Revista Espírita de 1865
Allan Kardec
Parte 4
Prosseguimos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1865, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo será baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A coleção do ano de
1865 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a
dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada parte do estudo,
que será apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a) questões
preliminares;
b) texto para
leitura.
As respostas às
questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. Em um discurso ao
pé do túmulo de Emily de Putron, que disse Victor Hugo?
B. Como na teologia
cristã é definido o céu?
C. Que diz o
Espiritismo acerca da felicidade e do céu?
Texto para leitura
37. Os povos
selvagens e bárbaros estariam cercados por uma massa de Espíritos ainda
selvagens e bárbaros, até que o progresso os tenha levado a encarnar-se num
meio mais adiantado. Reportando-se ao assunto, um Espírito protetor disse, por
intermédio da Sra. Delanne, que ali se verificou efetivamente um caso de
obsessão coletiva, produzida por uma plêiade de Espíritos atrasados que, tendo
conservado suas antigas opiniões políticas, tentaram perturbar daquela maneira
os seus compatriotas. Eram antigos malgaches, furiosos por verem os habitantes
da região admitindo as ideias de civilização que alguns indivíduos, mais
adiantados do que eles, procuravam implantar entre eles. (Págs. 54 e 55.)
38. A Revista
transcreve um poema em que o autor, ex-incrédulo, fala da impressão que lhe causou
a leitura do Livro dos Espíritos, de Allan Kardec. Comparando-se a um
náufrago que chega à terra firme, o poeta confessa que ao ler a magistral obra
publicada por Kardec viu “no peito desolado renascer a coragem”. (Págs. 56 e
57.)
39. Em um discurso pronunciado
ao pé do túmulo da jovem Emily de Putron, Victor Hugo disse que a fé numa outra
existência “brota da faculdade de amar”, porquanto, acrescentou, “é o coração
quem crê”. “O filho conta encontrar a
seu pai; a mãe não consente em perder o filho para sempre.” Victor Hugo fez ali
uma verdadeira profissão de fé na imortalidade, convicto de que “os que partem
não se afastam”. “Os mortos - aduziu o poeta - são invisíveis, mas não estão
ausentes.” (Págs. 58 e 59.)
40. Lido o discurso
na Sociedade Espírita de Paris, o Espírito de Emily de Putron manifestou-se
espontaneamente, deixando consoladora mensagem em que pede à mãe, à irmã e às
amigas que não chorem mais e reafirma o que dissera o poeta: “Somos eternos”.
(Págs. 61 e 62.)
41. Notícia publicada
na Revista informa o surgimento de mais um jornal espírita na Itália: La
Luce (A Luz), publicado na cidade de Bolonha, com edições mensais. (Págs.
62 e 63.)
42. Fechando o número
de fevereiro, a Revista agradece ao espírita anônimo de São Petersburgo que
enviou 50 francos destinados a uma operária de Lyon, atendendo a pedido de
Carita. “Se os homens não sabem o seu nome, Deus o sabe”, diz a nota. (Pág.
64.)
43. Onde é o céu?
Este tema, que foi logo depois inserido por Kardec no livro O Céu e o
Inferno, é o principal artigo da edição de março. (Págs. 65 e 66.)
44. Os Antigos
acreditavam na existência de vários céus superpostos, formando esferas
concêntricas, das quais a Terra era o centro. Segundo a opinião mais comum,
havia sete céus. Vem daí a expressão: Estar no sétimo céu, para exprimir a
felicidade perfeita. Os muçulmanos admitiam nove. Ptolomeu contava 11, dos
quais o último era chamado Empíreo, por causa da sua deslumbrante luz. (Pág.
65.)
45. A teologia cristã
– surgida no seio do catolicismo – reconhece três céus: o primeiro é o da
região do ar e das nuvens; o segundo é o espaço onde se movem os astros; o
terceiro, além da região dos astros, é a morada do Altíssimo. É em vista dessa
crença que se diz que São Paulo foi levado ao terceiro céu. (Pág. 65.)
46. Todas essas
teorias repousam, porém, no duplo erro de considerar que a Terra seja o centro
do universo e limitada a região dos astros. A Terra não é e nunca foi o pivô do
universo, mas um dos menores astros que rolam na imensidade. (Págs. 65 e 66.)
47. Os mundos
habitados são muito numerosos. Os seres encarnados estão presos a eles, mas,
quando se desprendem do corpo material, habitam o mundo espiritual, que está
por toda a parte, em redor de nós e no espaço. (Págs. 66 e 67.)
48. A felicidade – ao
contrário do que ensinam as doutrinas que pregam a existência de um céu
paradisíaco – está na razão do progresso realizado e não do lugar que o
indivíduo habite. Ainda que estejam duas pessoas uma ao lado da outra, pode uma
estar nas trevas, enquanto tudo é resplendente para a outra. A felicidade dos
Espíritos é inerente às suas qualidades e eles as desfrutam onde quer que se
encontrem, seja na Terra, seja no espaço.
Respostas às questões propostas
A. Em um discurso ao
pé do túmulo de Emily de Putron, que disse Victor Hugo?
Victor Hugo fez ali
uma verdadeira profissão de fé na imortalidade, convicto de que “os que partem
não se afastam”. “Os mortos - aduziu o poeta - são invisíveis, mas não estão
ausentes.” (Revista Espírita de 1865, pp. 58 e 59.)
B. Como na teologia
cristã é definido o céu?
A teologia cristã, que
surgiu no seio do catolicismo, reconhece três céus: o primeiro é o da região do
ar e das nuvens; o segundo é o espaço onde se movem os astros; o terceiro, além
da região dos astros, é a morada do Altíssimo. É em vista dessa crença que se
diz que São Paulo foi levado ao terceiro céu. Mas essa teoria repousa no duplo
erro de considerar que a Terra é o centro do Universo e limitada a região dos
astros. A Terra não é e nunca foi o pivô do universo, mas um dos menores astros
que rolam na imensidade. (Obra citada, pp. 65 e 66.)
C. Que diz o
Espiritismo acerca da felicidade e do céu?
A felicidade, ao
contrário do que ensinam as doutrinas que pregam a existência de um céu
paradisíaco, está na razão do progresso realizado e não do lugar que o
indivíduo habite. Ainda que estejam duas pessoas uma ao lado da outra, pode uma
estar nas trevas, enquanto tudo é resplendente para a outra. A felicidade dos
Espíritos é inerente às suas qualidades e eles as desfrutam onde quer que se
encontrem, seja na Terra, seja no espaço. (Obra citada, pp. 66 e 67.)
Observação:
Para acessar a Parte 3
deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2024/03/revista-espirita-de-1865-allan-kardec.html
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