domingo, 22 de dezembro de 2024

 



Dos milagres operados por Jesus, qual o maior?

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

 

A poucos dias do Natal, apresentamos hoje nossas considerações a respeito de uma questão pertinente à passagem de Jesus pela Terra, que nos foi proposta nos seguintes termos: - De todos os milagres operados por Jesus, qual o maior?

A palavra milagre é aqui mencionada com o sentido que lhe é tradicionalmente aplicado. Lembremos, aliás, que ao intitular seu último livro – A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo – Allan Kardec assim também procedeu. E nele, conforme lemos no cap. XV, item 63, o codificador do Espiritismo examinou o tema em foco. As considerações seguintes têm por base o que ele consignou nesse livro.

Os prodígios operados por Jesus vão, como sabemos, desde as curas diversas obtidas pela simples imposição das mãos até à ressuscitação de pessoas como Lázaro, mas nesse rol se incluem também a multiplicação de pães e peixes, a caminhada sobre as águas, as curas feitas a distância, a libertação instantânea dos obsidiados e a recomposição orgânica de cegos, paralíticos e leprosos.

Kardec reporta-se, porém, a um outro tipo de milagre operado pelo Mestre e que atesta verdadeiramente a sua superioridade, a saber: a revolução que seus ensinos produziram no mundo, apesar da exiguidade dos seus meios de ação e do reduzido tempo de que dispôs para realizá-la.

Pobre, obscuro, nascido na mais humilde condição e no seio de um povo pequenino, quase ignorado e sem preponderância política, artística ou literária, o filho de Maria de Nazaré contou somente com três anos para pregar sua doutrina.

Em todo esse curto espaço de tempo foi desatendido e perseguido por seus concidadãos; viu-se obrigado a fugir para não ser lapidado; foi traído por um de seus apóstolos, renegado por outro e abandonado por todos – com exceção do jovem discípulo João – no momento em que caiu nas mãos de seus opositores.

Só fez o bem, mas isso não o pôs ao abrigo da malevolência, que dos próprios serviços que ele prestou tirou motivos para o acusar.

Condenado ao suplício que só aos criminosos era infligido, morreu ignorado do mundo, visto que a História daquela época, com exceção do historiador Josefo, nada diz a seu respeito.

Ele nada escreveu; contudo, ajudado por alguns homens tão obscuros quanto ele, sua palavra bastou para regenerar o mundo, matar o paganismo e tornar-se o facho da civilização terrena.

Ele tinha contra si tudo o que causa o malogro das obras dos homens, razão por que o sucesso alcançado por sua doutrina e o triunfo de suas ideias constituem, sem nenhuma dúvida, o maior dos seus milagres e, sem dúvida, o mais importante.

 

 


 

 

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