As rodas da vida
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Bom
dia, amigos leitores!
Enquanto
eu esperava o retorno de minha esposa, que conduzi para tratamento no
CBV/Hospital de Olhos, em Brasília, sentei-me do lado de fora do nosocômio.
Dali observei os movimentos dos passantes e acompanhantes, como foi o caso do
menino de cerca de três anos e seus pais. O pai faria uma consulta
oftalmológica.
Então,
vi quando o menino veio correndo, após despedir-se do pai, e subiu no colo de
sua mãe, que estava sentada. Em seguida, ele desceu e ficou brincando com seu
carrinho sob a vigilância materna.
Passei,
então, a observar os pacientes que voltavam amparados por seus acompanhantes ou
enfermeiros. Senhor idoso, com grande dificuldade de deambular, foi levado por
seu jovem acompanhante até o carro que os aguardava; enfermeiro cuidadoso guiou
moça de triste expressão, em cadeira de rodas, até o interior do prédio; e
senhora d'olhos vendados foi amparada por sua filha até sumir do alcance dos
meus olhos.
Lembrei-me
então da história do príncipe Sidarta Gautama. Após ter visto, em espírito, um
velho, um doente, um cadáver e um monge, Gautama deixou mulher e filho para
trás, devolveu as roupas principescas que usava ao pai, vestiu-se de monge e
foi para o deserto, em busca da autoiluminação. Conseguida esta, após anos de
renúncia às paixões do mundo, deduziu que a causa do sofrimento é o desejo. Ao
longo do tempo, conquistou adeptos à sua crença, que se expandiu, passou a ser
conhecida como Budismo e Gautama foi considerado Buda, que, em sânscrito,
significa "o iluminado".
Longe
de mim dizer que minha visão possa ser comparada com a do Buda. Entretanto, ao
ver as cenas descritas acima, refleti nas conclusões iniciais pregadas por esse
iluminado espírito: as três primeiras visões representam a natureza do mundo; a
quarta simboliza a solução para as misérias humanas. Então podemos dizer que o
monge simboliza a espiritualidade proposta por Deus a cada um de nós para nos
libertarmos das misérias inerentes às paixões nefastas.
Ao
contrário das visões do Buda, minha primeira visão representa o compromisso da
família ante a educação da criança e, portanto, a mais importante de todas que
vi. Também ali há um simbolismo...
Pouco
antes de morrer, aos 80 anos de idade, Buda disse isto em suas últimas
palavras: "A decadência é inerente a todas as coisas. Com a mente clara,
dê a devida atenção à sua salvação". Lembrei-me então desta máxima
espírita: "Fora da caridade não há salvação". Paz e luz!
Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com
Como consultar
as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique
neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário