Uma leitora pergunta-nos
como responder a alguém que, valendo-se dos textos bíblicos, contesta a
existência dos fenômenos mediúnicos.
Diz Léon
Denis que o profetismo em Israel, de Moisés a Jesus, foi um dos fenômenos
transcendentais mais notáveis da História. A origem do profetismo ali foi
assinalada por imponente manifestação relatada pelo Antigo Testamento. Moisés
havia escolhido 70 anciãos e, quando os colocou ao redor do tabernáculo, Jeová,
um dos protetores espirituais do povo judeu e de Moisés em particular, revelou sua
presença em uma nuvem.
Moisés era,
como ninguém ignora, médium vidente e auditivo, e foi graças a tais faculdades que
ele pôde ver e ouvir Jeová na sarça do Horeb e no monte Sinai. Os fenômenos
mediúnicos em sua vida foram, por causa disso, numerosos e expressivos. O
condutor dos hebreus ouvia vozes quando se inclinava diante do propiciatório da
arca da aliança. Recebeu no Sinai, escritas na lápide, as tábuas da lei.
Magnetizador poderoso, fulminou com uma descarga fluídica os hebreus revoltados
no deserto. Médium inspirado, entoou um maravilhoso cântico logo após a derrota
de Faraó. E apresentou ainda um gênero especial de mediunidade – a
transfiguração luminosa – quando, ao descer do Sinai, trazia na fronte uma
auréola de luz.
Samuel, outro
profeta judeu, quando dormia no templo foi muitas vezes despertado por vozes
que o chamavam, falavam-lhe no silêncio da noite e anunciavam-lhe as coisas
futuras.
Esdras
reconstituiu integralmente a Bíblia que se havia perdido, com o auxílio de um
Espírito.
Todo o livro
de Jó está repleto de elucidações e inspirações mediúnicas e sua própria vida,
atormentada por Espíritos infelizes, é um assunto que merece estudos acurados.
A história da
mediunidade dos profetas judeus atingiu a sua culminância com a vinda de Jesus.
A passagem do Mestre pela Terra revela, a cada hora, o seu intercâmbio
constante com o Plano Superior, seja em colóquios com os emissários de alta
estirpe, seja dirigindo-se aos aflitos desencarnados, no socorro aos obsessos
do caminho, como também na equipe de companheiros, aos quais se apresentou em
pessoa, depois da morte. E os próprios discípulos conviveriam com o fenômeno
mediúnico, especialmente a partir dos extraordinários acontecimentos
registrados no dia de Pentecostes que se comemorou imediatamente após a Páscoa
da ressurreição.
Diz Emmanuel
que naquele dia, como informa o livro de Atos (cap. 2, versículos 1 a 13), os apóstolos que se
mantiveram leais ao Senhor converteram-se em médiuns notáveis, ocasião em que,
associadas as suas forças, os emissários espirituais de Jesus produziram, por
meio deles, fenômenos físicos em grande quantidade, como sinais luminosos e
vozes diretas, além de fatos de psicofonia e xenoglossia, em que os
ensinamentos do Evangelho foram ditados em várias línguas, simultaneamente,
para os israelitas de procedências diversas.
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