Nos Bastidores
da Obsessão
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 7 e final
Concluímos hoje o estudo – sob a forma dialogada – do livro Nos Bastidores da Obsessão, de Manoel
Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco e publicada no ano
de 1970 pela Editora da FEB. Este estudo foi publicado neste blog às
segundas-feiras.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do
livro "Nos Bastidores da Obsessão”, para complementar o estudo, sugerimos
que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL
e, em seguida, no verbete "Nos Bastidores da Obsessão”.
Eis as questões de hoje:
49. Que fato
levou Mateus Soares de novo ao hospital?
Enquanto Mariana se equilibrava com suas atividades na Casa
espírita, Marta continuava nas suas aventuras quimbandistas, o que levou sua
mãe a admoestá-la, certa noite, quando ela retornava ao lar. A resposta da filha
foi imprevisível. Possessa e desrespeitosa, agrediu moralmente Dona Rosa com
palavras fortes e azedas e, furiosa, tentou agredi-la fisicamente. Mateus
Soares, acordado subitamente, ouvindo a balbúrdia que se fizera na casa,
levantou-se de seu leito, colérico, armado com uma acha ameaçadora, mas, a
poucos passos, cambaleou e tombou ao solo. A ferida cirúrgica voltou a sangrar
e, por isso, foi levado de novo ao Pronto-Socorro, onde lutaria pela
sobrevivência, com diagnóstico de embolia cerebral. (Nos Bastidores da Obsessão,
cap. 13, pp. 235 a 242.)
50. Responsável
pelo que acontecera a seu pai, Marta se acalmou com a hospitalização dele?
Não. Possessa pelo ódio surdo, Marta recolheu-se ao quarto,
dele recusando-se a sair, mesmo sabendo do que sucedera ao pai. José Petitinga
a visitou e lhe disse da importância de vivermos em paz com nossos familiares.
Ela, porém, reagiu negativamente às palavras do notável espiritista baiano,
que, no entanto, a chamou à responsabilidade e lhe mostrou a insuficiência dos
recursos espirituais votados ao mal. "Tais Espíritos, minha filha, não são
Guias: são cegos arrastando cegos ao abismo em que todos se precipitarão",
disse-lhe Petitinga. Marta replicou dizendo que eles têm a força e libertam as
vítimas da obsessão pelo uso dessa força, ao contrário dos espiritistas, que
nada podem. O benfeitor baiano retrucou dizendo que a violência não liberta e a
força não convence. "A vitória do poder da força é ilusória, porque ela
mesma gera a força da reação que a destrói", asseverou Petitinga, que fez
uma longa digressão sobre os métodos da luz, comparados com os métodos das
trevas. "Uma gota de luz vence a treva; todavia, a abundância da segunda
nada consegue em relação à primeira... A impiedade nada produz",
afirmou-lhe o apóstolo do Espiritismo na Bahia. E, após um longo diálogo,
viu-se que o poder dos argumentos e a força moral do velho doutrinador
acalmaram a atormentada, que, após uma oração feita por Miranda e passes
ministrados por Petitinga, agradeceu emocionada, comprometendo-se a visitar o
pai e a meditar nas novas diretrizes que se lhe deparavam naquelas dolorosas
circunstâncias. (Obra citada, cap. 13, págs. 238 a 242.)
51. A
enfermidade de Mateus trouxe para a família algum benefício?
Sim. Desde que Mateus retornara ao lar, Mariana tornou-se
voluntariamente sua companhia generosa, ajudando-o na higiene, mantendo os
horários dos medicamentos, substituindo a mãe ao lado dele, enquanto esta
cuidava das tarefas do lar. Adalberto, que já frequentava a casa desde a
enfermidade de Mariana, foi-se transformando em filho do hemiplégico, que
começou, ante o carinho de todos, a apresentar sinais comovedores de renovação
espiritual. Amália continuava firme nos seus afazeres e Marta, passando a uma
atitude de maior reflexão, pôs-se a ajudar a mãe nas costuras, no lar e na arte
do bordado, aumentando a receita doméstica de forma expressiva. Além disso, o grupo
espírita, liderado por Petitinga, também auxiliava materialmente a família, de
forma a diminuir a crueza das provações naquela casa. (Obra citada, cap. 14,
pp. 245 e 246.)
52. Marta tinha
medo do revide dos seus ex-comparsas. Que é que Petitinga lhe disse?
Petitinga a encorajou, dizendo-lhe que uma atitude honesta
faz-se acompanhar de fluidos convincentes que envolvem, poderosos, aqueles a
quem nos dirigimos. Sugeriu-lhe que procurasse seu pai e lhe pedisse perdão, e
depois passasse a frequentar a Casa espírita, onde estudaria as Obras de Kardec
e mais tarde poderia colocar suas faculdades medianímicas a serviço do Cristo.
"Não há força que tenha mais força que a força do amor", completou
Petitinga. (Obra citada, cap. 14, pp. 246 a 250.)
53. Que efeito
teve o culto do Evangelho na renovação de Mateus?
O culto teve desdobramentos inesperados. Notavam-se lágrimas
nos olhos do enfermo e Marta, visivelmente sensibilizada, tomou a mão direita
do genitor, que não fora afetada pela embolia, ajoelhou-se ao lado do corpo
semimorto no leito e, beijando-a, pediu-lhe perdão. A voz saía a custo. O pai,
com muito esforço, tornou-se digno do gesto da filha e cingiu nos seus os dedos
de Marta, abençoando-a em silêncio e emotividade com o esquecimento do mal e a
esperança do bem. A cena era comovedora. Mariana perguntou então a Petitinga se
seria válido ler para o seu pai, sempre que possível, "O Evangelho segundo
o Espiritismo". A resposta do extraordinário evangelizador baiano foi
positiva e ele aproveitou para mostrar a importância do Evangelho no lar,
explicando que a leitura atenderia também aos sofredores espirituais que
porventura estivessem vinculados ao enfermo. Em seguida, falou sobre o poder do
pensamento, esclarecendo que todos sofremos os reflexos uns dos outros, na
carne, como também daqueles que estagiam fora do invólucro material. (Obra
citada, cap. 14, pp. 250 a 254.)
54. Na época em
que os fatos ocorreram, a hanseníase era enfermidade de difícil tratamento e
cura quase impossível. Ora, se Henriette – que se encontrava internada em um
lazareto – era hanseniana, como explicar sua cura?
Henriette, agora reencarnada com o nome de Ana Maria, não
era efetivamente hanseniana; sua doença era apenas um simulacro. (Obra citada, cap.
15, pp. 261 a 264.)
55. É válido
promover cerimônia religiosa espírita por ocasião do matrimônio de confrades
que a desejem?
Segundo José Petitinga, não. A essa pergunta, Petitinga
respondeu: O Espiritismo é a Doutrina de Jesus, em espírito e verdade, sem
fórmulas nem ritos, sem aparências nem representantes, sem ministros, e não há
qualquer culto externo no Espiritismo, mesmo nas ocasiões de casamento. Se
alguém quiser fazer uma oração, que o faça em particular, para que não
transformemos a festividade num culto exterior inadmissível. (Obra citada, cap.
16, pp. 267 a 272.)
56. Que desfecho
tiveram os casos Mariana–Guilherme e Teofrastus–Henriette? E que postura
deveriam adotar ante a vida para lograrem sucesso na programação encetada?
Como sabemos, Guilherme renasceria no lar de Mariana e
Adalberto. Ao ser apresentado ao futuro pai, Guilherme baixou os olhos e,
trêmulo, não conseguiu dominar as lágrimas abundantes. Mariana avançou e
envolveu-o em abraço de pura ternura e, subitamente adornada de tênue luz que
se lhe originava do plexo solar, com coloração opalina, falou a Guilherme
comovidamente: "Incapaz de ser-te esposa vigilante, tentarei ser-te mãe
cuidadosa. Ajuda-me com o teu perdão e favorece-me com esta oportunidade".
Ambrósio chamou Dona Rosa e o Sr. Mateus e a matrona tocou o futuro neto com
mãos delicadas, dizendo: "Serás, meu filho, a alegria da nossa velhice,
como foste a preocupação dos nossos dias já passados".
Quanto a Teofrastus, seria ele filho de Ana Maria, a mesma
Henriette dos tristes acontecimentos da época inquisitorial. Ele teria
incontáveis limitações de muita natureza, exigindo sacrifícios e vigílias de
sua mãe. Ao reencontrá-lo, Ana Maria tocou a face do inditoso afeto e misturou
as suas nas lágrimas dele, que fluíam silenciosas e doloridas: "Ajuda-me,
amado Teo – disse lenta, laconicamente. Ajuda-me com o teu vigor, o teu
entusiasmo e a tua sabedoria, tu que sempre foste mais eloquente do que eu.
Socorre-me com a tua presença e não me deixes mais sozinha... pois eu não suportaria,
agora que te reencontrei..." A resposta dele foi emitida com grande
humildade. Dizia-se muito fraco, vencido por si mesmo, e pediu a Ana Maria que
ela rogasse a Deus por ambos.
Glaucus advertiu a todos que os compromissos redentores nos
desenham também aflições e resgates e, no final, lembrou a importância da
oração e do trabalho no bem como sustentáculos da fé. "Repontarão à nossa
frente outros amores e outros desafetos. O nosso pretérito não está aqui todo
representado, definido... Fortaleçamo-nos no bem, pois que só o bem nos
fortalecerá devidamente para os embates porvindouros", concluiu o
Instrutor espiritual. (Obra citada, cap. 16, pp. 273 a 281.)
Observação:
Para acessar a Parte 6 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/11/nos-bastidoresda-obsessao-manoel_9.html
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