O laço que liga o Espiritismo à doutrina
cristã
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
No
estudo que fez, no capítulo I do livro A
Gênese, sobre as três grandes revelações da Lei de Deus, Allan Kardec foi
por demais claro.
Recordemos
o que o Codificador ali escreveu.
A
Moisés devemos – diz Kardec – três grandes realizações: a revelação da
existência de um Deus único, Soberano Senhor e Orientador de todas as coisas; a
promulgação da lei do Sinai, ou Decálogo, e o lançamento das bases da
verdadeira fé.
O
Cristo, – lembra o Codificador – tomando da antiga lei o que é eterno e divino
e rejeitando o que era transitório, puramente disciplinar e de concepção
humana, acrescentou-lhe a revelação da vida futura e dissertou sobre as penas e
recompensas que aguardam o homem depois da morte, um tema que não havia sido
tratado na doutrina mosaica.
Evidentemente,
dada a condição de inferioridade intelecto-moral que caracterizava os homens de
sua época, o Cristo não pôde avançar sobre outros temas, razão pela qual disse
estas palavras registradas no Evangelho de João:
«Muitas das coisas que
vos digo ainda não as compreendeis e muitas outras teria a dizer, que não
compreenderíeis; por isso é que vos falo por parábolas; mais tarde, porém,
enviar-vos-ei o Consolador, o Espírito de Verdade, que restabelecerá todas as
coisas e vo-las explicará todas.»
Surgiu
então, 18 séculos depois, o Espiritismo, que, partindo das próprias palavras do
Cristo, como este partiu das de Moisés, é – conforme palavras textuais de
Kardec – “consequência direta da sua doutrina”.
O
laço que liga as três revelações não poderia ser exposto com maior clareza.
A
Doutrina Espírita, cujo advento ocorreu numa época bem mais favorável à
disseminação do conhecimento, acrescentou às revelações anteriores informações
importantes, como a confirmação da existência do mundo invisível que nos
rodeia, a definição dos laços que unem a alma ao corpo e, por consequência, a
dissipação do véu que ocultava aos homens os mistérios do nascimento e da
morte.
Com
as luzes trazidas pelo Espiritismo, o homem sabe donde vem, para onde vai, por
que está na Terra, por que sofre temporariamente, e vê por toda parte a justiça
de Deus, ciente de que, conforme Jesus ensinou, amar a Deus e ao próximo
constitui o dever principal de todos nós.
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