Um leitor enviou-nos a seguinte pergunta: “Em que consistiram os fenômenos de Hydesville e qual
a sua importância para o advento do Espiritismo?”
Os fenômenos ocorreram numa tosca cabana situada em um
vilarejo de nome Hydesville, pertencente ao Condado de Wayne, no Estado de Nova
York, onde residia a família Fox: o Sr. John, sua mulher Margareth e as filhas
Kate e Margareth.
Eram ruídos, pancadas e batidas de origem ignorada que
foram designados em inglês pelo vocábulo "raps".
Soube-se depois que as manifestações eram produzidas
pelo Espírito de um mascate chamado Charles Rosma, que fora assassinado e
sepultado no porão daquela casa. A família Fox professava a religião metodista,
o que não impediu que Kate e Margareth, as meninas da casa, fossem excelentes
médiuns.
Na noite do primeiro diálogo com Charles Rosma, um dos
moradores do vilarejo sugeriu fosse adotado um interessante método para a
comunicação do Espírito, em que cada letra do alfabeto correspondia a
determinado número de pancadas. Estava, pois, descoberta a "telegrafia
espiritual", que foi o processo adotado, posteriormente, na fase das mesas
girantes.
Os fatos, a partir do primeiro diálogo do Espírito com
a Sra. Fox, ocorrido na noite de 31 de março de 1848, empolgaram a população do
lugar, ocasionando depois as primeiras demonstrações públicas a que as irmãs
Fox se submeteram, realizadas no Corinthian Hall, em Rochester, do que resultou
a formação do primeiro núcleo de estudos dos fatos espíritas.
Devido à cobertura dos fenômenos feita pela imprensa
norte-americana, os fatos atraíram a atenção pública, a tal ponto que hoje se
reconhece que foi ali, em Hydesville, que nasceu o Moderno Espiritualismo, nome
com que os americanos designavam o Espiritismo, um vocábulo então inexistente,
visto que foi criado mais tarde por Allan Kardec, responsável pela publicação
d´O Livro dos Espíritos.
Em 1850, quando a repercussão dos fenômenos já era
grande na América, a senhora Fox e suas filhas passaram a realizar sessões
públicas em Nova York ,
no Hotel Barnum, atraindo muitos curiosos. Havia então nos Estados Unidos
muitos grupos espíritas em atividade e era grande o número de adeptos do
movimento, apesar das investidas da imprensa, que de modo geral atacava os
fenômenos e as médiuns.
A divulgação dessas manifestações e, logo em seguida,
a conversão do juiz Edmonds, materialista que rira da crença nos Espíritos,
pasmaram os norte-americanos, o que aumentou ainda mais o interesse pelos fatos
espíritas, que se espalharam por outros continentes, especialmente a Europa,
onde surgiria – nove anos depois – o livro que abriu o caminho para a
codificação da Doutrina Espírita, tarefa que teve em Allan Kardec a figura
central.
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