Ajudemo-nos
Maria Augusta Bittencourt (Espírito)
O tempo é o advogado de todos. Fala sem palavras e exalta
sem louros humanos.
Confere a cada um, segundo as próprias obras, a alegria
ou a dor, a libertação ou o cativeiro.
Jesus não nos conhece pelos títulos religiosos que
possuímos no mundo, mas pelo nosso coração, pelo nosso caráter e pelos nossos
sentimentos. Vale mais acumular dons de servir e lutar pelo bem, que guardar
moedas ou títulos destinados ao esquecimento.
Bem-aventurado é o trabalhador que, na hora do
crepúsculo, se sente ainda com o tesouro do serviço. As estrelas brilham para
ele com renovado fulgor e o Pai de Infinita Bondade lhe renova as energias para
o trabalho a fazer.
Que encontremos em tudo, sobretudo, a felicidade de
trabalhar para o bem, sem repouso.
O Céu nos fortalecerá para que não desfaleçamos na
marcha.
Louvemos os padecimentos que nos surpreendem a caminhada,
porque não possuímos mais competentes instrutores para guiar-nos ao cume da
divina ressurreição.
Desculpemos a existência pelos golpes que nos oferece.
Pensemos que os nossos dias mais felizes são aqueles da mágoa e do sofrimento,
que muitas vezes nos perseguem na Terra.
Viver confiando em Deus, ainda mesmo que as provações se
multipliquem, significa tudo na base do êxito espiritual.
A oração é o remédio milagroso que o doente recebe em
silêncio. A vida é infinita e o dia se renova constantemente, sob o hálito
divino do Criador.
A morte é a grande niveladora no mundo e precisamos, em
muitos casos, esperar por ela, a fim de que certos problemas sejam desvendados.
A meditação e a prece serão sempre lugares benditos de
reencontros com a inspiração divina.
As dificuldades são luzes, quando aproveitamos o seu
concurso para o bem.
Ajudemo-nos, ajudando aos outros, na tarefa da nossa
própria libertação.
É indispensável admitir a necessidade do nosso testemunho
no sacrifício, para nos abeirarmos na verdade e suportá-la.
Precisamos crer no poder do trabalho e da boa vontade, os
sublimes orientadores da alma, no roteiro que o Mestre nos traçou.
Do livro Cartas do
Coração, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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