Albino Teixeira
Dos outros recebemos a calúnia, mas igualmente
dos outros recolhemos o louvor que, em muitas ocasiões, ao exaltar-nos
imerecidamente, nos fortalece para sermos afinal o que devemos ser e como
devemos ser.
Dos outros apanhamos o prejuízo, mas dos outros
obtemos a dádiva.
De outros vem o fel; no entanto, de outros surge
o bálsamo.
Dos outros procede a ingratidão que tanta vez
nos deprime; contudo, igualmente dos outros nasce a generosidade que nos
levanta o coração para o Alto.
Dos outros chegam até nós pensamentos
obsessivos; entretanto, dos outros colhemos benditas inspirações que nos
induzem à elevação e ao progresso.
Dos outros se origina a crítica que desencoraja,
mas dos outros provém o estímulo à execução de nossa tarefa, alentando-nos as
forças a fim de que possamos cumprir os deveres que a vida nos atribui.
O campo de nossas relações uns com os outros, no
fundo, assemelha-se a gleba de plantio. Em meio a terreno valioso,
surpreendemos escalracho, pântano, pedregulho…
Se nos comportarmos, porém, com atenção,
administrando entendimento e amparo no trato de solo que se nos confiou, em
tempo estreito, conseguiremos a regeneração da terra e a riqueza da produção.
Aproveitemos o símile, no intercâmbio fraternal,
porque, se dos outros recebemos os impactos da provação e da sombra, da
dificuldade e da amargura, é também através dos outros que Deus nos socorre e
abençoa, invariavelmente e cada vez mais.
Do livro Paz e renovação, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
|