segunda-feira, 23 de novembro de 2020

 



Grilhões Partidos

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 1

 

Iniciamos hoje neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – do livro Grilhões Partidos, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco e publicada no ano de 1974.

Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto condensado da obra em foco, para complementar o estudo ora iniciado, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL  e, em seguida, no verbete "Grilhões Partidos”.

Eis as questões de hoje:


1. É correto enquadrar os alienados em geral como obsidiados?

Não. Há espiritistas que, no afã de ajudar pelos múltiplos processos fluidoterápicos e da doutrinação, enquadram os alienados na sua quase generalidade como obsidiados, sem a indispensável atenção para com as enfermidades de caráter psiquiátrico. Trata-se, porém, de um exagero. Nas matrizes do processo evolutivo, cada pessoa traz as causas que produzem as distonias e desarranjos, tanto físicos como psíquicos, e simultaneamente. (Grilhões Partidos, pp. 7 e 8.)

2. Quais são os requisitos mínimos que deve apresentar uma equipe de trabalho nas atividades de desobsessão?

Diz Manoel Philomeno de Miranda: "A equipe que se dedica à desobsessão – e tal ministério somente é credor de fé, possuidor de valor, quando realizado em equipe –, que a seu turno se submete à orientação das Equipes Espirituais Superiores, deve estribar-se numa série incontroversa de itens, de cuja observância decorrem os resultados da tarefa a desenvolver".

Eis os requisitos indispensáveis à formação e ao funcionamento de uma equipe de desobsessão em boas condições: harmonia de conjunto; elevação de propósitos; conhecimento doutrinário; concentração; conduta moral sadia; equilíbrio interior de médiuns e doutrinadores; confiança, disposição física e moral; circunspeção; médiuns adestrados, atenciosos; lucidez do preposto para os diálogos; pontualidade. (Obra citada, Prolusão, pp. 13 e 14.)

3. Dos requisitos mínimos mencionados na questão anterior, um fator sobressai. Qual é ele?

Dos onze requisitos enumerados, a questão moral sobressai como um dado realmente essencial à realização da desobsessão. (Obra citada, Prolusão, pp. 14 e 15.)

4. Por que, segundo o autor desta obra, algumas pessoas têm, nas sessões práticas, dificuldade de concentrar-se?

Segundo Manoel Philomeno, essas mesmas pessoas muitas vezes "fixam-se com facilidade surpreendente nos pensamentos depressivos, lascivos, vulgares, graças a uma natural acomodação a que se condicionam, como hábito irreversível e predisposição favorável". O que existe então é dificuldade em concentrar-se nas ideias superiores, nos pensamentos nobres, cujo tempo mental a eles reservado é constituído de pequenos períodos, em que não conseguem criar um clima de adaptação e continuidade suficientes para a elaboração de um estado de elevação espiritual. Nota-se, portanto, que o problema da concentração está ligado diretamente ao da conduta moral.

A confiança na presença e na assistência dos bons Espíritos é outro fator destacado por Manoel Philomeno de Miranda, ajuntando-se a ele a boa disposição física, proporcionada por um organismo sem o sobrepeso de repastos de digestão difícil, e relativamente repousado, visto não ser possível manter-se uma equipe de trabalho utilizando-se companheiros desgastados, sobrecarregados, em agitação. A circunspeção recebeu igualmente destaque do autor espiritual, compreendendo-se por circunspeção não o semblante severo ou sério, mas a responsabilidade, a conscientização do labor, ainda que a face esteja desanuviada, descontraída e cordial. (Obra citada, Prolusão, pp. 15 e 16.)

5. Qual é, na visão de Manoel Philomeno de Miranda, o perfil dos chamados obsessores?

O Espírito perseguidor, genericamente denominado obsessor, é, em verdade, alguém colhido pela própria aflição. Na existência terrena experimentou injunções que o tornaram rebelde, fazendo com que guardasse nos recessos da alma as aflições acumuladas. Vítima de si mesmo, da própria incúria e invigilância, transferiu a responsabilidade de seu fracasso a outra pessoa que, por circunstância qualquer, interferiu negativamente na mecânica de seus malogros. Deambulando na névoa da inconsciência, com os centros do discernimento superior anestesiados pelos vapores das dissipações e loucuras a que se entregou, ele imanta-se por processo de sintonia psíquica ao aparente verdugo, conservando no íntimo as matrizes da culpa, que constituem verdadeiros "plugs" para a sincronização perfeita entre a mente de quem se crê dilapidado e a consciência dilapidadora, gerando, assim, os pródromos do que mais tarde se transformará em psicopatia obsessiva. (Obra citada, Prolusão, pp. 17 e 18.)

6. As técnicas de regressão da memória são eficazes na atividade desobsessiva? 

Sim. Na maioria dos labores de elucidação, podem-se aplicar as técnicas de regressão da memória no paciente espiritual, fazendo-se que reveja os fatos a que se vincula, mostrando-lhe a legítima responsabilidade dele mesmo, nos fatos de que se diz vítima, com o que ele percebe o erro em que moureja. (Obra citada, Prolusão, pp. 18 a 20.)

7. Por que existem obsidiados em nosso mundo? 

Segundo o autor da obra em estudo, somente há obsidiados e obsessões porque há endividados espirituais, facultando a urgência da reparação das dívidas. Todo problema de obsessão redunda, pois, em problema de moralidade, em cuja realização o Espírito se permitiu enredar, por desrespeito ético, legal, espiritual. Como ninguém se libera da conjuntura da consciência culpada, onde esteja o devedor aí se encontram a dívida e, logo depois, o cobrador. É da lei!  (Obra citada, Prolusão, pp. 20 e 21.)

8. Há alguma relação entre a prática do bem e a harmonia dos centros psicossomáticos do ser humano?

Evidentemente. Quando o Espírito é encaminhado à reencarnação traz, em forma de matrizes vigorosas no perispírito, aquilo de que necessita para a evolução. Esses fulcros imprimem-se nos tecidos em formação da estrutura material de que a pessoa se utilizará nas provações e expiações necessárias. "Se volta para o bem e adquire títulos de valor moral – assevera Philomeno –, desarticula os condicionamentos que lhe são impostos para o sofrimento e restabelece a harmonia nos centros psicossomáticos, que passam, então, a gerar novas vibrações aglutinantes de equilíbrio, a se fixarem no corpo físico em forma de saúde, de paz, de júbilo..."  (Obra citada, Prolusão, pág. 21.)

 

 

 

 

 

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