quarta-feira, 18 de novembro de 2020

 


Entre a Terra e o Céu

 

André Luiz

 

Parte 6

 

Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos seis primeiros livros da Série, damos sequência nesta data ao estudo da sétima obra: Entre a Terra e o Céu, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada originalmente em 1954.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro "Entre a Terra e o Céu", para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete "Entre a Terra e o Céu".

Eis as questões de hoje:


41. Amaro teve culpa na morte de Esteves, hoje Mário Silva?

Não. Foi Leonardo Pires quem o envenenou. Amaro não sabia do fato. Esteves não supunha que Leonardo conhecesse a deserção da esposa e procurou, então, agradá-lo, aceitando-lhe a companhia. O suculento repasto de que se serviram exigia algum trago de vinho e Leonardo não hesitou, ministrando-lhe o veneno que trazia às ocultas. Foi assim que o crime ocorreu. (Entre a Terra e o Céu, cap. XVII, pp. 105 e 106.)

42. Mário Silva rememorou seu passado quando esteve reencarnado com o nome de Esteves?

Sim. O fato contou com a ajuda do Ministro Clarêncio, que lhe pediu calma e disse que ali estava para que ele recordasse o passado. Ato contínuo, situando a destra na fronte de Mário, este se aquietou, de repente, acusando estranha metamorfose. O enfermeiro estava agora mais elegante, mais jovem e, depois de alguns momentos, exclamou, semiaterrado: "Ah! agora!... agora me lembro!... Meu agressor de ontem é Leonardo Pires... Como poderia esquecê-lo assim tão infantilmente? como não rememorar? Disputávamos a mesma mulher... Achávamo-nos em Luque, quando conheci a cantora e bailarina admirável... Lola Ibarruri! Quem senão ela poderia oferecer-me o bálsamo do esquecimento?!" E Mário, transmudado em Esteves, prosseguiu em suas reminiscências: "Realmente fiz tudo para separá-los... Ele não era o tipo de homem capaz de fazê-la feliz! Lola trazia consigo a beleza, a juventude e a arte reunidas e eu carregava no peito o esquife dos sonhos mortos...”. Na sequência, ele rememorou o crime de que fora vítima por envenenamento. (Obra citada, cap. XVII, págs. 105 e 106.)

43. Quem era Lina Flores, pivô do suicídio de Júlio?

Lina Flores era descendente de uma das famílias de Mato Grosso aprisionadas pelos paraguaios na invasão de dezembro de 1864. Esteves a conheceu em casa de respeitável família que a adotara por filha. Em janeiro de 1869, com apoio do Marquês de Caxias, aproveitando um momento de trégua, eles se casaram. (Obra citada, cap. XVII, pp. 106 a 108.)

44. Que motivo levou Júlio ao suicídio?

Depois de haver traído Esteves, que era seu esposo, passando então a viver com Júlio, Lina igualmente traiu a confiança deste que, de volta a casa, encontrou-a certo dia nos braços de Armando. "Menos forte que eu mesmo – informou Esteves –, Júlio esqueceu-se do revés com que me dilacerara, semanas antes, e, cego de absorvente afeição, ingeriu grande dose de corrosivo... Socorrido a tempo, na caserna, conseguiu sobreviver, mas, incapaz de suportar os males corpóreos decorrentes da intoxicação, depois de alguns dias embebedou-se deliberadamente e arrojou-se às águas do Paraguai, aniquilando-se, enfim..." (Obra citada, cap. XVII, pp. 109 e 110.)

45. Que ligação havia entre Esteves, Júlio e Armando?

Eles eram amigos inseparáveis na caserna. Pouco tempo depois do casamento de Esteves e Lina Flores, os dois amigos foram pela primeira vez em visita ao lar de Esteves. Colocados à frente de Lina, ambos se sentiram, porém, incompreensivelmente ligados àquela jovem bela e simples, cuja presença exerceu sobre os dois intraduzível atração. Júlio foi tomado por surda paixão, enquanto Armando, em respeito a Esteves, tentou retrair-se. Júlio insinuou-se junto à recém-casada, cobrindo-a de gentilezas, e Lina acabou envolvendo-se nas atenções do rapaz, fazendo-lhe concessões. "Recordo-me do dia em que Esteves me procurou, desolado, comentando o golpe que recebera...", relatou Amaro. (Obra citada, cap. XVIII, pp. 111 e 112.)

46. Armando, hoje Amaro, teve alguma influência no suicídio de Júlio?

Sim, uma influência indireta. Júlio vivia com Lina Flores, mas ela se insinuou para Armando. Foi então que em certa manhã de maio Júlio encontrou-os juntos. Desesperado, o rapaz ingeriu grande quantidade de corrosivo, mas foi amparado e salvo. Não sabendo, porém, suportar os padecimentos da garganta e do esôfago, bem como as provações morais que o acometeram, ele arrastou-se até às águas do Paraguai e suicidou-se. (Obra citada, cap. XVIII, pp. 112 a 114.)

47. Armando encontrou Lina Flores depois de sua desencarnação?

Sim. Lina Flores morreu no Rio de Janeiro, revoltada e sofredora, amaldiçoando o mundo e as criaturas. Armando (hoje Amaro) encontrou-a mais tarde na vida espiritual. Achava-se unida a Júlio em aflitivas condições de sofrimento depurador. Foi então que ele, compreendendo a extensão de seu débito, prometeu ressarci-lo amparando a ambos na senda terrestre. (Obra citada, cap. XVIII, pp. 114 a 116.)

48. Lina Flores se encontrava naquele momento reencarnada?

Sim. Lina Flores reencarnou com o nome de Zulmira, atual esposa de Amaro, o mesmo Armando do passado. Clarêncio explicou que ela voltou em companhia de Armando em dolorosas reparações. O consórcio para eles não era um castelo de flores de laranjeira, mas uma associação de interesses espirituais para o trabalho regenerativo. Arrependido de sua conduta no passado, Armando reparava seus erros acolhendo no mesmo teto Júlio e Lina Flores, que reclamava alguém que a recambiasse ao serviço renovador, a fim de auxiliar Júlio. "Nossas ações são pesadas na Justiça Divina... Não podemos enganar o Supremo Senhor. Nossos débitos, por isso mesmo, devem ser resgatados, ceitil a ceitil...", acrescentou o Ministro. (Obra citada, cap. XIX, pp. 118 a 120.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 5 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/11/entre-terra-eo-ceu-andre-luiz-parte-5.html

 

 

 

 

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