sexta-feira, 18 de julho de 2025

 



Roteiro

 

Emmanuel

 

21

 

 Evangelho e educação

 

Quando o Mestre confiou ao mundo a divina mensagem da Boa Nova, a Terra, sem dúvida, não se achava desprovida de sólida cultura.

Na Grécia, as artes haviam atingido luminosa culminância e, em Roma, bibliotecas preciosas circulavam por toda parte, divulgando a política e a ciência, a filosofia e a religião.

Os escritores possuíam corpos de copistas especializados e professores eméritos conservavam tradições e ensinamentos, preservando o tesouro da inteligência.

Prosperava a instrução, em todos os lugares, mas a educação demorava-se em lamentável pobreza. O cativeiro consagrado por lei era flagelo comum. A mulher, aviltada em quase todas as regiões, recebia tratamento inferior ao que se dispensava aos cavalos.

Homens de consciência enobrecida, por infelicidade financeira ou por questiúnculas de raça, eram assinalados a ferro candente e submetidos à penosa servidão, anotados como animais. Os pais podiam vender os filhos. Era razoável cegar os vencidos e aproveitá-los em serviços domésticos.

As crianças fracas eram, quase sempre, punidas com a morte. Enfermos eram sentenciados ao abandono. As mulheres infelizes podiam ser apedrejadas com o beneplácito da justiça. Os mutilados deviam perecer nos campos de luta, categorizados à conta de carne inútil.

Qualquer tirano desfrutava o direito de reduzir os governados à extrema penúria, sem ser incomodado por ninguém. Feras devoravam homens vivos nos espetáculos e divertimentos públicos, com aplauso geral. Rara a festividade do povo que transcorria sem vasta efusão de sangue humano, como impositivo natural dos costumes.

Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento.

Condenado ao supremo sacrifício, sem reclamar, e rogando o perdão celeste para aqueles que o vergastavam e feriam, instila no ânimo dos seguidores novas disposições espirituais.

Iluminados pela Divina Influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos semelhantes. Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados. Instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o espírito popular.

Pouco a pouco, altera-se a paisagem social, no curso dos séculos.

Dilacerados e atormentados, entregues ao supremo sacrifício nas demonstrações sanguinolentas dos tribunais e das praças públicas, ou trancafiados nas prisões, os aprendizes do Evangelho ensinam a compaixão e a solidariedade, a bondade e o amor, a fortaleza moral e a esperança.

Há grupos de servidores, que se devotam ao trabalho remunerado para a libertação de numerosos cativos. Senhores da fortuna e da terra, tocados nas fibras mais íntimas, devolvem escravos ao mundo livre. Doentes encontram remédio, mendigos acham teto, desesperados se reconfortam, órfãos são recebidos no lar.

Nova mentalidade surge na Terra.

O coração educado aparece, por abençoada luz, nas sombras da vida.

A gentileza e a afabilidade passam a reger o campo das boas maneiras e, sob a inspiração do Mestre Crucificado, homens de pátrias e raças diferentes aprenderam a encontrar-se com alegria, exclamando, felizes: — “meu irmão”.

 

Nota: O livro Roteiro, psicografado pelo médium Chico Xavier, foi publicado inicialmente pela editora da FEB em 1952.

 

 

 

 

 

 

 

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