Cínthia
Cortegoso
De Londrina-PR
De Londrina-PR
Na época da primavera, parece que o céu se torna
mais vivo; pode ser a estação das flores que resplandece também no alto. Foi
sob esse céu, no meio da tarde, que o menino descansou a cabeça no colo da mãe
e, de sua varanda, se pôs a observar o azul.
- Olha, mãe, as nuvens... que algodão fofo. - o
filho falou com entusiasmo.
- Sim, meu filho, realmente parecem algodão
branco e fofinho. E veja as belas figuras no céu! - incentivou a mãe.
- Aquele ursinho ao lado da rosa dos ventos...
ah, já estão se transformando de novo... - disse o menino.
- O vento está forte, pois de repente as figuras
tomam outras formas. É preciso olhar com atenção. - completou a mãe.
O menino parou o olhar e ficou imaginando o que
poderia haver além do céu azul.
- Mamãe, será que existe uma fábrica de figuras
lá em cima? - perguntou o garotinho.
- Figuras de algodão? - a mãe buscou
esclarecimento.
- Sim, mamãe, pois tantas são criadas numa só
tarde.
- Meu filho, as nuvens se modificam devido ao
sopro do vento e, assim, formam imagens tão variadas. - explicou a mãe.
- Mas são todas muito lindas. Deve existir
alguém para criá-las. Eu sei disso. - completou com confiança.
Em meio a tantas indagações, o garotinho, com um
enorme brilho no olhar, pareceu desvendar o enigma.
- Eu sabia, mamãe. Há sim um criador para todas
elas... para as mais fofinhas, para as maiores, para as menores, para as mais
brancas e para as nem tanto assim. Eu sabia. Lembrei.
- Pois então, conte-me o que sabe. -
interessou-se a mãe.
Ainda deitado no colo da mãe e olhando
maravilhado para o céu, ele explicou:
- Para além desse céu azul - apontando e falando
pausadamente - há um criador de todas as figuras... e elas se transformam
rápido porque necessitam se desenvolver em melhores e mais bonitas... e como a
criação é sempre constante, pois ainda existe muuuuito - enfatiza abrindo os
braços - céu para ser preenchido, o criador de todas elas cria, e cria, e cria
para dar amparo e oportunidade a todas.
A mãe
observou, espantada, o pequeno que falava com tanta segurança.
- E ainda, mamãe, muitos lugares não só daqui da
Terra são ocupados por essas figuras fofinhas, mas muitos outros em volta,
acima e em outras direções. - completou o menino.
- Quem te falou isso, filho? - perguntou a mãe
já um pouco intrigada.
- Meu amigo, mãe.
- Que amigo? - mais intrigada ainda.
- Meu amigo de branco, que há muito me conta
como são os outros mundos e traz um monte de conselho bom e alegre.
- Filho, quem é esse amigo? - a mãe já estava preocupada.
- Ele está sempre comigo... e não só ele. - o
menino explicava, porém com um pouquinho de medo dos olhos assustados da mãe.
Continuou. - Os seus amigos também me contam sobre os outros lugares, mamãe. -
o menino observava o olhar materno. - Ele disse que é um anjo e como sempre
está de branco e é meio fofinho, sei que ele é do céu como as nuvens de
algodão.
O sol já baixava quando os dois se levantaram e
entraram para o jantar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário