O Livro dos Espíritos
Allan Kardec
Estamos fazendo neste espaço – sob a
forma dialogada – o estudo dos oito principais livros do Codificador do
Espiritismo. Serão ao todo 1.120 questões objetivas distribuídas em 140 partes,
cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog
sempre às quintas-feiras.
Continuamos hoje o estudo da principal
obra espírita – O Livro dos Espíritos
–, cuja publicação inicial ocorreu em 18 de abril de 1857.
Parte 15
113. Para agradar a Deus e assegurar
uma boa posição futura, basta ao homem não praticar o mal?
Não. Cumpre-lhe fazer o bem no limite de suas forças, porquanto
responderá por todo mal que haja resultado de não haver praticado o bem. (O Livro dos Espíritos, questões 630, 641
e 642.)
114. Há diferentes graus no mérito do
bem que praticamos?
Sim. O mérito do bem está na dificuldade em praticá-lo. Nenhum
merecimento há em fazê-lo sem esforço e quando nada custe. Em melhor conta tem
Deus o pobre que divide com outro o seu único pedaço de pão, do que o rico que
apenas dá do que lhe sobra, disse-o Jesus, a propósito do óbolo da viúva. (Obra citada, questões 643 e 646.)
115. Em quantas partes o ensinamento
espírita divide a lei de Deus e qual é, dentre elas, a mais importante?
Em dez partes, tal como Moisés a dividiu com vistas a abranger
todas as circunstâncias da vida, o que é essencial. A última parte – a lei de
justiça, amor e caridade – é, porém, a mais importante, por ser a que faculta
ao homem adiantar-se mais na vida espiritual e porque resume todas as outras.
(Obra citada, questões 647 e 648.)
116. Em que consiste a adoração e qual
a forma de adoração que Deus prefere?
No sentido espiritual, adoração significa elevação do pensamento a
Deus. A adoração verdadeira é do coração, por isso Deus prefere os que o adoram
do fundo do coração, com sinceridade, fazendo o bem e evitando o mal, aos que
julgam honrá-lo com cerimônias que os não tornam melhores para com os seus
semelhantes. Somente nos lábios e não na alma tem religião aquele que professa
adorar a Deus, mas que é orgulhoso, invejoso e cioso, duro e implacável para
com outrem, ou ambicioso dos bens deste mundo. (Obra citada, questões 649, 650,
653, 654 e 657.)
117. Que é prece e qual a sua
finalidade? A prece torna o homem melhor?
A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é
aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com ele. A três coisas podemos
propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer. A prece torna melhor o
homem, porque aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as
tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. (Obra citada,
questões 658 a 660 e 663.)
118. Considerando que podemos orar
pelos outros, inclusive pelos que já se encontram desencarnados, pode a prece
mudar a natureza de nossas provas?
As provas a que nos submetemos estão nas mãos de Deus e algumas há
que têm de ser suportadas até o fim; mas Deus sempre leva em conta a
resignação. A prece traz para junto de nós os bons Espíritos e, dando-nos estes
a força para suportá-las corajosamente, menos rudes elas nos parecem. Com
relação às pessoas por quem oramos, a prece não pode ter por efeito mudar os
desígnios de Deus, mas a alma por quem se ora experimenta alívio, porque recebe
assim um testemunho do interesse que inspira aquele que por ela pede e também
porque o desgraçado sente sempre um refrigério, quando encontra almas caridosas
que se compadecem de suas dores. Por outro lado, mediante a prece, aquele que
ora concita o infeliz ao arrependimento e ao desejo de fazer o que é necessário
para ser feliz. Neste sentido é que se lhe pode abreviar a pena, se, por sua
parte, ele secunda a prece com a boa vontade. O desejo de melhorar-se,
despertado pela prece, atrai para junto do Espírito sofredor Espíritos
melhores, que o vão esclarecer, consolar e dar-lhe esperanças. Jesus orava
pelas ovelhas desgarradas, mostrando-nos, desse modo, que culpados seremos se
não fizermos o mesmo por aqueles que mais necessitam de nossas preces. (Obra
citada, questões 662, 663 e 664.)
119. De onde se originaram os
sacrifícios humanos praticados pelos homens com o fito de agradar a Deus?
Dois foram os motivos que levaram os homens a essa prática. O
primeiro é que os povos mais antigos não compreendiam Deus como sendo a fonte
da bondade, mesmo porque o senso moral neles próprios não se achava
desenvolvido. O segundo motivo é que acreditavam que uma criatura animada
teria, aos olhos de Deus, mais valor do que um corpo material ou inanimado. Foi
por isso que começaram a imolar, inicialmente, animais e, mais tarde, homens.
De conformidade com a falsa crença que possuíam, pensavam que o valor do
sacrifício era proporcional à importância da vítima. Não foi, portanto, o
sentimento de crueldade que motivou tais práticas, mas sim a falsa ideia de que
agradariam a Deus agindo daquela forma. (Obra citada, questões 669 e 670.)
120. Os sacrifícios de animais e de
pessoas são agradáveis a Deus?
Não, nunca foram. Deus, porém, julga pela intenção. Sendo
ignorantes os homens, natural era que supusessem praticar ato louvável imolando
seus semelhantes. Nesses casos, Deus atentava unicamente na ideia que presidia
ao ato e não neste. À proporção que se foram melhorando, os homens passaram a
reconhecer o erro em que laboravam e, por fim, aboliram de seus costumes essas
práticas. (Obra citada, questões 669 a 673.)
Observação:
Para acessar a Parte 14
deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/03/o-livro-dos-espiritos-allan-kardec_26.html
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