Relatos do presente e diário do futuro
CÍNTHIA
CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR
Somente o que é
real ao espírito transcende, o que é matéria fica na materialidade, tão exato
quanto a morte na vida. Os animais, claramente, nos lembram disso quando há
cinco minutos saímos de casa e retornamos, e a sua alegria é imensa.
Também os olhos de
quem nos ama estão brilhosos sempre que nos veem e quando vemos os que amamos
também os nossos ficam. O abraço acolhedor nos ampara tanto que, naquele
momento, frente ao pior deles, esquecemos tamanha aflição. Um sorriso puro nos
consola mesmo perdendo quantias.
Em períodos
bastante decisivos de dor e medo, um rosto amigo é tudo o que queremos ver,
como a visão de um oásis em um infindável deserto. Posição social não deveria
ser ostentada em ocasião alguma, deveria ser apenas uma conquista de conhecer
mais o que pode beneficiar um número maior de pessoas com a consciência de que
quanto mais conhecimento mais responsabilidade.
No entanto aguardo
um dia em que nossa casa terrena seja um lugar no qual a paz valerá tanto
quanto o orgulho e o egoísmo de hoje e o amor pelo próximo cobrirá a
indiferença desses duros dias. As mãos estarão estendidas para quem precisar se
levantar e a noite será acolhedora como os raios do sol numa manhã fria.
Eu espero ver o
amor humano tão verdadeiro quanto o dos nossos animaizinhos. Também espero não
ver a tristeza de muitos causada pela insensibilidade de tantos outros. Espero
ainda participar de conversas carinhosas e edificantes e não temer o amanhecer
seguinte. Espero, inclusive, que não tarde além da conta essa melhoria, pois
tantos vírus de negligência e desamor estão se proliferando em nosso planeta
que tenho medo de isso se tornar comum demais. E espero que a humanidade comece
a curar-se para compreender sinceramente o que é viver e o que é o amor.
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