quarta-feira, 22 de abril de 2020


Obreiros da Vida Eterna

André Luiz

Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar. Serão ao todo 960 questões objetivas distribuídas em 120 partes, cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog sempre às quartas-feiras.
Concluído o estudo dos três primeiros livros, damos prosseguimento hoje ao estudo do 4º livro da série, Obreiros da Vida Eterna, que o médium Chico Xavier psicografou.

Parte 7

49. Enquanto a alma de Dimas permaneceu ligada ao cadáver, que espécie de intercâmbio se verificava entre o corpo físico e o corpo perispiritual?
André disse que, duas horas antes do enterro dos despojos de Dimas, teve a nítida impressão de que através do cordão fluídico, do cérebro morto ao cérebro vivo, o desencarnado absorvia os princípios vitais restantes do campo fisiológico. André notou também que, ao mesmo tempo em que o organismo perispirítico recebia as últimas forças do corpo inanimado, este absorvia algo de energia do outro, que o mantinha sem notáveis alterações. O apêndice prateado era verdadeira artéria fluídica, sustentando o fluxo e o refluxo dos princípios vitais em readaptação. Logo que retirada a derradeira via de intercâmbio, o cadáver mostrou sinais, quase de imediato, de avançada decomposição e, em compensação, Dimas-espírito despertava. (Obreiros da Vida Eterna, cap. 15, pp. 226 a 230.)
50. Que ambiente invisível deparou André no cemitério, por ocasião do enterro de Dimas?
Foi com surpresa que André Luiz viu que as grades da necrópole estavam cheias de entidades desencarnadas, em gritaria ensurdecedora. Verdadeira concentração de vagabundos sem corpo físico apinhava-se à porta, endereçando ditérios e piadas à longa fila de amigos do morto. No entanto, ao perceberem a presença dos benfeitores espirituais, mostraram carantonhas de enfado, e um deles, mais decidido, depois de fitar o grupo com desapontamento, bradou: "Não adianta! É protegido..." O padre Hipólito explicou: "Nossa função, acompanhando os despojos, não se verifica apenas no sentido de exercitar o desencarnado para os movimentos iniciais de libertação. Destina-se também à sua defesa. Nos cemitérios costuma congregar-se compacta fileira de malfeitores, atacando vísceras cadavéricas, para subtrair-lhes resíduos vitais". (Obra citada, cap. 15, pp. 231 a 235.)
51. Por que André não pôde cortar o grilhão que prendia uma pobre mulher ao cadáver já apodrecido?
André bem que quis cortar o grilhão, mas o atendente prontamente objetou, esclarecendo que sua equipe tinha ordens expressas no sentido de que ainda isso não poderia ser feito. "Se desatássemos a algema benéfica, ela regressaria, intempestiva, à residência abandonada, como possessa de revolta, a destruir o que encontrasse. Não tem o direito, como mãe infiel ao dever, de flagelar com a sua paixão desvairada o corpinho tenro do filho pequenino e, como esposa desatenta às obrigações, não pode perturbar o serviço de recomposição psíquica do companheiro honesto que lhe ofereceu no mundo o que possuía de melhor", disse o amigo espiritual. E ele mesmo ajuntou: "É da lei natural que o lavrador colha de conformidade com a semeadura. Quando acalmar as paixões vulcânicas que lhe consomem a alma, quando humilhar o coração voluntarioso, de modo a respeitar a paz dos entes amados que deixou no mundo, então será libertada e dormirá sono reparador, em estância de paz que nunca falta ao necessitado reconhecido às bênçãos de Deus". A lição era dura, mas lógica. (Obra citada, cap. 15, pp. 236 a 239.)
52. Por que Dimas, mesmo depois da desencarnação, alternava bons e maus momentos?
Foi Jerônimo quem explicou esse fato, lembrando inicialmente que cada pessoa é um mundo e que convicções e realizações constituem obra nossa. Cada assembleia de aprendizes recebe a mesma bagagem de ensinamentos, mas os alunos diferenciam-se quanto ao aproveitamento pessoal. Dimas foi destacado discípulo do Evangelho, principalmente no setor de assistência e difusão, mas, quanto a si mesmo, não fez aproveitamento integral das lições recebidas. "Espalhou as sementes da luz e da verdade, dedicou-se largamente à causa do bem, merecendo, por isso mesmo, socorro especialíssimo. Contudo, no campo particular, não se preparou suficientemente. Qual ocorre à maioria dos homens, prendeu-se demasiadamente às teias domésticas, sem maior entendimento. Conferiu excessivo carinho à roda familiar, sem noção de equidade, no caminho terrestre", informou Jerônimo. E concluiu dizendo que Dimas consagrou-se à companheira e aos filhos, mas, se lhes deu muita ternura, não lhes proporcionou todo o esclarecimento de que dispunha, libertando-os da esfera pesada de incompreensão. Agora, muito naturalmente, sofria-lhes o assédio. "A inquietude dos parentes atinge-o, através dos fios invisíveis da sintonia magnética", resumiu Jerônimo. Dimas não se preparou interiormente, considerando-se as necessidades do desapego construtivo. Seria preciso, portanto, algum tempo para edificar a resistência. (Obra citada, cap. 15 e 16, pp. 237 a 242.)
53. Por que a situação de Fábio, comparada à de Dimas, era espiritualmente mais equilibrada?
Enquanto Dimas ali estava em porfiada luta consigo mesmo, para restaurar seu próprio equilíbrio, diferente era a situação de Fábio. Sua casinha singela encantava. Ali havia paz e silêncio, harmonia e bem-estar. À apreciação espiritual, parecia delicioso oásis em meio de vasto deserto. Fábio arregimentara todas as medidas relacionadas com a próxima libertação, submetendo-se, dócil, aos desígnios superiores. Tivera existência modesta; limitara o voo das ambições mais nobres, no culto da espiritualidade redentora; esforçara-se suficientemente pela tranquilidade familiar; fora acicatado por dificuldades sem conta, no transcurso da experiência que terminava; deixava a esposa e dois filhos amparados na fé viva, e, embora não lhes legasse facilidades econômicas, afastava-se do corpo físico, jubiloso e confortado, com a glória de haver aproveitado todos os recursos que a esfera superior lhe havia concedido. Além de haver-se afeiçoado profundamente ao Evangelho do Cristo, vivendo-lhe os princípios renovadores, com todas as possibilidades ao seu alcance, Fábio conseguira iluminar a mente da companheira e construir bases sólidas no espírito dos filhinhos, orientando-os para o futuro. E, ademais, Fábio estava desencarnando na ocasião prevista, visto que aproveitara todos os recursos que lhe foram conferidos, malgrado o corpo franzino e doente desde a infância. (Obra citada, cap. 16, pp. 242 a 246.)
54. Que medida socorrista se verificou no banho que precedeu o falecimento de Fábio?
Primeiro foram-lhe aplicados passes longitudinais. Em seguida, quando Fábio se preparava para o banho, Jerônimo e Aristeu ministraram à água pura certos agentes de absorção e ampararam a dedicada esposa que, por sua vez, auxiliava Fábio a banhar-se. "Notei, admirado, que a operação se fizera acompanhar de salutaríssimos efeitos – registrou André Luiz –, surpreendendo-me, mais uma vez, ante a capacidade absorvente da água comum. A matéria fluídica prejudicial fora integralmente retirada das glândulas sudoríparas". (Obra citada, cap. 16, pp. 246 a 251.)
55. Como foi o despertamento de Fábio na vida espiritual?
Fábio recobrou as forças de modo notavelmente rápido. Os longos e difíceis exercícios de espiritualidade superior, levados a efeito por ele na Crosta, frutificavam agora, em bênçãos de serenidade e compreensão. E, por isso, experimentava tranquilidade. Embora não fosse um gênio das alturas, era servo distinto, em posição invejável pelos débitos pagos e pela venturosa possibilidade de prosseguir a caminho de altos e gloriosos cumes do conhecimento. (Obra citada, cap. 16 e 17, pp. 251 a 259.)
56. Por que motivo a desencarnação de Albina foi adiada?
A decisão atendera a certa rogativa partida da própria Crosta. Assim, ao invés de auxílio para a liberação, a educadora receberia forças para demorar-se na Crosta. Mas a desencarnação de Albina não seria adiada por muito tempo, porque seu organismo físico estava gasto, e a medida destinava-se apenas a remediar difícil situação, de modo a trazer benefícios para muita gente. (Obra citada, cap. 17, pp. 259 a 264.)

Observação:
Para acessar a parte 6 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/04/obreiros-da-vidaeterna-andre-luiz_15.html





Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo.






Nenhum comentário:

Postar um comentário