Ação e Reação
André Luiz
Parte 12
Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.
Uma vez concluído o estudo dos oito primeiros livros da
Série, damos prosseguimento ao estudo da nona obra: Ação e Reação, publicada
em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do
livro, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND
e, em seguida, no verbete “Ação e Reação".
Eis as questões de hoje:
89. Quem foi
Adelino no passado recente?
Quando ainda vigorava a escravidão no Brasil, Adelino nasceu
como filho bastardo de um jovem muito rico que o recebeu das mãos da genitora
escrava, que desencarnou ao trazê-lo à luz. Gaspar, o moço rico que foi seu pai
solteiro, era homem de coração enrijecido, muito cedo acostumado ao orgulho
tiranizante, em face da incúria do lar em que nascera. Abusava das donzelas
cativas a seu talante e, em muitas ocasiões, vendeu-as com os próprios filhos
recém-natos para não ouvir seus choros e petitórios. Entretanto, para o filho
Martim – o mesmo Adelino de agora – sua ternura e dedicação não mostravam
limites. Inexplicavelmente para ele mesmo, amava-o com desvelado
enternecimento, a ponto de providenciar-lhe educação esmerada na própria
fazenda. (Ação e Reação, cap. 16, pp.
217 e 218.)
90. O amor do
pai era correspondido por Martim, seu filho bastardo?
Sim. Pai e filho tornaram-se companheiros inseparáveis nos
jogos, nos estudos, no serviço e na caça, e Gaspar tornou-o partícipe de seu
nome e de sua herança. Tudo correu bem entre eles até que, aos 43 anos de
idade, Gaspar resolveu casar-se com uma jovem de grande metrópole, de nome
Maria Emília, 20 anos de idade na época. Atraído pela jovem madrasta, Martim,
que contava então 21 anos, passou a experimentar torturantes conflitos sentimentais.
Ele, que se julgava o melhor amigo de seu pai (Gaspar), entrou a detestá-lo,
não lhe tolerando a posse sobre a mulher que desejava, sabendo-se por ela
ardentemente querido. Maria Emília e ele entregaram-se, então, à paixão
desvairada e foi assim que, auxiliado por dois capatazes de sua confiança -
Antônio e Lucídio –, Martim administrou uma poção entorpecente no pai, que
estava acamado naquele dia, provocando em seguida um incêndio no qual Gaspar veio
a falecer. (Obra citada, cap. 16, pp. 217 e 218.)
91. Ao
desencarnar, que atitude tomou Gaspar logo que se viu no plano espiritual?
Gaspar, a inflamar-se em cólera, envolveu o filho em nuvens
de fluidos inflamados, contra os quais o infeliz não possuía defesa. Apegando-se
ao afeto da mulher, Martim procurou anestesiar a consciência e esquecer tudo...
Confiou a fazenda aos cuidados de seus dois cúmplices e demandou a Europa, em
busca de repouso e distração. Tudo, porém, debalde... Ao fim de cinco anos de
resistência, tombou integralmente vencido, sob o jugo do Espírito do pai que o
cercava, incessantemente, apesar de invisível. Gaspar aguardou-o no túmulo,
arrastando-o para as sombras infernais, onde passou a exercer sobre Martim
pavorosa vingança. (Obra citada, cap. 16, pp. 219 e 220.)
92. Que fato
levou Gaspar a redimir-se e perdoar a quem o levou à morte?
Martim (o Adelino de hoje) reencarnara com a epiderme
atormentada por vibrações calcinantes que, desde cedo, se lhe expressaram por
eczema de mau caráter, moléstia essa que deveria cobrir-lhe todo o corpo,
durante muitos e angustiosos anos de sofrimento. Mas, graças aos méritos que
ele foi adquirindo no esforço a favor do próximo, a enfermidade não tomou
proporções que o impedissem de aprender e trabalhar, porque granjeara a ventura
de continuar a servir, pelo seu impulso espontâneo na plantação constante do
bem. Tocado pelos exemplos de seu ex-filho, Gaspar abandonou as companhias
indesejáveis a que se adaptara e rogou asilo na Mansão Paz, onde aceitara severas
disciplinas e iniciara, desse modo, o processo de sua própria redenção. (Obra
citada, cap. 16, pp. 223 e 224.)
93. De que modo
Gaspar reencarnou e voltou aos braços de Adelino?
Abandonado por sua mãe ao reencarnar, Gaspar foi conduzido –
graças à intercessão dos bons Espíritos – à residência de Adelino. Era
madrugada quando este ouviu o choro convulso de uma criança tenra. Enlaçado por
Druso, Adelino viu, ao abrir a porta, pobre recém-nascido que vagia
aflitivamente. Ele ajoelhou-se, enquanto Druso lhe dizia com segurança:
"Adelino, eis o pai ofendido que, enjeitado pelo coração materno que ainda
não mereceu, vem ao encontro do filho regenerado!" Tomado de alegria, para
ele inexplicável, Adelino abraçou o pequerrucho com espontâneo gesto de amor e,
após conchegá-lo ao peito, voltou para dentro, gritando jubiloso: "Meu
filho... meu filho!..." Gaspar retornara à experiência física, asilando-se
nos braços do filho que, um dia, o desprezara e traíra. (Obra citada, cap. 16,
pp. 225 a 227.)
94. Por que Leo
jazia em triste pavilhão de indigentes, às vésperas da morte?
Leo, vitimado por uma tuberculose pulmonar, jazia em triste
pavilhão de indigentes em vasto hospital da Terra, porque seu irmão, Henrique,
o havia declarado incapaz e, além de apossar-se dos recursos que lhe cabiam por
herança, internou-o num hospício, em que Leo teve de amargar longos anos de
isolamento. Quando saiu do manicômio e recorreu ao irmão, este o expulsou sem
compaixão, condenando-o a uma vida de miséria e indigência. (Obra citada, cap.
17, pp. 229 a 232.)
95. Que
características comuns apresentavam os desencarnados asilados na Mansão Paz?
Segundo Silas, os desencarnados asilados na Mansão formavam
grande ajuntamento de criminosos e viciados, como ele mesmo o fora um dia.
"Ali recebemos atenção e carinho, assistência e bondade, reeducando-nos,
às vezes, por muitos anos”, explicou Silas. Para habilitar-se, porém, às
tarefas do bem genuíno, é preciso purgar a condição inferior, agravada na
culpa, visto que o conhecimento elevado, adquirido na Mansão, vale mais como
teoria nobilitante, que cabe a cada um substancializar na prática correspondente,
para que se incorpore, em definitivo, ao patrimônio moral do servidor. É por
isso que, depois do aprendizado, são tais Espíritos novamente internados na
esfera carnal, onde sofrem a aproximação dos antigos comparsas, para
demonstrarem aproveitamento e assimilação do amparo recebido. (Obra citada,
cap. 17, pp. 232 a 234.)
96. Por que
motivo eram tão dolorosas as vicissitudes enfrentadas por Leo?
O motivo estava numa anterior existência, em que Leo, também
movido pela ganância, fez a um irmão algo bem parecido com o que lhe ocorreu na
existência atual. (Obra citada, cap. 17, pp. 234 a 236.)
Observação:
Para acessar a Parte 11 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/07/blog-post_21.html
Como consultar as matérias deste
blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo. |
Bom dia, uma dúvida, o que é e onde fica a Mansão Paz?
ResponderExcluirLocalizada nas regiões inferiores, a Mansão Paz é uma espécie de mosteiro São Bernardo, com a diferença de que, em lugar da neve, circunda-a uma sombra espessa. Vinculada à colônia "Nosso Lar", ela fora fundada havia mais de três séculos e se dedica a receber Espíritos infelizes ou enfermos, decididos a trabalhar pela própria regeneração, elevando-se uns a colônias de aprimoramento na Vida Superior, e retornando outros à esfera dos homens para a reencarnação retificadora. (Ação e Reação, de André Luiz, psicografia de Chico Xavier; cap. 1, pp. 13 e 14.)
ResponderExcluir