sábado, 1 de fevereiro de 2020





Até que a justiça divina aja

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

O Espírito Manoel Philomeno de Miranda informa-nos que o Espírito decaído que se tornaria o novo soberano, numa das regiões trevosas da espiritualidade, ironizando o código búdico das quatro nobres verdades, propôs seu programa de domínio espiritual intitulado as quatro legítimas verdades:
primeira: "o homem é um animal sexual que se compraz no prazer" e, portanto, "deve ser estimulado ao máximo, até a exaustão", após o que, deve ser levado "aos abusos, às aberrações";
segunda: "o narcisismo é filho predileto do egoísmo e pai do orgulho, da vaidade, inerentes ao ser humano"; deve-se, portanto, estimular a "presunção, nas modernas escolas do Espiritualismo, ensejando a fascinação";
terceira: "o poder tem prevalência na natureza humana", por ser "remanescente dos instintos agressivos, dominadores e arbitrários";
quarta: "o dinheiro, que compra vidas e escraviza almas, será outro excelente recurso decisivo. [...] o conforto amolenta o caráter, desestimula os sacrifícios" (FRANCO, 2011, p. 89- 90).
Sintetizando, o soberano das trevas, propõe seu programa de combate a Deus, a Jesus e seus irmãos, que ainda lutamos para sair da infância espiritual, baseado em quatro fraquezas humanas: luxúria, narcisismo, poder e riqueza. Começo a análise pela quarta fraqueza.
Deus é Amor. Ninguém é tão bom quanto Deus, já dizia Jesus ao jovem que o chamara de bom Mestre e lhe perguntara que fazer para alcançar a vida eterna. 
— Por que me chamas bom? Não há bom, senão um só que é Deus (Mateus, 19: 17).
Ao lhe ser dito em seguida, pelo Mestre, que guardasse os mandamentos, o jovem, que era rico, pergunta a Jesus: — Quais?
O Mestre cita-lhe, em  síntese, os Dez Mandamentos; e o jovem afirma-lhe que, desde a mocidade, vinha guardando esses mandamentos. E torna a perguntar: — Que me falta ainda?
Então Jesus propõe-lhe algo que, até hoje, parece absurdo à maioria das criaturas da Terra:
— Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-me.
Ouvindo essas palavras, o moço saiu pesaroso, pois possuía muitos bens. E foi então que Jesus comentou ser muito difícil, a quem ama as riquezas da Terra, matéria efêmera, possuir os tesouros do Céu, destinados ao espírito eterno, onde "as traças não roem, a ferrugem não consome e o ladrão não rouba" (Mateus, 6: 19, 20).
O apego à riqueza adiou o alcance da "vida eterna" ou "reino de Deus" por aquele jovem, ainda que estivesse bem-intencionado. Nas próximas crônicas, falarei sobre a luxúria, o narcisismo e o poder.  

Referências:
BÍBLIA SAGRADA. Tradução de João Ferreira de Almeida. 4. ed. Barueri, SP: 2011.
BÍBLIA DE JERUSALÉM. Diversos tradutores. 3. imp. São Paulo: Paulus, 2004.
FRANCO, Divaldo Pereira. Trilhas da Libertação. Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda. 10. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2011.





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