quinta-feira, 26 de novembro de 2020

 



O Evangelho segundo o Espiritismo

 

Allan Kardec

 

Parte 2

 

Prosseguimos o estudo metódico de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, terceira das obras que compõem o Pentateuco Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em abril de 1864.

Este estudo será publicado sempre às quintas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN e, em seguida, no verbete "O Evangelho segundo o Espiritismo”.

Eis as questões de hoje:


9. Quem eram os Escribas e os Fariseus? 

Escribas era o nome dado, a princípio, aos secretários dos reis de Judá e a certos intendentes dos exércitos judeus. Mais tarde, foi aplicado especialmente aos doutores que ensinavam a lei de Moisés e a interpretavam para o povo. Faziam causa comum com os Fariseus, de cujos princípios partilhavam, bem como da antipatia que eles votavam aos inovadores.

Os Fariseus eram os partidários de uma seita influente que teve por chefe Hillel, doutor judeu nascido na Babilônia, fundador de uma escola célebre, onde se ensinava que só se devia depositar fé nas Escrituras. Sua origem remonta a 180 ou 200 anos antes de Jesus. Os fariseus, em diversas épocas, foram perseguidos, especialmente sob Hircano - soberano pontífice e rei dos judeus -, Aristóbulo e Alexandre, rei da Síria. Este último, porém, lhes deferiu honras e restituiu os bens, de sorte que eles readquiriram o antigo poderio e o conservaram até à ruína de Jerusalém, no ano 70 da era cristã, época em que se lhes apagou o nome, em consequência da dispersão dos judeus. Servis cumpridores das práticas exteriores do culto e das cerimônias, cheios de um zelo ardente de proselitismo e inimigos dos inovadores, afetavam grande severidade de princípios, mas, sob as aparências de meticulosa devoção, ocultavam costumes dissolutos, muito orgulho e, acima de tudo, excessiva ânsia de dominação. Tinham a religião mais como meio de chegar a seus fins do que como objeto de fé sincera. Da virtude nada possuíam, além das exterioridades e da ostentação; entretanto, por umas e outras, exerciam grande influência sobre o povo, a cujos olhos passavam por santas criaturas. Acreditavam ou pelo menos fingiam acreditar na Providência, na imortalidade da alma, na eternidade das penas e na ressurreição dos mortos. (O Evangelho segundo o Espiritismo, Introdução, item III.)

10. Por que os judeus e os samaritanos eram inimigos?

Após o cisma das dez tribos, Samaria se constituiu a capital do reino dissidente de Israel. Destruída e reconstruída várias vezes, tomou-se, sob os romanos, a cabeça da Samaria, uma das quatro divisões da Palestina. Herodes, chamado o Grande, a embelezou de suntuosos monumentos e, para lisonjear Augusto, lhe deu o nome de Augusta, em grego Sebaste.

Os samaritanos estiveram quase constantemente em guerra com os reis de Judá. Aversão profunda, datando da época da separação, perpetuou-se entre os dois povos, que evitavam todas as relações recíprocas. Os samaritanos, para tornarem maior a cisão e não terem de ir a Jerusalém pela celebração das festas religiosas, construíram para si um templo particular e adotaram algumas reformas. Somente admitiam o Pentateuco, que continha a lei de Moisés, e rejeitavam todos os outros livros que a esses foram posteriormente anexados. Seus livros sagrados eram escritos em caracteres hebraicos da mais alta antiguidade. Para os judeus ortodoxos, eles eram heréticos e, portanto, desprezados, anatematizados e perseguidos. O antagonismo das duas nações tinha, pois, por fundamento único a divergência das opiniões religiosas, embora fosse a mesma a origem das crenças de uma e outra. Eram os protestantes daquele tempo. (Obra citada, Introdução, item III.)

11. Quem eram os Saduceus e em que acreditavam? 

Os Saduceus eram adeptos de uma seita judia que se formou por volta do ano 248 antes de Cristo e cujo nome lhe veio de Sadoc, nome de seu fundador. Não acreditavam na imortalidade, nem na ressurreição, nem nos anjos bons e maus, mas acreditavam em Deus. Nada esperando após a morte, só o serviam tendo em vista recompensas temporais, ao que, segundo eles, se limitava a providência divina. Assim pensando, tinham a satisfação dos sentidos físicos por objetivo essencial da vida. Quanto às Escrituras, atinham-se ao texto da lei antiga. Não admitiam a tradição, nem interpretações quaisquer. Colocavam as boas obras e a observância pura e simples da Lei acima das práticas exteriores do culto. Eram, como se vê, os materialistas, os deístas e os sensualistas da época. Seita pouco numerosa, contava, porém, em seu seio importantes personagens e se tornou um partido político oposto constantemente aos fariseus. (Obra citada, Introdução, item III.)

12. Quais foram os principais precursores da ideia cristã e do Espiritismo? 

Os filósofos Sócrates e Platão. (Obra citada, Introdução, item IV.)

13. Qual foi o crime que levou Sócrates à condenação? 

Tal como aconteceu com Jesus, Sócrates teve a morte dos criminosos, vítima do fanatismo, por haver atacado as crenças que encontrara e colocado a virtude real acima da hipocrisia e do simulacro das formas; por haver, numa palavra, combatido os preconceitos religiosos. Do mesmo modo que Jesus, a quem os fariseus acusavam de estar corrompendo o povo com os ensinamentos que lhe ministrava, também ele foi acusado pelos fariseus do seu tempo, visto que sempre os houve em todas as épocas, por proclamar o dogma da unidade de Deus, da imortalidade da alma e da vida futura. (Obra citada, Introdução, item IV.)

14. Há quantas partes na lei de Moisés?

Na lei mosaica há duas partes distintas: a lei de Deus, promulgada no monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, decretada por Moisés. A primeira é invariável; a outra, apropriada aos costumes e ao caráter do povo, se modifica com o tempo. É de todos os tempos e de todos os países o Decálogo; daí o seu caráter divino. As outras são leis que Moisés decretou, obrigado que se via a conter, pelo temor, um povo turbulento e indisciplinado, no qual tinha ele de combater arraigados abusos e preconceitos, adquiridos durante a escravidão do Egito. Para imprimir autoridade às suas leis, houve de lhes atribuir origem divina, conforme o fizeram todos os legisladores dos povos primitivos. (Obra citada, capítulo I, itens 1 e 2.)

15. Jesus modificou profundamente as leis de Moisés. Segundo Kardec, que é que ele veio ensinar à Humanidade? 

Jesus veio ensinar aos homens que a verdadeira vida não é a que transcorre na Terra e sim a que é vivida no reino dos céus; veio ensinar-lhes o caminho que a esse reino conduz, os meios de eles se reconciliarem com Deus e de pressentirem esses meios na marcha das coisas por vir, para a realização dos destinos humanos. (Obra citada, capítulo I, itens 3 e 4.)

16. De que decorria a indiscutível autoridade de Jesus?

A autoridade de Jesus decorria da natureza excepcional do seu Espírito e de sua missão divina. (Obra citada, capítulo I, item 4.)

 

 

Observação: Para acessar a 1ª Parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/11/o-evangelho-segundo-o-espiritismo-allan.html

 

 

 

 

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