segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

 



Tramas do Destino

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 4

 

Damos prosseguimento ao estudo – sob a forma dialogada – do livro Tramas do Destino, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco, publicada em 1975.

Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto condensado da obra em foco, para complementar o estudo ora iniciado, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL  e, em seguida, no verbete "Tramas do Destino”.

Eis as questões de hoje:


25. Na tarefa desobsessiva é relevante a contribuição da pessoa enferma?

Sim, em tais casos, a contribuição do enfermo é imprescindível e relevante. Sem que este produza, a esforço hercúleo que seja, uma mudança de atitude mental com a execução de um programa edificante, no qual granjeie simpatia e solidariedade, credenciando-se a ser auxiliado, qualquer ajuda de outrem redunda quase sempre nula. Não havendo forte predisposição interior do enfermo, os estímulos de fora produzem efeito positivo, porém transitório, porque não logram romper as vibrações densas do desculpismo e da autopiedade, da revolta muda e da ira, em cujas armadilhas se refugia. Providencial como terapêutica inicial, é através da leitura evangélica que o Espírito se irriga de esperança e se renova, abrindo clareiras e brechas na psicosfera densa que elabora e de que se nutre, a fim de que penetrem outras energias benéficas que o predisporão para o bem, de intervalo a intervalo, até que logrem modificar a paisagem interior, animando-se a investimentos maiores.  (Tramas do Destino, cap. 11, págs. 93 e 94.)

26. Por que a leitura edificante é importante no tratamento dos processos obsessivos?

Nos processos obsessivos, a leitura edificante, evangélica e espírita, é o medicamento eficaz, imprescindível a uma pronta conquista de resultados salutares, visto que, da mesma forma que o pensamento obsidente atua sobre o médium, as construções mentais, as ideias deste são assimiladas pelo hóspede indesejável, resultando, muitas vezes, na evangelização do perseguidor, que também se modifica à força dos preciosos ensinos que lhe chegam. Fato análogo ocorre na evangelização por meio da psicofonia atormentada. O mal-estar que alguns sentem por ocasião da leitura evangélica, em certos casos, é produzido, ora pela exsudação das altas cargas pestilenciais, aspiradas pelo longo processo obsessivo, enquanto se modificam e depuram os centros da razão viciada, mudando-se os clichês mentais perniciosos, ora em face da hábil técnica da hipnose de que se utilizam os perturbadores desencarnados, porque sabem que irão encontrar na renovação psíquica da sua vítima os antídotos à sua pertinácia infeliz, alienadora. (Obra citada, cap. 11, págs. 95 e 96.)

27. Como explicar os sentimentos contraditórios de Rafael em relação à sua filha?

De fato, Rafael amava a filha e, no entanto, experimentava estranha sensação de prazer por sabê-la quase louca, martirizando-se, ao mesmo tempo, em face da notícia do seu desequilíbrio. O sentimento desencontrado não lhe era novo, e só mais tarde, com a ajuda de Cândido, que o informou de que nossas vidas se entrelaçam umas com as outras, compreendeu que as razões daqueles sentimentos estranhos tinham ligação com o passado de ambos, no qual se comprometeram. (Obra citada, cap. 11, págs. 96 e 97.)

28. Jesus disse a Nicodemos: "Em verdade, em verdade vos digo, que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino de Deus". E concluiu: "O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do espírito é espírito. Não vos maravilheis de eu vos dizer: É-vos necessário nascer de novo". De que forma Cândido explicou esta passagem? 

Cândido comentou a passagem evangélica assinalando que o ensino do Mestre não comporta equívocos. Jesus – disse ele – referiu-se à reencarnação, às diversas vidas por que passa o Espírito, a fim de moldar a própria perfeição. Aproveitando o ensejo, Cândido afirmou que a reencarnação, doutrina conhecida desde a mais remota antiguidade, identificada pelos gregos sob o nome de Palingenesia, é a mais coerente e lógica resposta aos múltiplos problemas humanos: morais, sociais, econômicos, físicos, raciais. Considerada a justiça divina na sua legítima posição, a reencarnação a expressa, ensejando a cada qual sua dita ou desgraça e impelindo sempre ao avanço e à ascensão. (Obra citada, cap. 11, págs. 98 e 99.) 

29. Ante os propósitos de modificação espiritual de Rafael, que fizeram seus inimigos desencarnados? 

Eles aumentaram o cerco nos painéis mentais do antigo sicário, que, advertido antecipadamente por Cândido, embora sofrendo, passou a armar-se com a vigilância e a prece. (Obra citada, cap. 12, págs. 103 a 105.)

30. Que tática utilizam os perseguidores invisíveis nos diferentes processos obsessivos? 

Quando a pessoa obsidiada se volta para os propósitos superiores e se impõe aos princípios evangélicos de renovação, eles passam a agredir violenta e desapiedadamente sua vítima, a fim de fazê-la duvidar do resultado da terapêutica espírita, induzindo-a à desistência, sob a alegação de piora no estado em que se encontrava. Conseguindo desencorajar o obsidiado, dão-lhe trégua aparente, mascarando a sintomatologia infeliz e fazendo crer na melhora, como decorrência do afastamento do compromisso recém-assumido. (Obra citada, cap. 12, págs. 105 e 106.)

31. No tocante à ação dos Benfeitores Espirituais, como interpretar o ensino evangélico que preceitua que "mais recebe aquele que mais dá"?

Ninguém jornadeia à mercê do acaso, sujeito a ocorrências de dor e sombra sem que as mereça. É fácil, pois, compreender que os credenciados pelo esforço pessoal ao serviço edificante recolhem maior quota de ajuda, conforme o ensino evangélico de que "mais recebe aquele que mais dá". É por isso que os Benfeitores Espirituais, interessados na ascensão dos seus tutelados, não os deixam à própria sorte, quando identificam as graves teceduras das redes de que se utilizam os maus. Sabendo que toda aflição bem recebida produz conquista de relevo para quem a aceita de bom grado, reconhecem que a dor defluente da obra do amor propicia maior soma de aquisições, impulsionando a sublimação dos propósitos e a liberação do passado. Os Benfeitores alentam, pois, os que com eles sintonizam; resguardam-nos do mal; induzem-nos à perseverança no trabalho da autoiluminação; sustentam-lhes a fé; promovem encontros circunstanciais edificantes; conduzem-nos a Esferas de luz e a Escolas de sabedoria, quando ocorre o desprendimento parcial pelo sono; dão informações preciosas; irrigam a mente de ideias elevadas; produzem euforia interior... Não afastam, porém, os problemas nem as lutas, por saberem que, através deles, as pessoas melhormente se purificam e elevam. (Obra citada, cap. 12, págs. 106 a 108.)

32. Existe o sentimento de saudade entre os Espíritos? 

Evidentemente. E foi isso que Adelaide disse à sua filha Artêmis, ou seja, que a saudade também existe entre os Espíritos; contudo, os desencarnados que já possuem responsabilidade em face dos compromissos não se deixam azorragar pela amargura ou pela rebeldia. "Aprendemos a esperar em confiança e a amar sem exigência ou precipitação", complementou Adelaide. (Obra citada, cap. 12, págs. 109 e 110.)

 

 

Observação:

Para acessar a 3ª Parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/02/tramas-do-destino-manoel-philomeno-de_8.html

 

 

 

 

 

 

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