Meimei
Compadece-te de quantos se encarceram nas malhas
esbraseadas da violência.
A fim de prestar-lhes auxílio, lembra-te de
cultivar a paz, como quem se decide a socorrer as vítimas de um incêndio,
usando compreensão e brandura.
Aqueles que largam a órbita da prudência, caindo na agressividade
exagerada, entram para logo nos quadros patológicos da loucura. E já não sabem
o que fazem.
Compadece-te sempre.
Por trás das palavras candentes que te magoam, comumente existe um
coração avinagrado pela carência de amor, suplicando apoio afetivo.
Na retaguarda dessas faces contraídas, semelhantes a máscaras de
ódio despejando condenação, muitas vezes se esconde a dor da criatura que se vê
sem forças suficientes para suportar a moléstia que carrega no próprio corpo. E
movendo as mãos que espancam sem pensar, quase sempre, jazem sofrimentos
ocultos ou influências obsessivas que as fazem desvairar.
Se te encontras em caminho com semelhantes doentes da alma,
abençoa-os com a prece muda e segue adiante.
Se te gritam em rosto impropérios e insultos, continua orando por
eles, nada repliques e confia-os em pensamento, à Providência Divina. Os
agressores são irmãos enfermos, em cuja alma a revolta instalou perigosas
tomadas de ligação com as trevas que lhes atormentam a vida.
Diante deles, recorda a paz que o Senhor te concede e entrega-os à
farmácia do Bem Eterno.
Perante quaisquer problemas, o Céu tem soluções que desconhecemos.
É por isso que Jesus proclamou no Sermão do Monte:
“Bem-aventurados os misericordiosos porque encontrarão misericórdia, diante das
Leis de Deus”.
Do livro Marcas do Caminho, obra psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier.