Grito de alerta
Gonzaguinha
Primeiro você me azucrina,
Me entorta a cabeça,
Me bota na boca um gosto amargo de fel.
Depois vem chorando desculpas,
Assim meio pedindo,
Querendo ganhar um bocado de mel.
Não vê que então
Eu me rasgo, engasgo, engulo,
Reflito e estendo a mão.
E assim nossa vida é um rio secando,
As pedras cortando,
E eu vou perguntando: até quando?
São tantas coisinhas miúdas
Roendo, comendo,
Arrasando aos poucos com o nosso ideal.
São frases perdidas num mundo
De gritos e gestos,
Num jogo de culpa que faz tanto mal.
Não quero a razão, pois eu sei
O quanto estou errado,
O quanto já fiz destruir.
Só sinto no ar
O momento em que o copo está cheio
E que já não dá mais pra engolir.
Veja bem,
Nosso caso é uma porta entreaberta,
E eu busquei a palavra mais certa,
Vê se entende o meu grito de alerta...
Veja bem,
É o amor agitando o meu coração,
Há um lado carente dizendo que sim
E essa vida da gente gritando que não…
Veja bem,
Nosso caso é uma porta entreaberta,
E eu busquei a palavra mais certa,
Vê se entende o meu grito de alerta…
Veja bem,
É o amor agitando o meu coração,
Há um lado carente dizendo que sim
E essa vida da gente gritando que não.
Clicando
neste link – https://www.youtube.com/watch?v=Uus0tK8l6Xw –
você ouvirá a canção acima na interpretação de Maria Bethânia. E, se desejar
ouvi-la cantada pelo próprio Gonzaguinha, clique em https://www.youtube.com/watch?v=hyRnaC_EOSw
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