Entre a Terra e
o Céu
André Luiz
Parte 2
Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma
dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada
Série Nosso Lar.
Concluído o estudo dos seis primeiros livros da Série, damos
sequência nesta data ao estudo da sétima obra: Entre a Terra e o Céu, psicografada pelo médium Francisco Cândido
Xavier e publicada originalmente em 1954.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do
livro "Entre a Terra e o Céu", para acompanhar, pari passu, o
presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND
e, em seguida, no verbete "Entre a Terra e o Céu".
Eis as questões de hoje:
9. Por que uma longa enfermidade é benéfica à libertação da alma?
Segundo Clarêncio, a enfermidade longa é uma bênção
desconhecida entre os homens e constitui precioso curso preparatório da alma
para a grande libertação. Sem a moléstia dilatada, é muito difícil o êxito
rápido no trabalho da morte. Eis por que é ela benéfica à alma que se despede
da vida física, rumo ao plano espiritual. (Entre
a Terra e o Céu, cap. V, pp. 31 e 32.)
10. Que
provações enfrentava Antonina naquele momento?
Primeiro, o marido a abandonara, fato que ocorrera quatro
anos antes, mas Antonina não desanimou. Ela trabalhava numa fábrica de tecidos,
para sustentar a casa, e educava os filhos com acendrado amor ao Evangelho,
sabendo, assim, resgatar com valor as dívidas trazidas do pretérito próximo.
Meses antes perdera o pequeno Marcos, de oito anos, atacado de fulminante
pneumonia. Viviam com ela três lindas crianças, dois rapazinhos entre onze e
doze anos e uma loura pequerrucha, a caçula da família. (Obra citada, cap. VI,
pp. 35 a 37.)
11. Como era o
culto do Evangelho na casa de Antonina?
Os participantes eram a mãe e as três crianças. No dia em
que André Luiz se encontrava presente, Lisbela, a caçula, fez a prece de
abertura, recitando as lindas palavras da oração dominical, ensinada por Jesus.
Henrique, um dos filhos, abriu o Evangelho ao acaso, restituindo o livro às
mãos da mãe, que leu, emocionada, os versículos 21 e 22 do capítulo 18 das
anotações do apóstolo Mateus: "Então Pedro, aproximando-se dele, disse: –
Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim e eu lhe perdoarei? Até
sete? Jesus lhe disse: – Não te digo que até sete, mas até setenta vezes
sete". Antonina calou-se, como quem aguardava as perguntas dos jovens
aprendizes. Henrique, iniciando a conversação, perguntou: "Mãezinha, por
que Jesus recomendava um perdão assim tão grande?" Demonstrando vasto
treinamento evangélico, a senhora respondeu, e assim transcorreu o culto, na
forma de uma conversação de que todos participaram. Ao final, depois da prece
de encerramento, beberam a água magnetizada por André e Hilário. (Obra citada,
cap. VI, pp. 37 a 41.)
12. Seja o que for que nos façam, devemos perdoar sempre?
Respondendo a seu filho Haroldo, que lhe fez pergunta
semelhante, Antonina disse-lhe que sim. "Ainda mesmo quando a ofensa seja
a pior de todas?", insistiu o menino. "Ainda assim", respondeu a
genitora, que quis saber por que o filho tratava de tal assunto com tamanha preocupação.
"Refiro-me ao papai – disse o menino, algo triste –; papai abandonou-nos
quando mais precisávamos dele. Seria justo esquecer o mal que nos fez?"
Antonina, revelando a nobreza de sua alma, respondeu-lhe: "Oh! meu filho!
não te detenhas nesse problema. Por que alimentar rancor contra o homem que te
deu a vida? como condená-lo se não sabemos tudo o que lhe aconteceu? Seria
realmente melhor para o nosso bem-estar se ele estivesse conosco, mas, se
devemos suportar a ausência dele, que os nossos melhores pensamentos o
acompanhem. Teu pai, meu filho, com a permissão do Céu, deu-te o corpo em que
aprendes a servir a Deus. Por esse motivo, é credor de teu maior carinho. Há
serviços que não podemos pagar senão com amor. Nossa dívida para com os pais é
dessa natureza..." E ela mencionou que uma das mais importantes determinações
ouvidas por Moisés no monte, quando recebeu os Dez Mandamentos, foi aquela em
que a Eterna Bondade nos recomenda: "Honrarás teu pai e tua mãe".
"A Lei enviada ao mundo – acrescentou Antonina – não estabelece que
devamos analisar a espécie de nossos pais, mas sim que nos cabe a obrigação de
honrá-los com o nosso amoroso respeito, sejam eles quais forem." (Obra
citada, cap. VI, págs. 39 a 41.)
13. Havia, além
da família, alguma pessoa presente na casa de Antonina?
Sim. Encontrava-se ali um ancião desencarnado que se
apresentava abatido e trêmulo e parecia inquieto e dementado. Era alguém que
sentia imenso remorso por haver matado seu amigo Esteves, por ocasião da guerra
entre Brasil e Paraguai. Soube-se mais tarde que ele era avô de Antonina e ali
estava para rogar ajuda à neta querida. (Obra citada, cap. VII, pp. 42 a 44.)
14. Qual o nome
do ancião desencarnado que viera buscar ajuda de Antonina?
Ele se chamara Leonardo Pires e havia desencarnado vinte
anos antes. Empregado do Marechal Guilherme Xavier de Souza quando jovem,
envenenara José Esteves quando ambos integravam as forças brasileiras acampadas
em Piraju, no Paraguai. O crime ocorreu num domingo de festa em campanha: 11 de
julho de 1869. Uma missa fora celebrada em pleno campo e o Conde d'Eu se
encontrava presente. Leonardo Pires não estava, porém, interessado nas palavras
do sacerdote ou do Generalíssimo. Sua mente só pensava numa coisa: vingança! (Obra
citada, cap. VII, pp. 46 a 48.)
15. José Esteves,
que fora vítima de Leonardo Pires, estava naquela oportunidade atormentando o
homem que o envenenou?
Não. José Esteves já havia reencarnado e estava, no momento,
em outros setores de luta. Leonardo Pires (o homicida) é que, por remorso,
vivia com a imagem da vítima que se revitalizava, cada dia, em sua memória, ao
influxo das sugestões da própria consciência culpada. Era a lei de causa e
efeito a cumprir-se, naturalmente. (Obra citada, cap. VII, pp. 48 e 49.)
16. Por que, em
nossa romagem rumo à perfeição, nos é necessária a luta na carne?
Esta dúvida surgiu em face destas palavras de Antonina,
ditas quando ela se encontrava num lugar belíssimo situado numa estância
espiritual: "Por que não transformar esta excursão em transferência
definitiva? Pesa o corpo, à maneira de insuportável cruz de carne, quando
conseguimos sentir a Terra, de longe..." "É verdade – concordou uma
amiga –, por que não nos é dado permanecer, olvidando os pesares e os
dissabores do mundo?" Atento ao que elas diziam, o ministro Clarêncio
explicou, carinhoso: "Compreendemos, compreendemos quanta inquietação
punge o espírito reencarnado, mormente quando desperto para a beleza da vida
superior, entretanto é indispensável saibamos louvar a oportunidade de servir,
sem jamais desmerecê-la". E acrescentou: "Achamo-nos ainda distantes
da redenção total e todos nós, com alternativas mais ou menos longas, devemos
abraçar a luta na carne, de modo a solver com dignidade nossos velhos
compromissos. Somos viajores nos milênios incessantes. Ontem fomos auxiliados,
hoje nos cabe auxiliar". (Obra citada, cap. VIII, pp. 50 e 51.)
Observação:
Para acessar a 1ª Parte deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/10/entre-terra-eo-ceu-andre-luiz-parte-1.html
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