quinta-feira, 4 de março de 2021

 




O Evangelho segundo o Espiritismo

 

Allan Kardec

 

Parte 16

 

Prosseguimos o estudo metódico de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, terceira das obras que compõem o Pentateuco Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em abril de 1864.

Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN e, em seguida, no verbete "O Evangelho segundo o Espiritismo”.

Eis as questões de hoje:


121. Como Jesus via a coragem do testemunho? 

Ele lamentava a covardia moral dos que não têm coragem de dizer-se cristãos e enaltecia a coragem do testemunho, afirmando que reconheceria, perante o Pai que está nos céus, aquele que o confessasse diante dos homens. Por outras palavras, aqueles que se houverem arreceado de se confessarem discípulos da verdade não são dignos de se verem admitidos no reino da verdade. Perderão as vantagens da fé que alimentem, porque se trata de uma fé egoísta que guardam para si, ocultando-a para que não lhes traga prejuízo neste mundo, ao passo que aqueles que, pondo a verdade acima de seus interesses materiais, a proclamam abertamente, trabalham pelo seu próprio futuro e pelo dos outros. Assim será com os adeptos do Espiritismo. Pois que a doutrina que professam mais não é do que o desenvolvimento e a aplicação da do Evangelho, também a eles se dirigem as palavras do Cristo. Eles semeiam na Terra o que colherão na vida espiritual. Colherão lá os frutos da sua coragem ou da sua fraqueza. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXIV, itens 13 a 16.)

122. Como entender este ensinamento: "Tome a sua cruz aquele que me quiser seguir"?

"Tome a sua cruz aquele que me quiser seguir" significa: suporte corajosamente as tribulações que sua fé lhe acarretar, dado que aquele que quiser salvar a vida e seus bens, desprezando os ensinos evangélicos, perderá as vantagens do reino dos céus, enquanto os que tudo houverem perdido neste mundo, mesmo a vida, para que a verdade triunfe, receberão na vida futura o prêmio da coragem, da perseverança e da abnegação de que deram prova. Contudo, aos que sacrificam os bens celestes aos gozos terrestres, Deus dirá: "Já recebestes a vossa recompensa”. (Obra citada, cap. XXIV, itens 17 a 19.)

123. Qual o significado das máximas de Jesus: "Buscai e achareis" e "Ajuda-te, que o céu te ajudará"?

Segundo Kardec, as duas máximas têm o mesmo sentido, pois ambas consagram o princípio da lei do trabalho e, por conseguinte, o da lei do progresso, porquanto o progresso é filho do trabalho, visto que este põe em ação as forças da inteligência. Se Deus houvesse isentado do trabalho do corpo o homem, seus membros se teriam atrofiado; se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu Espírito teria permanecido na infância. Por isso é que o Criador fez do trabalho uma necessidade para o homem, a quem Ele diz: “Procura e acharás; trabalha e produzirás. Dessa maneira serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que houveres feito”. (Obra citada, cap. XXV, itens 1 a 5.)

124. Qual o sentido da máxima: "Pedi e dar-se-vos-á"? 

Do ponto de vista moral, essas palavras significam: Pedi a luz que vos clareie o caminho e ela vos será dada; pedi forças para resistirdes ao mal e as tereis; pedi a assistência dos bons Espíritos e eles virão acompanhar-vos e, como o anjo de Tobias, vos guiarão; pedi bons conselhos e eles não vos serão recusados; batei à nossa porta e ela se vos abrirá. Mas pedi sinceramente, com fé, confiança e fervor; apresentai-vos com humildade e não com arrogância, sem o que sereis abandonados às vossas próprias forças, e as quedas que derdes serão o castigo do vosso orgulho. (Obra citada, cap. XXV, itens 4 e 5.)

125. Como o Espiritismo interpreta a recomendação de Jesus: "Procurai primeiramente o reino de Deus e sua justiça"? 

Deve-se ver nessas palavras de Jesus uma referência alegórica à Providência, que nunca deixa ao abandono os que nela confiam, querendo, porém, que esses façam a parte que lhes cabe. De fato, o Pai sempre nos acode, por meio dos benfeitores espirituais, quando nos encontramos em dificuldade, inspirando-nos ideias para que por nós mesmos superemos as agruras e as vicissitudes que se apresentam à nossa frente ao longo da jornada. (Obra citada, cap. XXV, itens 6 a 8.)

126. Chegará um dia em que a Terra não produzirá o suficiente para todos? 

Não. A Terra sempre produzirá o suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, desde que os homens saibam administrar, segundo as leis de justiça, de caridade e de amor ao próximo, os bens que ela nos dá. Quando a fraternidade reinar entre os povos, como entre as províncias de um mesmo império, o momentâneo supérfluo de um suprirá a momentânea insuficiência do outro, e cada um terá o necessário. (Obra citada, cap. XXV, item 8.)

127. Qual a tarefa do Espiritismo com relação à disseminação da caridade?

Caridade e fraternidade, todos sabemos, não se decretam por meio de leis. Se uma e outra não estiverem no coração da pessoa, o egoísmo aí sempre imperará. Cabe ao Espiritismo fazê-las penetrar nele, revelando a todos qual é o verdadeiro sentido da caridade e mostrando os benefícios que sua prática traz às pessoas, à sociedade e ao planeta em que vivemos. (Obra citada, cap. XXV, item 8.)

128. Que sentido tem este ensinamento: "Não vos inquieteis pela posse de ouro ou de prata"? 

A par do sentido próprio, essas palavras guardam um sentido moral muito profundo. Ao proferi-las, Jesus quis mostrar-nos que há coisas mais importantes na vida, bens que o ladrão não rouba e a traça não consome, que são os valores espirituais, que conservaremos para sempre, ao passo que o ouro e a prata, assim como tudo que é material, constituem valores transitórios que não nos pertencem de fato e que, portanto, teremos de deixar quando retornarmos à verdadeira vida. (Obra citada, cap. XXV, itens 9 a 11.)

 

Observação:

Para acessar a Parte 15 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/02/o-evangelho-segundo-o-espiritismo-allan_25.html

 

 

 

 

 

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