CINCO-MARIAS
Ensine seu filho a
lidar com a raiva
EUGÊNIA PICKINA
“Nada de desgosto, nem de desânimo; se
acabas de fracassar, recomeça.” Marco Aurélio
Está tudo na mais perfeita paz, seu
filho está brincando quieto, tranquilo, quando alguma coisa acontece e pronto!
Ele começa a gritar, chorar e a demonstrar, para seu espanto, um comportamento
agressivo.
Como lidar com a raiva do filho? Reagir
com raiva é um caminho? Ignorar a situação, esperando a raiva passar? Colocar a
criança de castigo?
Para o bem-estar da família, é preciso
entender que a raiva é natural, uma reação emocional e fisiológica bastante
experimentada na infância e que nos acompanhará ao longo da vida. No caso dos
bebês, por exemplo, a raiva surge quando há fome, cansaço, sono, e ela se
manifesta principalmente pelo choro. Conforme vamos crescendo, outros motivos
costumam desencadear a raiva, e a forma como a manifestamos muda também, é
claro, de acordo com nosso temperamento, biografia, habilidades e
circunstâncias.
No dia a dia, quando a criança
experimenta a raiva, o primeiro passo para o adulto que a guia é procurar
manter a calma. Reagir nunca ajuda no processo de educação do filho. Como
o aprendizado sobre a raiva é importante, buscamos reunir aqui algumas
sugestões para ajudar seu filho pequeno a lidar com a raiva:
1. Estimule seu filho a expressar as
razões de seu descontentamento/insatisfação
Conversar sempre ilumina o caminho. Então,
ao invés de tentar falar mais alto, tente escutar o que está frustrando a
criança. Deixe que ela desabafe. Quando falamos em voz alta o que estamos
sentindo, conseguimos compreender melhor a situação. Caso seu filho já saiba
escrever, você pode pedir que ele registre com palavras o motivo de sua raiva.
Se ele for mais novo, um desenho para expressar os motivos da insatisfação é um
recurso bastante útil…
2. Ofereça uma atividade que possa
capturar a atenção da criança, liberando-a da raiva
Momentos difíceis podem demandar uma
atividade distinta e que capture a atenção da criança. Você pode propor um
passeio ou uma caminhada no quarteirão para espairecer e colocar a criança em
movimento. Ainda, se optar para ficar em casa, há certos movimentos ou exercícios
que ajudam a criança a prestar atenção no próprio corpo e que são bons para
acalmar, como abrir e fechar as mãos ou inspirar e soltar o ar devagar,
repetindo três ou quatro vezes e de modo lento, tranquilo.
3. Dê espaço à criança
Caso o acesso de raiva tenha acontecido
em casa, deixe seu filho no quarto ou em algum cômodo onde ele esteja seguro e
vá fazer alguma outra tarefa. Dar espaço e silêncio para que ele possa
acalmar-se, refletir e ver a situação com mais clareza costuma ajudar muito,
incitando à calma e à tranquilidade.
4. Passado o momento raivoso, a
conversa entre pais e filho deve ter lugar
Após a criança se acalmar, procure-a
para entabular uma conversa. Como ela se sentiu? Como ela reagiu? Quais os
melhores caminhos para enfrentar as frustrações? Você pode incentivar seu filho
a expressar o que o está incomodando, orientando o hábito dos exercícios
respiratórios, desenhos, diário. Se lidarmos com a raiva desde cedo, teremos
mais chance de crescer sem ser facilmente dominados por ela. Ganham todos!
*
Eugênia
Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia
Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros
infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da
consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).
Especialista
em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP),
ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no
estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.
Seu
contato no Instagram é @eugeniapickina
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