O jovem rico e Jesus
JORGE LEITE DE
OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Conta-nos
Mateus[1]
que um jovem se aproximou de Jesus e lhe perguntou: — Bom Mestre, que devo
fazer para herdar a vida eterna?
Jesus,
que conhecia os mais recônditos pensamentos e sentimentos de qualquer pessoa,
demonstrando profunda tolerância para com o jovem, após dizer-lhe que bom mesmo
só Deus é, completa: — Guarda os mandamentos divinos, se queres entrar na vida.
Entrar
na vida, para o Rabi da Galileia, é desprender-se das coisas materiais e
cultivar as do espírito, haja vista serem aquelas temporárias e este ser
eterno. Em Dicionário da Alma, psicografado por Chico Xavier,
encontramos esta profundíssima frase, ditada pelo Espírito J. P. O. Martins:
"O homem precisa convencer-se de que a única realidade da vida é a sua
alma. Tudo o mais que o rodeia reveste-se do caráter transitório".
Estivesse
convencido disso aquele jovem, que era muito rico, e ele entenderia o que
depois lhe foi proposto por Jesus, quando este é novamente indagado:
"Quais?".
E
ouve do Cristo: — Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso
testemunho, honra teu pai e tua mãe e ama teu próximo como a ti mesmo.
Desejando
mostrar-se justo, o jovem informa a Jesus que desde sua mocidade vinha
guardando esses mandamentos. Com isso, imaginava preencher os requisitos
básicos para ser herdeiro da vida eterna. Mas Jesus conhecia o apego do
moço aos bens materiais. Daí fazer-lhe a proposta fundamental para que o rapaz
revelasse o que, de fato, guardava em
seu coração: a usura, que leva tanta gente a amontoar tesouros na Terra,
imaginando que são criaturas privilegiadas por Deus em relação aos menos
afortunados: — Se queres ser perfeito, vai, vende tudo que possuis, dá-o aos
pobres e terás um tesouro no céu... — Em seguida, faz-lhe último apelo: — E vem
e segue-me.
Seguir
Jesus é renunciar a todas as glórias e coisas efêmeras do mundo. É contentar-se
com o que a bondade infinita de Deus nos concedeu e que fizemos por merecer com
nosso trabalho. É desapegar-nos das coisas materiais, repartir os recursos que
nos sobram à mesa com os que nada têm. É perdoar... É, enfim, ter a certeza de
nossa impermanência na Terra, mas para onde teremos de retornar inumeráveis
vezes, sofrendo os aguilhões da dor, enquanto não nos libertarmos das nossas
imperfeições.
Aquele
jovem, por estar apegado mais aos bens transitórios que aos espirituais
propostos por Jesus, retirou-se
cabisbaixo.
Dias
depois, participando de uma corrida de bigas, esporte comum às altas classes sociais na época, os cavalos tombaram em
cima dele, que faleceu, deixando para trás todas as propriedades que imaginava
possuir.
Precisamos
conscientizar-nos de que, sendo Deus Amor, criou-nos por amor e para amar.
Sendo assim, se nos afastamos do Seu Amor e do amor ao próximo, o instrumento
de correção acionado por nossas consciências chama-se dor.
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Muito bom!! confortador!
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