Reflexões sobre a caridade
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Segundo
o Espírito Irmão X, "Em todos os tempos, há exércitos de criaturas que
ensinam a caridade, todavia poucas pessoas praticam-na verdadeiramente"[1].
É certo que a teoria nos auxilia muito, quando seus conceitos elevados são
postos em prática, mas também é certo que ainda é mais fácil divulgar as
qualidades morais elevadas ao próximo do que praticá-las. Por isso, Paulo, em I
Coríntios, 13:1, afirma: "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e
dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que
tine".
Ainda
o Irmão X ensina-nos como devemos praticar a caridade: "A caridade, antes
de tudo, pede compreensão. Não basta entregar os haveres ao primeiro mendigo
que surja à porta, para significar a posse da virtude sublime [...]"[2].
Realmente, é tão importante o sentimento de compaixão ao caído quanto a
pura entrega de alguma moeda a ele. Então, completa o Espírito que: "É
preciso entender-lhe a necessidade e ampará-lo com amor. Desembaraçar-se dos
aflitos, oferecendo-lhes o supérfluo, é livrar-se dos necessitados, de maneira
elegante, com absoluta ausência de iluminação espiritual" (id).
Há
quem julgue estar fazendo grande caridade ao pedir a outrem que auxilie alguém
em penúria material ou espiritual. A esse respeito, o Espírito Neio Lúcio
esclarece-nos: "A caridade, por substitutos, indiscutivelmente, é honrosa e
louvável, mas o bem que praticamos em sentido direto, dando de nós mesmos, é
sempre o maior e o mais seguro de todos".[3]
A
sublimidade da caridade é quando já somos capazes de nos sacrificar, em
benefício do próximo, como o fez a viúva que se privou de duas moedas de ínfimo
valor, mas que lhe representava "todo o seu sustento", segundo disse
Jesus, e Marcos registrou em 12:41- 44.
Devotamento e abnegação para com o próximo são as duas virtudes que representam a mais alta expressão do amor. Quando nós entendermos os sentidos que essas palavras representam, passaremos a praticar a caridade no seu mais profundo sentido. Então, onde quer que estejamos, com o que dispusermos, ante qualquer situação estaremos atentos à recomendação do Cristo: "Portanto, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também [...]" (Mateus, 7:12).
[1] Irmão X
(Espírito). Lázaro redivivo. Psicografia de Chico Xavier. Apud
SOARES, Sylvio Brito. Pérolas do além. 5. ed. Brasília: FEB, 1992. p.
40, Caridade.
[2] _____. Pontos e
contos. Psicografia de Chico Xavier. Apud SOARES, Sylvio Brito. Pérolas
do além. 5. ed. Brasília: FEB, 1992. p. 41, Caridade.
[3] Neio Lúcio
(Espírito). Jesus no lar. Psicografia de Chico Xavier. Apud
SOARES, Sylvio Brito. Pérolas do além. 5. ed. Brasília: FEB, 1992. p.
41, Caridade.
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