O moço
acidentou-se gravemente numa colisão entre veículos. Ao cair de sua moto, o
capacete revelou-se insuficiente para proteger-lhe o crânio. Dias e noites
debateu-se às voltas com a presença da morte numa U.T.I. do principal hospital
da cidade. Em casa, todos oravam. Seus familiares pareciam unir-se para somar
forças e recursos diante do decreto do Invisível, pois temiam sua partida
extemporânea para o Outro Mundo. “É cedo ainda”, pensavam, embora não conseguissem
dizê-lo.
À medida,
porém, que o enfermo se recuperava, o fervor diminuía e, aos poucos, a casa foi
voltando à normalidade. Com sua alta, de novo voltaram as preocupações
materiais, os projetos financeiros, a despreocupação com os altos objetivos de
nossa passagem pela Terra, coisa que deveria merecer um pouco mais de atenção
nos dias que vivemos.
O que ocorre
em um simples acidente físico deveria ocorrer nos acidentes morais.
Quando a
obsessão, qual doença insidiosa, bate à nossa porta, a família necessita pôr-se
em guarda, juntar esforços e orar muito, porque, mais perigosa do que uma lesão
de natureza orgânica, a obsessão pode liquidar projetos nobres e ser o túmulo
das mais caras aspirações.
Por que,
então, não a encarar como um mal que é preciso ser extirpado?
Por que não a
eleger o problema número um da família inteira?
É de Scheilla
(Espírito), por intermédio da psicografia de Chico Xavier, a seguinte
advertência:
“Há dez
sinais vermelhos no caminho da experiência, indicando queda provável na obsessão:
Quando
entramos na faixa da impaciência;
Quando
acreditamos que a nossa dor é a maior;
Quando
passamos a ver ingratidão nos amigos;
Quando
imaginamos maldade nas atitudes dos companheiros;
Quando
comentamos o lado menos feliz dessa ou daquela pessoa;
Quando
reclamamos apreço e reconhecimento;
Quando
supomos que o nosso trabalho está sendo excessivo;
Quando
passamos o dia a exigir esforço alheio, sem prestar o mais leve serviço;
Quando
pretendemos fugir de nós mesmos, através do álcool ou do entorpecente;
Quando
julgamos que o dever é apenas dos outros”.
E Scheilla
assim conclui:
“Toda vez que
um desses sinais venha a surgir no trânsito de nossas ideias, a Lei Divina está
presente, recomendando-nos a prudência de amparar-nos no socorro da prece ou na
luz do discernimento”. (Ideal Espírita,
cap. 27, obra psicografada por Francisco Cândido Xavier.)
A lição
transcrita dispensa comentários.
A obsessão é
enfermidade moral que só alcança o homem que lhe abre portas e janelas para ela
entrar.
Há, todavia, um
antídoto para esse inquietante mal, expresso no lembrete seguinte de Eurípedes
Barsanulfo (Espírito), constante do livro Sementes
da Vida Eterna, psicografado por Divaldo Franco: “Através do Evangelho
(...) encontramos o antídoto eficiente contra a sua proliferação: o amor!”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário