Opor obstáculos à volta de um Espírito a um corpo de carne é um
equívoco
ASTOLFO O. DE
OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
Há
países cuja legislação autoriza que o governo exerça um controle de natalidade
rigoroso. Em face da lei natural, essa prática gera algum comprometimento
espiritual? E para as famílias que moram nesses países, a medida ocasiona algum
prejuízo de natureza espiritual?
A questão é
complexa e é difícil afirmar quais são as consequências espirituais de políticas
desse nível, geralmente ligadas a razões econômicas ou políticas.
Mas, se o
chamado Planejamento Familiar é algo compreensível e perfeitamente aceito pelos
instrutores espirituais, o mesmo não se pode dizer do Controle de Natalidade.
Com referência
do Planejamento Familiar, Joanna de Ângelis legou-nos no seu livro Após a
Tempestade, cap. 10, psicografado pelo médium Divaldo Franco, um texto que
vale a pena ser lido e meditado.
O homem –
assevera Joanna – pode e deve programar a família que deseja e lhe convém ter,
o número de filhos que considere ideal, bem como o período propício para a
maternidade; contudo jamais se eximirá aos imperiosos resgates a que faz jus,
tendo em vista o seu próprio passado.
O principal
motivo é que os filhos não são realizações fortuitas. Procedem de compromissos
aceitos antes da reencarnação pelos futuros genitores, de modo a edificarem a
família de que necessitam para a própria evolução.
É, pois, lícito
aos casais adiar a recepção de Espíritos que lhes são vinculados,
impossibilitando mesmo que reencarnem por seu intermédio. As Soberanas Leis da
Vida dispõem, porém, de meios para fazer que aqueles rejeitados venham por
outros processos à porta dos seus devedores ou credores, em circunstâncias
talvez mui dolorosas, complicadas pela irresponsabilidade dos cônjuges que ajam
com leviandade, em flagrante desconsideração aos códigos divinos.
Sobre o
Controle da Natalidade, vale a pena recordar a resposta dada pelos Instrutores
Espirituais à seguinte pergunta formulada por Allan Kardec: “São contrários à
lei da Natureza as leis e os costumes humanos que têm por fim ou por efeito
criar obstáculos à reprodução?”.
Responderam os
imortais: “Tudo o que embaraça a Natureza em sua marcha é contrário à lei
geral” (O Livro dos Espíritos, questão 693).
Na obra Entrevistas,
pergunta 102, escreveu Emmanuel: “Não acreditamos que a coletividade humana
esteja, por enquanto, habilitada espiritualmente a controlar o renascimento na
Terra sem prejudicar seriamente o desenvolvimento da lei de provas
purificadoras”.
Em face das
considerações acima, tão claras em suas premissas, seria melhor que ninguém –
nem os casais, nem os governantes – opusesse obstáculos à volta dos Espíritos a
um corpo de carne, pois o espírita não ignora a importância do processo
reencarnatório no progresso dos Espíritos e do próprio mundo em que vivemos.
O
Controle de Natalidade impõe, obviamente, sério entrave às pessoas por ele
atingidas e constitui um ponto negativo na vida de todos aqueles que forem
responsáveis por sua adoção, sujeitando-os a sanções que muito lamentarão no
futuro. E a mesma observação podemos fazer a respeito das
pessoas que, mesmo não tendo filho algum, têm buscado o recurso da laqueadura com
o objetivo claro de evitar a gravidez, sem indicações médicas que justifiquem
tal medida.
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