domingo, 19 de maio de 2019





A oração é uma força em nossa vida

O texto que publicamos neste blog no último domingo suscitou interessantes comentários em torno da prece e seu efetivo valor.
A principal obra da doutrina espírita – O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec – dedica um capítulo inteiro à prece, definindo esta como um legítimo ato de adoração ao Criador da vida, cuja importância para nós é muito grande, e bem superior à que geralmente imaginamos. “Orar a Deus – ensina o Espiritismo – é pensar n’Ele; é aproximar-se d’Ele; é pôr-se em comunicação com Ele.” (O Livro dos Espíritos, item 659.)
Ensinada pelo Cristo e pelos instrutores espirituais, a prece é, em verdade, uma manifestação da alma em busca da Presença Divina, uma espécie de conversa com o Criador ou com seus prepostos, e por isso deve ser despida de todo e qualquer formalismo.
A prece deve ser o primeiro ato no nosso retorno às atividades de cada dia e, em face disso, cultivada diariamente. O Espírito de Monod assim o recomenda em uma mensagem constante do capítulo 27, item 22, d´O Evangelho segundo o Espiritismo.
Lembremos aqui algumas recomendações que sobre a prece colhemos na doutrina espírita:
  A prece, quando ditada pelo coração, é sempre agradável a Deus.
  A prece deve ser secreta, não precisa ser longa e deve ser antecedida do ato do perdão.
  A prece não pode ser paga, porque “é um ato de caridade, um lance do coração".
  O essencial não é orar muito, mas orar bem.
  A prece deve ser espontânea, objetiva, robusta de sentimentos elevados, que precisam ser cultivados sempre.
  A forma da prece nada vale, mas sim o conteúdo.
  A atitude daquele que ora é íntima, eminentemente espiritual. Atitudes convencionais, posição externa e rituais são vestes dispensáveis ao ato de orar.
  A prece deve traduzir o que realmente estamos sentindo, pensando e querendo naquele momento, de uma forma precisa, sem que isso constitua uma repetição de termos que, na maioria das vezes, são ininteligíveis para quem os profere.       
  A prece torna melhor o homem, porque aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo.
  Podemos pedir a Deus que nos perdoe as faltas, mas só obteremos o perdão mudando de proceder, visto que as boas ações são a melhor prece e os atos valem mais que as palavras.
Há no Evangelho um exemplo de prece que deveria servir como modelo para todos nós que habitualmente oramos. Falamos da prece do publicano, narrada no cap. XVIII do Evangelho segundo Lucas. Recordemos a lição, que nos mostra que a humildade e a sinceridade são requisitos fundamentais na oração:

“Jesus também disse esta parábola a alguns que punham a sua confiança em si mesmos, como sendo justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu, publicano o outro.  O fariseu, conservando-se de pé, orava assim, consigo mesmo: Meu Deus, rendo-vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem mesmo como esse publicano. Jejuo duas vezes na semana; dou o dízimo de tudo o que possuo.
O publicano, ao contrário, conservando-se afastado, não ousava, sequer, erguer os olhos ao céu; mas, batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim, que sou um pecador.
Declaro-vos que este voltou para a sua casa, justificado, e o outro não; porquanto aquele que se eleva será rebaixado e aquele que se humilha será elevado.” (Lucas, cap. XVIII, vv. 9 a 14.)

Além da humildade e da sinceridade exemplificadas na prece do publicano, um outro requisito essencial é destacado por Jesus em seu ensinamento sobre a oração, ou seja, o esquecimento e o perdão que devemos conceder aos que nos tenham prejudicado. Jesus recomenda-nos expressamente que devemos reconciliar-nos com os adversários, antes de oferecermos ao Pai a nossa oferenda e elevarmos a Ele a nossa prece.
Segundo a doutrina espírita, três coisas podemos fazer por meio da prece: louvar, pedir e agradecer.
Louvar é reconhecer e enaltecer a Deus por tudo o que Ele criou. Significa aceitar com alegria tudo o que nos rodeia, que, no tocante à participação do Senhor em nossa vida, é sempre justo, equilibrado e perfeito. Exemplo de prece de louvor é o Salmo 23 de Davi.
No tocante à prece de pedido, eis algo que todos fazemos, mas são poucos, em verdade, os que sabemos fazê-lo, o que nos leva geralmente a pedir a Deus aquilo que não se deve. Não devemos pedir, por exemplo, o afastamento da dor, mas as forças e a compreensão para suportá-la.
Emmanuel nos dá a propósito disso, em "Recados do Além", um exemplo que deveríamos seguir em nossas preces de pedido: "Jesus! Reconheço que a Tua vontade é sempre o melhor para cada um de nós; mas se me permites algo pedir-Te, rogo me auxilies a ser uma bênção para os outros".
Concluindo, é bom que nos lembremos de agradecer também a Deus a bênção da vida, a família que temos, os amigos que nos rodeiam, a saúde e as oportunidades que Ele nos concede todos os dias com a generosidade e a paciência de um verdadeiro Pai.

  




Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele nos propicia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário