Na época em
que escrevíamos uma coluna semanal sobre Espiritismo no jornal Folha de Londrina, o colunista social
daquele periódico, cuja coluna ficava ao lado da nossa, costumava dizer,
falando a respeito da morte, que ninguém até então havia voltado para dizer se
a vida continua, uma frase que algumas pessoas repetem pensando dessa forma
desautorizar os que pensam diferentemente.
Será que
ninguém jamais voltou para dizer se a vida continua?
É evidente
que sim, e é precisamente isso que deu e continua a dar força ao Espiritismo,
porque os princípios espíritas não se baseiam em opiniões nem em concílios, mas
em fatos, como os que o professor Carlos Augusto Perandréa mostrou em suas
pesquisas sobre mensagens psicografadas por Chico Xavier, do que resultou um trabalho
científico inédito até aquela oportunidade, publicado inicialmente na revista
científica Semina, da Universidade Estadual de Londrina, e depois transformado
no livro “A Psicografia à Luz da Grafoscopia”.
Nesse
trabalho, o autor comprovou a realidade das comunicações mediúnicas comparando
a letra padrão do indivíduo antes da morte com sua assinatura aposta na
mensagem psicografada, chegando desse modo, por meio de análises técnicas, à
verificação da autenticidade gráfica.
Sim, os
Espíritos têm retornado do mundo espiritual e trazido notícias sobre a vida
extrafísica, na qual, segundo dizem, são muitas as ocupações e missões a
desempenhar. Além do trabalho de se melhorarem pessoalmente, incumbe-lhes a
importante tarefa de executar a vontade de Deus, concorrendo, desse modo, para
a harmonia do Universo.
A ocupação
dos Espíritos, ensina o Espiritismo, é contínua, mas nada tem de penosa, uma
vez que não estão sujeitos à fadiga nem às necessidades próprias da vida
terrena. E, curiosamente, até os Espíritos inferiores e imperfeitos desempenham
funções úteis no mundo em que vivem, embora às vezes não tenham consciência
disso.
Os Espíritos
precisam, de acordo com os ensinamentos espíritas, percorrer todos os graus da
escala evolutiva para se aperfeiçoarem. Devem, portanto, habitar em toda parte
e adquirir pelo estudo e pela experiência o conhecimento de todas as coisas.
Há, no
entanto, tempo para tudo e cada coisa vem no seu momento próprio, de modo que a
experiência por que um Espírito está passando hoje, um outro já superou e
outros deverão mais tarde enfrentar.
As missões
dos Espíritos objetivam sempre o bem. Estando encarnados ou desencarnados, são
eles incumbidos de auxiliar o progresso da Humanidade, dos povos ou dos
indivíduos, dentro de um círculo de ideias mais ou menos amplas, mais ou menos
especiais, cabendo-lhes ainda velar pela execução de determinadas coisas.
Alguns
desempenham missões mais restritas e, de certo modo, pessoais ou inteiramente
locais, como assistir os enfermos, os agonizantes, os aflitos, velar por
aqueles de quem se constituíram guias e protetores, dando-lhes conselhos ou
inspirando-lhes bons pensamentos.
Há tantos
gêneros de missões quantas as espécies de interesses a resguardar, tanto no
mundo físico como no moral, e o Espírito se adianta conforme a maneira pela
qual desempenha sua tarefa.
No tocante ao
mundo dos encarnados, os Espíritos se ocupam com as coisas que nos dizem
respeito de conformidade com o grau de evolução em que se acham. Os superiores
só se ocupam com o que seja útil ao progresso. Os inferiores se ligam mais às
coisas materiais e delas se ocupam.
A felicidade
dos Espíritos bem-aventurados não consiste, pois, na ociosidade contemplativa,
que seria uma eterna e fastidiosa inutilidade. Suas atribuições são proporcionadas
ao seu grau evolutivo, às luzes que possuem, à sua capacidade, experiência e ao
grau de confiança que inspiram ao Supremo Criador.
Ao lado das
grandes missões confiadas aos Espíritos superiores, existem outras de
importância relativa, concedidas a Espíritos de todas as categorias, podendo
afirmar-se que cada encarnado tem a sua, ou seja, tem deveres a cumprir, a bem
do semelhante, desde o chefe de família, a quem incumbe o progresso dos filhos,
até o homem de gênio que lança às sociedades novos germens do progresso.
Por toda a
parte, como se vê, a atividade é constante, da base ao ápice da escala, o que
enseja a todos, sem nenhuma exceção, oportunidade de instruir-se e alcançar a
meta, que é a perfeição relativa que todos nós podemos atingir.
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