O Livro dos Médiuns
Allan Kardec
Parte 21
Continuamos o estudo metódico de “O
Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, segunda das obras que compõem o Pentateuco
Kardequiano. Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.
Caso o leitor queira ter em mãos o
texto consolidado d’ O Livro dos Médiuns,
para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN
e, em seguida, no verbete "O Livro dos Médiuns”.
Eis as questões de hoje:
161. Como podem apresentar-se as reuniões espíritas?
As reuniões espíritas, conforme sua natureza, podem ser frívolas,
experimentais ou instrutivas.
Reuniões frívolas são as que se compõem de pessoas que veem apenas o lado
divertido das manifestações, que se divertem com as facécias dos Espíritos
levianos, e nas quais se perguntam toda sorte de banalidades, se faz ler a buena dicha e mil outras coisas desse
gênero.
Reuniões experimentais são as que têm por objetivo a produção das
manifestações físicas. Este gênero de experiências tem uma utilidade inegável,
porque foram elas que fizeram descobrir as leis que regem o mundo invisível. Se
forem dirigidas com método e prudência, obter-se-ão bem melhores resultados.
Reuniões instrutivas são aquelas das quais podemos tirar o verdadeiro
ensinamento e, para isso, devem ser sérias, ou seja, ocupar-se com coisas
úteis, excluídas todas as outras. (O
Livro dos Médiuns, itens 324 a 327.)
162. Qual a utilidade
das reuniões de estudo?
As reuniões de estudo são de imensa utilidade para os médiuns e para as
pessoas que têm um desejo sério de se aperfeiçoar. A instrução espírita não
compreende somente o ensinamento moral dado pelos Espíritos, mas também o
estudo dos fatos: é a ela que incumbe a teoria de todos os fenômenos, a
pesquisa das causas e, como consequência, a verificação do que é possível e do
que não o é; numa palavra, a observação de tudo o que pode fazer progredir a
ciência espírita. (Obra citada, itens 328 e 329.)
163. Que condições são
necessárias a uma reunião espírita?
Uma reunião é um ser coletivo cujas qualidades e propriedades são a
resultante das qualidades de seus membros e formam uma espécie de feixe, que terá
tanto mais força quanto mais homogêneo for. Toda reunião espírita deve, pois,
tender à homogeneidade maior possível. É preciso ainda o recolhimento e a
comunhão de pensamentos, sendo fato provado pela experiência que os pequenos
círculos íntimos são sempre mais favoráveis às boas condições que a reunião
deve reunir. Outros fatores importantes são a regularidade das reuniões e as
disposições morais dos seus componentes. (Obra citada, itens 331 a 333.)
164. As causas das
perturbações em um grupo espírita radicam-se apenas no seio dos
encarnados?
Não. Os causadores de perturbações encontram-se igualmente no mundo
invisível. Do mesmo modo que há Espíritos protetores para as sociedades, as
cidades e os povos, Espíritos malfeitores se apegam aos grupos como aos
indivíduos. Apegam-se primeiro aos mais fracos, aos mais acessíveis, e procuram
fazer deles instrumentos, para depois tentarem envolver o conjunto. Todas as
vezes então que num grupo uma pessoa caia no laço, é preciso confessar que há
um inimigo no campo, um lobo no aprisco, e que o grupo deve manter-se em
guarda, porque é mais do que provável que ele multiplicará suas tentativas. Se
não o desencorajarem por uma resistência enérgica, a obsessão se torna então
como um mal contagioso, que se manifesta nos médiuns pela perturbação da
mediunidade e nos outros pela hostilidade dos sentimentos, a perversão do senso
moral e a perturbação da harmonia. (Obra citada, item 340.)
165. Qual o melhor
antídoto contra a perturbação nos grupos?
O mais possante antídoto desse mal é a prática da caridade; por isso é a
caridade que eles procuram sufocar. Não se deve então esperar que o mal se
torne incurável para trazer-lhe o remédio; é preciso mesmo não esperar os
primeiros sintomas, mas sobretudo trabalhar por preveni-lo. Para isso há dois
meios eficazes, se forem bem empregados: a prece de coração e o estudo atento
dos primeiros sinais que revelam a presença dos Espíritos enganadores. Se um
dos membros sente a influência da obsessão, todos os esforços devem tender,
desde os primeiros indícios, a lhe abrir os olhos, de medo que o mal se agrave,
a fim de trazer-lhe a convicção de que está enganado e o desejo de secundar
aqueles que o querem livrar. (Obra citada, item 340.)
166. A prece deve ser
usada nas reuniões espíritas?
Sim. As reuniões devem começar pela prece, por uma espécie de oração que
facilite a concentração; mas não basta pronunciar algumas palavras para afastar
os maus Espíritos. A eficácia da oração está na sinceridade do sentimento que a
dita; está sobretudo na unanimidade da intenção, porque nenhum daqueles que a
ela não se associar de coração não se poderá beneficiar, nem beneficiar os
outros. (Obra citada, cap. XXXI, item XVI.)
167. A eficácia da prece
está na sua fórmula?
Não. Inexiste uma fórmula absoluta para a prece. Deus é muito grande para
atribuir mais importância às palavras do que ao pensamento. Guardem-se,
sobretudo, de fazer para isso uma dessas fórmulas banais que se recitam para
aquietar a consciência. O sentimento é tudo; a fórmula nada vale. (Obra citada,
cap. XXXI, item XVI.)
168. A que fator o
Espiritismo deverá a sua mais potente propagação?
As reuniões verdadeiramente sérias. É a elas que o Espiritismo deverá a
sua mais potente propagação. Ligando os homens honestos e conscienciosos, essas
reuniões imporão silêncio à crítica e, quanto mais puras sejam suas intenções,
mais serão respeitadas mesmo por seus adversários, porque a zombaria, quando
ataca o bem, deixa de provocar o riso; ela se torna desprezível. (Obra citada,
item 341.)
Observação: Para acessar a Parte 20
deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/10/o-livro-dos-mediuns-allan-kardec-parte_29.html
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