terça-feira, 26 de fevereiro de 2019





O pescador e o mundo

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

O mar, naquele dia, estava mais calmo que de costume. O pescador, em seu barco, aguardava o momento propício para puxar a rede e se sentir satisfeito ou não com o volume recolhido de peixes. Com aquele trabalho, sustentava a família e escrevia a história de sua vida.
Enquanto aguardava, os seus olhos buscavam o horizonte de quase amanhecer; alguns raios começavam a ensaiar para a nova manhã, ganhavam força os acontecimentos favoráveis, os desejos ainda não alcançados criavam o colorido para a sua realização, ou seja, a crença de que o que tanto se deseja pode tornar-se, sim, realidade.
O seu entendimento, naquele momento, lhe permitiu agradecer a Deus as tantas alegrias, oportunidades, algumas delas como a família que tanto amava, a família necessária; a casinha para voltar; os olhos para olharem o mar; o sustento pelo trabalho valorizado e amado, pois os peixes multiplicados cessam a fome de um povo; o abraço do vento do mar, abraço profundo que cura; sentir-se aquecido pelo sol e ainda fortalecer o seu humano corpo. Agradecimento infindo, pois como se agradece a vida?
Com calma, os sais se misturaram na pele morena de seu rosto, pele queimada de sol, sal de lágrima e sal de mar. O pescador tinha seus tesouros, ele passou a compreender que somente o que pudesse carregar seria, então, a sua riqueza em todos os lugares.
Ele não precisava de tanto mais. Criara o seu mundo com sabedoria, apenas o necessário. O pescador e a vida, ambos deixando os melhores exemplos para quem, com eles, quisesse aprender. Eu, enfim, comecei a querer aprender.
Os raios de sol já estavam fortalecidos, era hora de puxar a rede e continuar a jornada sobre as ondas bravas ou as mansas marolas.


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