O Tesouro dos
Espíritas
Miguel Vives y Vives
Parte 10
Damos sequência ao estudo do clássico O Tesouro dos Espíritas, de Miguel Vives y Vives, que está sendo
aqui estudado em 16 partes, com base na tradução de J. Herculano Pires,
conforme a 6ª edição publicada pela Edicel.
Nosso objetivo é que este estudo possa servir para o leitor
como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto abaixo.
Questões preliminares
A. Como combater a influência espiritual antes que se
transforme em possessão?
B. Que fazer ante as ambições e os desejos insaciáveis?
C. Como deve agir a pessoa que luta contra a paixão pelo
dinheiro?
Texto para
leitura
114. Não devemos olvidar nunca que na Terra jamais teremos
a paz completa e que, se alguma vez chegarmos a senti-la, será de pouca
duração. Por isso, quando formos atormentados por estados como esses, devemos
ser fortes, resistir e opor-lhes serenidade, paciência e calma sem limites. (P.
127)
115. A tentação por pensamento não nos causa tanto
sofrimento como a possessão. Para combater esta, devemos extirpar nossas
paixões, nossos vícios e os desejos ilícitos. Ela começa assim: o Espírito das
trevas faz que nossos pensamentos e desejos ilícitos provoquem sensações e
excitações, quando se apresenta uma ocasião favorável. Temos então de cerrar as
portas do pensamento a toda ideia que represente uma infração da lei divina.
(P. 128)
116. Se o espírita, que aspira por seguir uma vida nova,
não se escudar na oração, no amor, na caridade, com um forte desejo de
libertar-se, as coisas se tornam piores do que antes, quando o indivíduo se
iniciou no Espiritismo. Eis aí a causa da falência de muitos que começaram e
não puderam continuar. (P. 129)
117. É particularmente às pessoas muito aferradas ao
dinheiro, aos interesses materiais, que isso acontece. Essa paixão é muito
difícil de ser arrancada, é a que mais custa corrigir. Por isso, é muito raro
que um egoísta apegado ao dinheiro consiga entrar e manter-se no Espiritismo.
(P. 130)
118. Aplica-se aqui a transcendente frase de Kardec: Fora
da caridade não há salvação. O indivíduo aferrado aos interesses materiais tem
grandes dificuldades de compreender e aceitar o Espiritismo: eis a barreira que
retém a Humanidade. O apego ao dinheiro é sinal evidente de falta de caridade e
amor ao próximo. Quem tem esse apego não se encontra em via de realizar grandes
progressos. (P. 130)
119. O homem deve procurar atender a suas necessidades, de
maneira justa e honrosa; quando elas já estão satisfeitas, não deve exceder-se
em ambições e desejos insaciáveis. De tudo quanto puder adquirir, além do
necessário, deve fazê-lo apenas por meios estritamente lícitos e do que ajuntar
deve distribuir grande parte aos necessitados. (PP. 130 e 131)
120. Devemos lembrar-nos de que a felicidade não está na
Terra, mas no Espaço, competindo-nos, pois, fazer todo o possível para
enriquecer nosso Espírito com virtudes e boas obras, certos de que um de nossos
maiores inimigos é o amor ao dinheiro, isto é, o egoísmo, que é o pior e o mais
fatal inimigo do homem. (P. 131)
121. Uma maneira de combater essa paixão e a tentação que a
acompanha é fazer os necessitados participantes de nossa poupança. Isso fará
que nossas iniciativas e nossos trabalhos redundem em benefício dos que sofrem.
Quem proceder desta maneira terá a satisfação de possuir algo para seu
bem-estar terreno e para seu progresso espiritual, pois seus esforços
resultarão na prática do bem. (P. 132)
122. Assim, ao realizar um bom negócio ou fazer um trabalho
bem pago, deverá imediatamente destinar uma quantia proporcional ao ganho para
remediar os males e as necessidades dos que sofrem. (P. 132)
123. Quanto à tentação possessiva, que é aquela em que o
Espírito das trevas penetra na própria consciência da criatura, há uma maneira
de conhecê-la e combatê-la: basta opor-lhe um estado de consciência baseado no
desejo da mais reta justiça. Por exemplo: sentimos repugnância por uma pessoa?
Oporemos um espírito de caridade a toda prova. Sentimos um amor excessivo por
alguém? Devemos equilibrá-lo pelo senso da reta justiça. (PP. 132 e 133)
124. A tentação, como já foi dito, se manifesta por muitas
maneiras; mas, se nos escudarmos em um verdadeiro senso de justiça, perceberemos
logo sua presença e poderemos combatê-la. No caso de não podermos afastá-la
apenas pela nossa vontade, devemos recorrer à oração, evocando com ardor e fé nosso
Guia espiritual e as influências de Espíritos elevados. (P. 133)
125. Nunca devemos duvidar do auxílio do Alto, pois a estes
casos se aplicam as palavras do Senhor: Pedi, e vos será dado; batei e se vos
abrirá; vigiai e orai. Enquanto se sofre, é preciso alimentar uma paciência a
toda prova, com serena resignação, que é a maneira mais eficaz de desanimar o
Espírito tentador. Desse modo, se às tentações soubermos opor sempre um senso
de reta justiça, uma paciência e resignação a toda prova, ofereceremos uma
barreira ao Espírito das trevas, que nunca poderá induzir-nos ao erro nem
causar-nos qualquer espécie de transtorno. (PP. 133 e 134)
Respostas às
questões preliminares
A. Como
combater a influência espiritual antes que se transforme em possessão?
Para isso, é preciso extirpar nossas paixões, nossos vícios
e os desejos ilícitos. A influência começa assim: o Espírito das trevas faz que
nossos pensamentos e desejos ilícitos provoquem sensações e excitações, quando
se apresenta uma ocasião favorável. Temos então de cerrar as portas do
pensamento a toda ideia que represente uma infração da lei divina. Se o
espírita, que aspira por seguir uma vida nova, não se escudar na oração, no
amor, na caridade, com um forte desejo de libertar-se, as coisas se tornam
piores do que antes, quando o indivíduo se iniciou no Espiritismo. Eis aí a
causa da falência de muitos que começaram e não puderam continuar. (O Tesouro dos Espíritas, 1ª Parte, Guia
Prático para a Vida Espírita, pp. 128 e 129.)
B. Que fazer
ante as ambições e os desejos insaciáveis?
O homem deve procurar atender a suas necessidades, de
maneira justa e honrosa, sem exceder-se em ambições e desejos insaciáveis. De
tudo quanto puder adquirir, além do necessário, deve fazê-lo apenas por meios
estritamente lícitos e do que ajuntar deve distribuir grande parte aos
necessitados. Devemos lembrar-nos de que a felicidade não está na Terra, mas no
Espaço, competindo-nos, pois, fazer todo o possível para enriquecer nosso
Espírito com virtudes e boas obras, certos de que um dos nossos maiores
inimigos é o amor ao dinheiro, isto é, o egoísmo, que é o pior e o mais fatal
inimigo do homem. (Obra citada, pp. 130 e 131.)
C. Como deve
agir a pessoa que luta contra a paixão pelo dinheiro?
Uma maneira de combater essa paixão e a tentação que a
acompanha é fazer os necessitados participantes de nossa poupança. Isso fará
com que nossas iniciativas e nossos trabalhos redundem em benefício dos que
sofrem. Quem proceder desta maneira terá a satisfação de possuir algo para seu
bem-estar terreno e para seu progresso espiritual, pois seus esforços
resultarão na prática do bem. Assim, ao realizar um bom negócio ou fazer um
trabalho bem pago, deverá imediatamente destinar uma quantia proporcional ao
ganho para remediar os males e as necessidades dos que sofrem. (Obra citada,
pág. 132.)
Observação:
Eis os links que remetem aos
textos anteriores:
Parte 7 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/04/o-tesouro-dosespiritas-miguel-vives-y_19.html
Parte 8 – https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/04/o-tesouro-dosespiritas-miguel-vives-y_26.html
Parte 9 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2019/05/o-tesouro-dosespiritas-miguel-vives-y.html
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