Realizamos
nesta noite, como fazemos todas as terças-feiras, mais uma etapa do estudo do
livro Nos Domínios da Mediunidade, de
André Luiz (Espírito), psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier.
Eis as
questões examinadas na reunião:
1. No
fenômeno da possessão, que é que se observa no paciente?
3. Onde se
radicava a causa da obsessão sofrida por Pedro?
*
Após ligeiro
debate em torno das questões citadas, foram apresentadas e comentadas as
respostas, seguindo-se a leitura e estudo do texto-base pertinente à matéria da
noite.
Eis as
respostas dadas às questões mencionadas:
1. No fenômeno da possessão, que é que se
observa no paciente?
Primeiro, ele
fica incapaz de qualquer domínio sobre si mesmo. No caso de Pedro (o
obsidiado), Aulus informou: "Todas as células do córtex sofrem o
bombardeio de emissões magnéticas de natureza tóxica. Os centros motores estão
desorganizados. Todo o cerebelo está empastado de fluidos deletérios. As vias
do equilíbrio aparecem completamente perturbadas". Pedro não dispunha de
controle para governar-se, nem de memória comum para registrar a ocorrência.
Mas isso somente no setor da forma de matéria densa, visto que, em espírito,
ele arquivava todas as particularidades da situação em que se encontrava, de
modo a enriquecer o patrimônio das próprias experiências.
Aulus, o
Assistente, explicou que estavam diante de um transe mediúnico de baixo teor,
embora na linguagem médica o fato constituísse um ataque epiléptico, porquanto
ali se via a associação de duas mentes desequilibradas, a prender-se às teias
do ódio recíproco. Era assim que Pedro se achava, nas regiões inferiores, antes
da presente reencarnação. Havendo por muitos anos rolado, ele e o adversário,
nas zonas purgatoriais, em franco duelo, tinha ele melhorado e os reencontros
de ambos eram mais espaçados. (Nos
Domínios da Mediunidade, cap. 9, págs. 79 a 81.)
Sim. E foi
isso que a médium Celina, percebendo a dificuldade para atingir o obsessor com
a palavra falada, buscou, com o auxílio de Aulus. Formulou, então, vibrante
prece, implorando a Compaixão Divina para os infortunados companheiros que ali
se digladiavam inutilmente. As palavras da médium libertaram jactos de força
luminescente a lhe saltarem das mãos e a envolverem em sensações de alívio os
participantes do conflito. O perseguidor, qual se houvesse aspirado alguma
substância anestesiante, se desprendeu automaticamente da vítima, que repousou,
enfim, num sono profundo e reparador. O obsessor foi, então, conduzido,
semiadormecido, a um local de emergência e Dona Celina ofereceu um pouco d'água
fluidificada à chorosa e assustadiça genitora do enfermo.
Aludindo ao
fenômeno que haviam presenciado, o Assistente mostrou a Hilário a importância
da frequência daquele rapaz naquela Casa, onde, aos poucos, recolheria forças
para refazer-se, do mesmo modo que uma planta raquítica encontra estímulo para
a sua restauração no adubo que lhe oferecem. "Dia a dia, ao contacto de
amigos orientados pelo Evangelho, ele e o desafeto – esclareceu Aulus –
incorporarão abençoados valores em matéria de compreensão e serviço, modificando
gradativamente o campo de elaboração das forças mentais. Sobrevirá, então, um
aperfeiçoamento de individualidades, a fim de que a fonte mediúnica surja, mais
tarde, tão cristalina quanto desejamos. Salutares e renovadores pensamentos
assimilados pela dupla de sofredores em foco expressam melhoria e recuperação
para ambos, porque, na imantação recíproca em que se veem, as ideias de um
reagem sobre o outro, determinando alterações radicais." (Obra citada, cap. 9, págs. 81 e 82.)
3. Onde se radicava a causa da obsessão
sofrida por Pedro?
Pedro estava
preso a significativo montante de débitos com o passado. Como sabemos, ninguém
pode avançar livremente para o amanhã sem solver os compromissos do passado.
Por esse motivo, ele trazia consigo aflitiva mediunidade de provação. "É
da Lei que ninguém se emancipe sem pagar o que deve. A rigor, por isso, deve
ser encarado como enfermo, requisitando carinho e tratamento", asseverou
Aulus.
Em seguida,
tocando a fronte de Pedro, auscultou-a demoradamente e, decorridos alguns
instantes de silêncio, informou que o verdugo de hoje fora vítima ontem. Na
derradeira metade do século findo, Pedro era um médico que abusava da missão de
curar. Uma análise mental particularizada identificá-lo-ia em numerosas
aventuras menos dignas. O perseguidor que presentemente lhe domina as energias
era-lhe irmão consanguíneo, cuja esposa nosso amigo doente de agora procurou
seduzir. Para isso, insinuou-se de formas diversas, além de prejudicar o irmão
em todos os seus interesses econômicos e sociais, até incliná-lo à internação
num hospício, onde estacionou por muitos anos, aparvalhado e inútil, à espera
da morte.
Desencarnando
e encontrando-o na posse da mulher, desvairou-se no ódio de que passou a
nutrir-se. Martelou-lhes, então, a existência e aguardou-os, além-túmulo, onde
os três se reuniram em angustioso processo de regeneração. A companheira, menos
culpada, foi a primeira a retornar ao mundo, onde mais tarde recebeu o médico
delinquente nos braços maternais, como seu próprio filho, purificando o amor de
sua alma. O irmão atraiçoado de outro tempo, todavia, ainda não encontrara
forças para modificar-se e continuava vampirizando-o, obstinado no ódio a que
se rendeu impensadamente.
Resumido o
caso de Pedro, o Assistente concluiu: "Penetramos forçosamente no inferno
que criamos para os outros, a fim de experimentarmos, por nossa vez, o fogo com
que afligimos o próximo. Ninguém ilude a justiça. As reparações podem ser
transferidas no tempo, mas são sempre fatais". (Obra citada, cap. 9, págs. 82 e 83.)
*
Na próxima
terça-feira apresentaremos neste Blog a síntese da matéria estudada, para que
os interessados, se assim o desejarem, possam acompanhar os estudos realizados.
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