Obreiros da Vida
Eterna
André Luiz
Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o
estudo de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série
Nosso Lar. Serão ao todo 960 questões objetivas distribuídas em 120 partes,
cada qual com oito perguntas e respostas.
Os textos são publicados neste blog sempre às
quartas-feiras.
Concluído o estudo dos três primeiros livros, damos
prosseguimento hoje ao estudo do 4º livro da série, Obreiros da Vida Eterna, que o médium Chico Xavier psicografou.
Parte 6
41. Por que não
é difícil aos enfermos que se aproximam da desencarnação ausentar-se do corpo?
Os que se aproximam da desencarnação, nas moléstias
prolongadas, comumente se ausentam do corpo, em ação quase mecânica, o que é
facilitado pelo fato de que seus familiares, cansados de vigílias, tudo fazem
por rodear os enfermos de silêncio e cuidado. (Obreiros da Vida Eterna, cap. 12, pp. 191 a 195.)
42. Que é que
socorre as pessoas nas supremas horas evolutivas?
O que socorre as pessoas nesses momentos não é a rotulagem
externa, mas a sementeira do esforço próprio nos serviços da sabedoria e do amor,
que frutifica, no instante oportuno, através de providências intercessórias ou
de compensações espontâneas da lei que manda entregar as respostas do Céu a
cada um por suas obras. (Obra citada, cap. 12, pp. 195 a 198.)
43. Por que
Dimas, embora desencarnasse antes da hora, recebeu tão alta consideração dos
Benfeitores espirituais?
Dimas, segundo o assistente Jerônimo, não chegou realmente a
aproveitar todo o tempo prefixado, mas não era um suicida. O assistente
explicou o que realmente aconteceu. Dimas não conseguira preencher toda a cota
de tempo que lhe era lícito utilizar, em virtude do ambiente de sacrifício que
lhe dominou os dias, na existência recém-finda. Acostumado, desde a infância, à
luta sem mimos, desenvolveu o corpo, entre deveres e abnegações incessantes.
Desfavorecido de qualquer vantagem material, conheceu ásperas obrigações para
ganhar a intimidade com as leituras mais simples. Entregue ao serviço rude, no
verdor da mocidade, constituiu a família, pingando suor no sacrifício diário.
Passou a vida em submissão a regulamentos, conquistando a subsistência com
enorme despesa de energia. Mesmo assim, encontrou recursos para dedicar-se aos
que gemem e sofrem nos planos mais baixos que o dele. Recebendo a mediunidade,
colocou-a a serviço do bem coletivo. Conviveu com os desalentados e aflitos de
toda sorte. E porque seu espírito sensível encontrava prazer em ser útil e em
razão de guardarem os necessitados raramente a noção do equilíbrio, sua
existência converteu-se em refúgio de enfermos do corpo e da alma. Ele perdera
quase integralmente o conforto da vida social, privou-se de estudos edificantes
que lhe poderiam prodigalizar mais amplas realizações ao idealismo de homem de
bem e prejudicou as células físicas, no acúmulo de serviço obrigatório e
acelerado na causa do sofrimento humano. Pelas vigílias compulsórias, noite
adentro, atenuou-se-lhe a resistência nervosa; pela inevitável irregularidade
das refeições, distanciou-se da saúde harmoniosa do estômago; pelas
perseguições gratuitas de que foi objeto, gastou fosfato excessivamente e,
pelos choques reiterados com a dor alheia, que sempre lhe repercutiu
amargamente no coração, alojou destruidoras vibrações no fígado. A enfermidade
que pôs fim aos seus dias foi, por isso, uma mera consequência. (Obra citada,
cap. 13, pp. 199 a 203.)
44. Alguns beneficiados
da missão cumprida por Dimas desejavam visitá-lo e testemunhar-lhe sua
gratidão, mas Jerônimo vetou tal ideia. Por quê?
O Assistente explicou que, se Dimas estivesse plenamente
senhor das emoções, não haveria nenhum problema. Mas ele permanecia sob
agitações psíquicas muito fortes. Sabia do seu fim próximo, mas não podia
esquivar-se, de súbito, às algemas domésticas. Temia o futuro dos seus,
conservava-se em total descontrole dos nervos e enlaçava-se nas emissões de
inquietude da esposa e dos filhos. Por isso, a manifestação de carinho,
merecida e justa, deveria ficar para o dia em que Dimas se deslocasse da Casa
Transitória de Fabiano para as regiões mais altas. (Obra citada, cap. 13, pp.
203 a 209.)
45. Como
Jerônimo procedeu para a liberação da alma de Dimas e seu desprendimento do
corpo físico?
Primeiramente, Jerônimo insensibilizou inteiramente o vago,
para facilitar o desligamento nas vísceras. A seguir, com passes longitudinais,
isolou todo o sistema nervoso simpático, neutralizando, mais tarde, as fibras
inibidoras no cérebro. Em seguida, começou a operar sobre o plexo solar,
desatando laços que localizavam forças físicas. Com passes concentrados sobre o
tórax, Jerônimo relaxou os elos que mantinham a coesão celular no centro
emotivo, operando sobre determinado ponto do coração, que passou a funcionar
como bomba mecânica, desreguladamente. Mais tarde, após ligeiro descanso,
Jerônimo voltou a intervir no cérebro. Era a última etapa do processo.
Concentrando todo o seu potencial de energia na fossa romboidal, Jerônimo
quebrou alguma coisa que André não pôde perceber com minúcias, e brilhante
chama violeta-dourada desligou-se da região craniana. (Obra citada, cap. 13,
pp. 209 a 212.)
46. Segundo as
informações prestadas por Fabriciano, para quais médiuns os mentores
espirituais estabelecem projetos concretos de cooperação?
A mediunidade é título de serviço como qualquer outro, mas
há pessoas que pugnam pela obtenção de títulos, sem estimar as obrigações que
lhes correspondem. É por isso que não se estabelecem conjuntos de cooperação
para todos os médiuns, mas apenas para aqueles que estejam dispostos ao
trabalho ativo. (Obra citada, cap. 14, pp. 213 a 215.)
47. O suicida,
ainda que inconsciente do seu ato, recebe auxílio especial por ocasião de sua
desencarnação?
Em princípio, todos os fenômenos de desencarnação contam com o amparo da
caridade afeta às organizações de assistência geral. Mas só aquele que se
distinguiu no esforço perseverante do bem conta com o auxílio de missão
especializada. (Obra citada, cap. 14, pp. 215 a 217.)
48. Que lições
podemos extrair do velório de Dimas?
São muitas as lições a extrair desse
caso, a seguir resumidas. A lei do merecimento está sempre presente na vida e,
por isso, a paz legítima não frutifica sem a semeadura necessária. Para gozar o
descanso, a pessoa precisa, antes de tudo, merecê-lo. As imagens contidas nas
evocações das palestras que ocorrem durante um velório incidem sobre a mente do
desencarnante, e não somente as imagens, porque muitas vezes a lembrança de
certos fatos funciona como evocação dos protagonistas desencarnados. Dimas,
embora dedicado à causa do bem, descuidara-se de incentivar a prática metódica
da oração em família, no santuário doméstico. Por causa disso, ele tinha
defesas pessoais, mas a residência, sem qualquer proteção, conservava-se à
mercê da visitação de qualquer classe. As câmaras mortuárias não devem ser
pontos de referência à vida social, mas recintos consagrados à oração e ao silêncio.
Nos velórios deveriam prevalecer sempre os pensamentos amigos e reconfortadores,
as preces de auxílio e as vibrações fraternais, mas, como isso nem sempre
ocorre, os que morrem na indigência, abandonados à própria sorte, costumam ser
muito mais felizes em tais ocasiões. (Obra citada, cap. 14, pp. 218 a 225.)
Observação:
Para acessar a parte 5 parte deste estudo, publicada na
semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/04/obreiros-da-vidaeterna-andre-luiz_8.html
Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a
estrutura deste blog, clique neste link:
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