quarta-feira, 17 de março de 2021

 



Nos Domínios da Mediunidade

 

André Luiz

 

Parte 8

 

Vimos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos sete primeiros livros da Série, estudamos agora a oitava obra: Nos Domínios da Mediunidade, publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete " Nos Domínios da Mediunidade".

Eis as questões de hoje:

 

57. Buscar o autoaperfeiçoamento é para nós uma necessidade?

Não apenas uma necessidade, mas uma obrigação. É indispensável pensar no bem e executá-lo. Tudo o que existe na Natureza é ideia exteriorizada. Não desprezemos a obrigação do autoaperfeiçoamento, pois sem compreensão e sem bondade nos irmanaremos aos filhos desventurados da rebeldia. Sem estudo e sem observação, demorar-nos-emos indefinidamente entre os infortunados expoentes da ignorância. Amor e sabedoria são as asas com que faremos nosso voo definitivo, no rumo da perfeita comunhão com o Pai Celestial. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 13, pp. 123 a 125.)

58. Que ocorre na vida pós-morte a um homem que desencarnou cedo devido aos excessos cometidos e foi, além disso, uma pessoa temperamental e atrabiliária na precedente existência?

É exatamente esse o caso de Abelardo, um dos trabalhadores desencarnados do grupo em que atuava a médium Celina. Após sua desencarnação, Abelardo vagueou por muito tempo em desespero. Temperamental, atrabiliário e voluntarioso, ele desencarnara muito cedo, em razão dos excessos que minaram suas forças orgânicas. De volta ao plano espiritual, tentou no início obsidiar Celina, sua esposa, cujo concurso reclamava como se lhe fosse simples serva. Vendo-se incapaz de vampirizá-la, excursionou alguns anos no domínio das sombras, entre Espíritos rebelados e irreverentes, até que as orações de Celina, coadjuvadas pela intercessão de muitos amigos, conseguiram demovê-lo. Curvou-se, assim, à evidência dos fatos. Reconhecendo a impropriedade da intemperança mental em que se comprazia, e depois de convenientemente preparado pela assistência do grupo onde a esposa militava, foi ele admitido numa organização socorrista, em que passou a servir como vigilante de irmãos desequilibrados. (Obra citada, cap. 14, pp. 127 a 129.)

59. Abelardo, enquanto desencarnado, mantinha contato próximo com Celina?

Sim. Depois de entregar-se diariamente ao serviço árduo na obra assistencial em favor de companheiros ensandecidos, ele descansava, sempre que oportuno, no jardim familiar, ao lado da companheira. Uma vez por semana, acompanhava-lhe o culto íntimo de oração, era-lhe firme associado nas tarefas mediúnicas e, todas as noites em que se sentiam favorecidos pelas circunstâncias, consagravam-se ambos ao trabalho de auxílio aos doentes. Aulus explicou que eles não tinham sido apenas cônjuges segundo a carne, e aduziu que, quando os laços da alma sobrepairam às emoções da jornada humana, ainda mesmo que surja o segundo casamento para o cônjuge que se demora no mundo, a comunhão espiritual continua, sublime, em doce e constante permuta de vibrações e pensamentos. (Obra citada, cap. 14, pp. 129 e 130.)

60. Existem hospitais nas regiões espirituais onde o sofrimento se manifesta por todo lado?

Sim. Abelardo atendia num desses hospitais. Para chegar até lá o grupo socorrista penetrou nebulosa região dentro da noite, em que os astros desapareceram e parecia que o piche gaseificado era o elemento preponderante no ambiente. Em derredor, soluços e imprecações proliferavam. Passado algum tempo, o grupo atingiu uma construção mal iluminada, em que vários enfermos se demoravam, sob a assistência de enfermeiros atenciosos. Era um hospital de emergência, dos muitos que se estendem nas regiões purgatoriais, e tudo ali revelava pobreza, necessidade, sofrimento. "Este é o meu templo atual de trabalho", disse-lhes Abelardo, orgulhoso de ser ali uma peça importante para o serviço. (Obra citada, cap. 14, pp. 130 e 131.)

61. Que lição pode-se extrair do caso Libório, um indivíduo que após a sua desencarnação vampirizava a própria esposa e era por ela atormentado?

Primeiro é preciso lembrar que o Espírito de Libório e sua esposa, ainda encarnada, continuavam sintonizados na mesma onda mental. Ele a vampirizava e ela, por seu pensamento, o atormentava. Segundo Aulus, era um caso de perseguição recíproca e há, na Terra, muitos médiuns assim. Aliviados dos vexames que recebem por parte de entidades inferiores, depressa reclamam-lhes a presença, religando-se a elas automaticamente, embora o propósito dos amigos espirituais de libertá-los. Enquanto não se modificam suas disposições espirituais, favorecendo a criação de novos pensamentos, jazem no regime da escravidão mútua, em que obsessores e obsidiados se nutrem das emanações uns dos outros. (Obra citada, cap. 14, pp. 132 e 133.)

62. Se a esposa de Libório procurou, momentos antes, ajuda no Centro Espírita, como explicar a presença dela junto ao esposo atormentado?

Aulus explicou que a mulher julgava querer socorro espiritual, mas no íntimo alimentava-se com os fluidos enfermiços do companheiro desencarnado e a ele se apegava, instintivamente. Milhares de pessoas são assim. Registram doenças de variados matizes e com elas se adaptam para mais segura acomodação com o menor esforço. Dizem-se prejudicadas e inquietas, todavia, quando se lhes subtrai a moléstia de que se fazem portadoras, sentem-se vazias e padecentes, provocando sintomas e impressões com que evocam as enfermidades a se exprimirem, de novo, em diferentes manifestações. Segundo Aulus, tal fato acontece na maioria dos casos de obsessão, e é por esse motivo que em muitas ocasiões as dores maiores são chamadas a funcionar sobre as dores menores, com o objetivo de acordar as almas viciadas nesse gênero de trocas inferiores. (Obra citada, cap. 14, pp. 133 a 135.)

63. Por que há Espíritos que, embora desencarnados, ainda buscam o álcool e o cigarro?

Aulus diz que muitos irmãos já desvencilhados do vaso carnal se apegam com tamanho desvario às sensações da experiência física que se cosem aos amigos encarnados temporariamente desequilibrados nos costumes desagradáveis pelos quais se deixam influenciar. O que a vida começou – diz Aulus – a morte continua. Tais Espíritos situaram a mente nos apetites mais baixos do mundo, alimentando-se com um tipo de emoções que os localiza na vizinhança da animalidade. Não obstante haverem frequentado santuários religiosos, não se preocuparam em atender aos princípios da fé que abraçaram, acreditando que a existência devia ser para eles o culto de satisfações menos dignas, com a exaltação dos mais astuciosos e dos mais fortes. O chamamento da morte encontrou-os na esfera de impressões delituosas e escuras e, como é da Lei que cada alma receba da vida de conformidade com aquilo que dá, não encontram interesse senão nos lugares onde podem nutrir as ilusões que lhes são peculiares, porquanto, na posição em que se veem, temem a verdade e abominam-na, procedendo como a coruja que foge à luz. (Obra citada, cap. 15, pp. 137 a 139.)

64. Como os Espíritos viciados no fumo e no álcool conseguirão transformar-se e vencer esses vícios?

Aulus explicou: "Chegará o dia em que a própria Natureza lhes esvaziará o cálice. Há mil processos de reajuste, no Universo Infinito em que se cumprem os Desígnios do Senhor, chamem-se eles aflição, desencanto, cansaço, tédio, sofrimento, cárcere..." André Luiz ponderou, no entanto, que tudo estava a indicar que tais Espíritos infortunados não se enfastiariam tão cedo da loucura em que se compraziam. Aulus aduziu: "Concordo plenamente, todavia, quando não se fatiguem, a Lei poderá conduzi-los a prisão regeneradora". "Há dolorosas reencarnações que significam tremenda luta expiatória para as almas necrosadas no vício. Temos, por exemplo, o mongolismo, a hidrocefalia, a paralisia, a cegueira, a epilepsia secundária, o idiotismo, o aleijão de nascença e muitos outros recursos, angustiosos embora, mas necessários, e que podem funcionar, em benefício da mente desequilibrada, desde o berço, em plena fase infantil. Na maioria das vezes, semelhantes processos de cura prodigalizam bons resultados pelas provações obrigatórias que oferecem." (Obra citada, cap. 15, pp. 139 a 141.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 7 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/03/nos-dominios-damediunidade-andre-luiz_10.html

 

 

 

 

 

 

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