Haverá algo mais imponente do que a missão dos Enviados
divinos? As fogueiras se acendem; os sarcasmos e o desprezo os atingem, mas
eles seguem, com a fonte altiva e a alma serena, no cumprimento de sua missão.
(P. 104)
77. O único meio de salvar a sociedade em perigo é elevar
os pensamentos e os corações para a Potência Infinita que é Deus, unindo nossa
vontade à dele e compenetrando-nos da sua Lei. Veremos então que Deus não é uma
abstração metafísica; Deus é um ser vivo, sensível, consciente; é nosso Pai,
nosso guia, nosso condutor, nosso melhor amigo. (P. 106)
78. É por essa razão que Léon Denis diz: “Meus irmãos,
recolhei-vos no silêncio das vossas moradas; elevai frequentemente a Deus os
transportes de vossos pensamentos e de vossos corações, expondo-lhe vossas
necessidades, vossas fraquezas, vossas misérias; e, nas horas difíceis,
dirigi-lhe o apelo supremo. Aprendei a orar do mais profundo de vossa alma, e
não mais da ponta dos lábios; aprendei a entrar em comunhão com vosso Pai; a
receber seus ensinamentos misteriosos, reservados, não aos sábios e poderosos,
mas às almas puras, aos corações sinceros”. (PP. 107 e 108)
79. Quando quiser achar refúgio contra as tristezas e as
decepções da Terra, o homem deve lembrar-se de que existe somente um meio:
elevar o pensamento a essas puras regiões da luz divina, onde não penetram
influências grosseiras deste mundo. Os rumores das paixões, o conflito dos
interesses não vão até lá. Chegando a essas regiões, o Espírito se desprende de
preocupações inferiores, de todas as coisas mesquinhas de nossas existências, e
vê então as leis do seu destino. (P. 108)
80. Aquele que tem em seu pensamento e em seu coração essa
fé ardente, essa confiança absoluta no futuro, essa certeza que o eleva, esse
está encouraçado contra a dor e ficará invulnerável no meio das provas. Eis aí
o segredo de todas as forças, de todo o valor, o segredo dos inovadores, dos
mártires e de todos aqueles que oferecem sua vida por uma grande causa. (PP.
108 e 109)
81. Cada religião explica Deus à sua maneira; cada teoria o
descreve a seu modo, resultando de tudo isso uma confusão, um caos
inextricável, de onde os ateus têm tirado argumentos para negar a existência de
Deus, e os positivistas para o declarar “incognoscível”. (P. 110)
82. A objeção mais frequente à ideia de Deus consiste em
dizer-se: “Se Deus existe, se Ele é, como pretendeis, Bondade, Justiça, Amor,
por que o mal e o sofrimento reinam feitos senhores em torno dos seres?” (P.
111)
83. Léon Denis examinou tal objeção em dois livros: “Depois
da Morte”, segunda parte, e “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”, cap.
XVIII e XIX. Resumidamente: o sofrimento é um meio poderoso de educação para as
almas, porque desenvolve a sensibilidade, e por vezes é uma forma de justiça,
corretivo a atos anteriores. O mal é, na verdade, consequência da imperfeição
humana. (PP. 111 e 112)
84. Outra objeção, que constitui uma das questões capitais
da Filosofia, é assim formulada: “Seria Deus um ser pessoal ou é o ser
universal, infinito?” Léon Denis diz que dessa indagação surgiram os dois
grandes sistemas sobre Deus: o deísmo e o panteísmo. “A personalidade
verdadeira - afirma Denis - é o eu, a inteligência, a vontade, a consciência.
Nada impede concebê-la sem limites, isto é, infinita. Sendo Deus a perfeição,
não pode ser limitado. Assim se conciliam duas noções, na aparência
contraditórias.” (PP. 113 e 114)
85. Outra questão – proposta pelos positivistas –: “Deus é
incognoscível?” A resposta, segundo Denis, é fácil: Deus é incognoscível em sua
essência, em suas íntimas profundezas, mas revela-se por toda a sua obra, no
grande livro aberto aos nossos olhos e no fundo de nós mesmos. “Deus -
acrescenta Léon Denis - não é desconhecido: é somente invisível.” (P. 114)
86. Aos que reclamam uma definição, poder-se-ia dizer que
Deus é o Espírito puro, o Pensamento puro. Mas a ideia pura, em sua essência,
não pode ser formulada sem ser diminuída, alterada. Toda fórmula é uma prisão.
(P. 115)
87. Deus está na criatura e a criatura está nele. Deus é o
grande foco de vida e de amor, do qual cada alma é uma centelha, ou antes, um
foco ainda obscuro e velado que contém, em estado embrionário, todas as
potências, a tal ponto que, se soubéssemos tudo quanto em nós existe,
transformaríamos o mundo. (P. 116)
88. Lembremos que somos Espíritos imortais. As coisas da
Terra são um degrau, um meio de educação, de transformação. Podemos perder
neste mundo todos os bens terrestres. Que importa isso? O indeclinável é
engrandecer, arrancar de sua grosseira ganga esse Espírito divino, esse deus
interior que é, em todo homem, a origem de sua grandeza e de sua felicidade.
Eis o fim supremo da vida! (P. 117)
89. Deus é a grande Alma do Universo, o foco de onde emana
toda a vida, toda a luz moral. “Não podeis passar sem Deus - assevera Léon
Denis -, de igual modo que a Terra e todos os seres que vivem em sua superfície
não podem dispensar seu foco solar.” (P. 117)
90. “Deus é o Sol das Almas!”, afirma Denis. “Extingui a ideia
de Deus, e imediatamente a morte moral se estenderá sobre o mundo.” Após dizer
isso, Denis acrescenta: “Levantar, engrandecer a ideia de Deus, desembaraçá-la
das escórias em que as religiões e os sistemas a têm envolvido, tal é a missão
do Espiritualismo moderno!” (P. 118)
Respostas às
questões preliminares
A. Como definir
Deus?
Deus é incognoscível em sua essência, em suas íntimas
profundezas, mas revela-se por toda a sua obra, no grande livro aberto aos
nossos olhos e no fundo de nós mesmos. Deus é o Espírito puro, o Pensamento
puro. Mas a ideia pura, em sua essência, não pode ser formulada sem ser
diminuída, alterada, porque toda fórmula é uma prisão. (O Grande Enigma, pp. 114 e 115.)
B. A presença
de Deus em nossa vida é um fato concreto?
Sim. A ação de Deus se desvela tanto no mundo físico quanto
no mundo moral, no Universo inteiro. Não há um único ser que não seja objeto de
sua solicitude. Um fato que demonstra, de modo brilhante, a intervenção de Deus
na História, é o aparecimento, no tempo próprio, nas horas solenes, dos grandes
missionários, que estendem a mão aos homens e lhes ensinam a lei moral, a
fraternidade e o amor dos semelhantes, dando-lhes o grande exemplo do
sacrifício de si pela causa de todos. (Obra citada, p. 103 e 104.)
C. Existe um
meio de salvar a sociedade da situação em que se encontra?
Evidente que sim. Mas, segundo Léon Denis, o único meio de
salvar a sociedade em perigo é elevar os pensamentos e os corações para a
Potência Infinita que é Deus, unindo nossa vontade à dele e compenetrando-nos
da sua Lei. Veremos então que Deus não é uma abstração metafísica; que Deus é
um ser vivo, sensível, consciente, nosso Pai, nosso guia, nosso condutor, nosso
melhor amigo. (Obra citada, p. 106.)
Observação:
Eis os links que remetem aos três
últimos textos:
Parte 2 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/10/o-grande-enigma-leon-denis-parte-2.html
Parte 3 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/10/o-grande-enigma-leon-denis-parte-3.html
Parte 4 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/10/o-grande-enigma-leon-denis-parte-4.html
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Denis, o poeta e filósofo do Espiritismo. Que lindo material para nossa reflexão!
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