Como o pássaro que volta a cantar
CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Haverá
os dias com mais sorriso e leveza; haverá os com mais gris cuja tristeza será a
presença; ainda virão os dias perturbadores nos quais nos sentiremos tão fracos
que a passagem parecerá ter chegado; os dias de insegurança também amanhecerão;
e a luz voltará a brilhar porque a vida é a maravilhosa lição de aprendizado.
No
caminho presenciaremos campos verdes com flores coloridas, miudinhas e maiores;
nossos passos caminharão em paz. Depois, olhando para o horizonte, chuva de
pedra surgirá, mas um local haverá para a nossa proteção. Durante essa espera,
poderemos observar detalhes nunca antes avistados e voltaremos a seguir. Até
poderão ocorrer outros muitos “imprevistos” ‒ mais conhecidos como lições a
serem aprendidas ‒, tropeços, desfalecimento e quedas, mas alguém nos resgatará
para colocar-nos na estrada novamente.
E nós,
mais uma vez, como sobreviventes de uma batalha, seguiremos rumo à luz do sol,
pois, de certa maneira, sabemos quantos apuros já vivenciamos, quantas vezes
tentaram aniquilar-nos, mas somos bravos e dentro do coração há a sabedoria de
que precisamos continuar, ir adiante, amar, conhecer, pois as estrelinhas do
céu só brilham porque aprenderam a levitar, a criar e a manter sua própria luz.
As
estrelinhas também cintilam para nos orientarem, já que possuem luz e quem luz
tem, o maior desejo é iluminar. São discretas e puras, tantas vezes já
presenciaram nossa dor, a morte que quase se tornou real diante da dor que nos
tomou conta. Ainda, assim, continuamos os passos. E o horizonte nos chama. Em
alguns momentos, ele parece muito perto, logo ali, e em outros, a distância
imensurável eterniza a chegada. Seguimos.
Seguimos
como a planta que nasce no mais inóspito local; como seres esperançosos no
amor; como o pássaro solitário, mas determinado, que encontra os pássaros
companheiros de há muito tempo e volta a cantar... cantar a sua melodia.
Seguimos com o instinto espiritual buscando mais luz e refletindo sobre as
inúmeras ocorrências vividas de quase morte na vida.
Refletiremos
sobre a solidão, a bondade, o amor, a dor, a desesperança, a força, a luz e a
sua falta, o companheirismo, o olhar amoroso e o frio olhar, a mão estendida a
ajudar e a receber ajuda. Refletiremos durante a caminhada e, principalmente,
quando pudermos mais nos conectar com o silêncio que faz ouvir o verdadeiro
sentimento; então nos veremos como de fato somos, pequeninos filhos de Deus que
a cada dia se desenvolverão até assemelharem-se às estrelas do céu.
E dias tão
variados continuarão a nascer, já que cada um possui o conteúdo necessário para
o nosso crescimento. Melhor que seja assimilado o conhecimento, pois, dessa
forma, mais aprendizado se avalia em menor tempo e com menos dor. Mas não será
o último dia difícil.
Como a
flor murcha que cai ou a flor seca para dar maior força à planta, nós também
precisaremos aprender a viver um dia de cada vez e hoje ser o mais importante
deles. E quando houver dor olharmos para o céu, durante o dia, e aceitarmos a
luz dourada do sol que nos aquece, e quando à noite, buscarmos a luz das
estrelas que nos anima e em toda a vida lembrarmo-nos das palavras sinceras que
nos ligam a outra dimensão.
Em
muitas vezes ainda nos sentiremos abalados, e em tantas vezes seremos fortes. E
os pássaros sempre cantam porque, embora também sintam dor, eles sentem ainda
mais a alegria de viver.
Como consultar as matérias deste
blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: http://goo.gl/OJCK2W, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele nos
propicia.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário