O Além e a
Sobrevivência do Ser
Léon Denis
Parte 16
Damos sequência ao estudo do clássico O Além e a Sobrevivência do Ser, de autoria de Léon Denis, com base na 8ª edição publicada em português pela Federação Espírita Brasileira.
Nosso propósito é que este estudo
sirva para o leitor como uma forma de iniciação ao estudo dos chamados
Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. Em que consiste, segundo Léon
Denis, o supremo alvo da vida?
B. Basta-nos o esforço pelo nosso próprio
aprimoramento espiritual?
C. Onde se localizam o purgatório e o
inferno que muitos tanto temem?
Texto para
leitura
191. O supremo alvo da vida, a meta a
que todos estamos destinados, é a liberação pelo trabalho, pelo esforço, pelo
estudo, pelo sofrimento, pela lenta educação da alma através de todas as
condições da vida social, que lhe cumpre suportar alternativamente; a liberação
do mal, do erro, da paixão, da ignorância; é a arte de aprender a pensar por si
mesmo, de julgar, de compreender todas as harmonias, todas as leis do sublime
Universo. É a conquista da beleza, da liberdade, da bondade: a beleza da forma
fluídica, do corpo etéreo que se transforma, ilumina e expande, à medida que o
espírito se aclara, purifica e eleva; a beleza da alma que se enriquece de
qualidades morais, de forças e de faculdades novas.
192. Assim, de ascensão em ascensão,
de mundo em mundo a princípio, depois de sol em sol, no ciclo imenso de sua
evolução, a alma vê aumentar seu poder de irradiação, sua luminosidade.
193. Pela elevação gradual de seus
pensamentos e pela pureza de seus atos chega a pôr em harmonia suas próprias
vibrações com as vibrações do pensamento divino e daí lhe decorre uma fonte
abundante de sensações, de percepções, de gozos, que a palavra humana é
impotente para descrever.
194. Tal a missão a desempenhar! Mas
isso ainda não basta. Trabalhando para si mesma, corre-lhe o dever de trabalhar
para os outros, para a elevação de todos, para a marcha progressiva das
Humanidades, para a unificação dos pensamentos, das crenças, das aspirações.
195. Orientando-se para um ideal
grandioso de progresso moral, de luz, na vida sempre renovada, pela qual todos
os seres se encontram unidos numa íntima solidariedade, numa comunhão de
verdade e de amor, o homem chegará a melhor conhecer, a melhor compreender, a
melhor servir a Deus.
196. Aos que percorrerem estas páginas
direi, terminando: nos momentos difíceis da vida, na hora das provações, quando
perderdes um ente amado, ou quando esperanças de há muito acariciadas vierem a
desfazer-se, quando ficardes sem saúde e sentirdes que a vida se vai
enfraquecendo aos poucos e aproximando-se o derradeiro minuto, aquele em que
tereis de deixar a Terra; se, nesses instantes, a incerteza ou a angústia vos
constrangerem o coração, lembrai-vos da voz que hoje vos clama: Sim, há um
Além! sim, há outras vidas! Dos nossos sofrimentos, trabalhos e lágrimas nada
se perde. Nenhuma provação é inútil, nenhum labor sem proveito, nenhuma dor sem
compensação... Tende confiança em vós mesmos, confiança nas forças interiores
que possuís, confiança no futuro sem-fim que vos está reservado. Tende a
certeza de que há no Universo uma Potência soberana e paternal, que tudo dispôs
com ordem, justiça, sabedoria e amor.
197. Essas ideias vos inspirarão mais
segurança na vida, mais coragem na prova, mais fé em vossos destinos. E
avançareis como passo firme pela estrada infinita que se abre diante de vós.
198. A doutrina da reencarnação ou das
vidas sucessivas é a única que aclara com uma luz viva o problema do destino
humano. Sem ela a vida se nos apresenta como um tecido de contradições, de
incertezas, de travas. Só ela explica a variedade infinita dos caracteres, das
aptidões, das condições.
199. Assim como a glande encerra, no
estado de gérmen, o carvalho soberbo em seu majestoso desenvolvimento; assim
como a semente minúscula representa a flor na expansão da sua beleza e de seus
perfumes, assim a alma humana, por muito inferior que seja, possui, em estado
latente, os elementos de sua grandeza, de seu poder, de sua felicidade futura,
todas as forças do pensamento, todos os recursos do gênio.
200. Cumpre-lhe desenvolvê-los na
série das vidas inumeráveis, nas suas encarnações tempo em fora, através dos
mundos, pelo trabalho, pelo estudo, pela alegria, pela dor.
201. A própria alma constrói seu
destino. A cada renascimento traz, dos seus trabalhos anteriores, o fruto, que
se revela pelas aptidões, pelas faculdades de assimilação, pelas tendências,
pelos gostos. Traz também o capital moral que suas vidas passadas acumularam.
202. Conforme seus méritos ou
deméritos, conforme o bem ou o mal praticado, a nova vida lhe será feliz ou
desgraçada, dominada pela fortuna ou pelo revés. Tudo o que fazemos recai sobre
nós pelo tempo adiante em felicidade ou em dores.
203. O purgatório e o inferno se
encontram nas amarguradas existências terrenas, por meio das quais resgatamos
um passado de culpas, purificamos nossas consciências, aliviamos nossas almas e
nos preparamos para novas ascensões.
204. Só a dor, efetivamente, pode
consumir e destruir os germens impuros, os fluidos grosseiros que tornam pesado
o ser psíquico e lhe retardam a elevação.
205. Considerada deste ponto de vista,
a doutrina das reencarnações restabelece a justiça e a harmonia no mundo moral.
206. Sendo, como é, o mundo físico
regido por leis ordenadoras, pode dar-se que no mundo psíquico só haja desordem
e confusão, conforme ressalta da crença numa vida única para cada um de nós? A
filosofia das vidas sucessivas vem restabelecer o equilíbrio e mostrar-nos que
a mesma ordem admirável se verifica nas duas faces do universo e da vida, que
se reúnem e fundem numa unidade perfeita.
207. Fácil é reconhecer-se que, tanto
sob o ponto de vista moral como sob o aspecto social, imensos são os resultados
dessa doutrina. Graças a ela, o homem adquire uma noção mais exata do seu valor,
das forças adormecidas dentro de si, uma ideia mais elevada de suas
responsabilidades e do seu dever.
208. A lei segundo a qual a
consequência dos atos recai sobre aquele que os pratica é a mais sólida sanção
que se possa oferecer à moral e a sua demonstração está no espetáculo dos males
e das provações que assaltam a Humanidade.
Respostas às questões preliminares
A. Em que consiste, segundo Léon Denis, o supremo alvo da
vida?
O supremo alvo da vida, a meta a que
todos estamos destinados, é a conquista da beleza, da liberdade, da bondade.
Beleza da forma fluídica, do corpo etéreo que se transforma, ilumina e expande,
à medida que o Espírito se aclara, purifica e eleva, e beleza da alma que se
enriquece de qualidades morais, de forças e de faculdades novas. Para
conquistá-lo, os meios são o trabalho, o esforço, o estudo, o sofrimento e a
lenta educação da alma através de todas as condições da vida social, que nos
cumpre suportar alternativamente. (O Além
e a Sobrevivência do Ser.)
B. Basta-nos o esforço pelo nosso próprio aprimoramento
espiritual?
Não. Essa é a missão a desempenhar,
mas isso não basta. Trabalhando para nós mesmos, corre-nos o dever de trabalhar
para os outros, para a elevação de todos, para a marcha progressiva das
Humanidades, para a unificação dos pensamentos, das crenças, das aspirações.
Orientando-se para um ideal grandioso de progresso moral e de luz, na vida
sempre renovada, pela qual todos os seres se encontram unidos numa íntima
solidariedade, numa comunhão de verdade e de amor, o homem chegará a melhor
conhecer, a melhor compreender, a melhor servir a Deus. (Obra citada.)
C. Onde se localizam o purgatório e o inferno que muitos
tanto temem?
O purgatório e o inferno se encontram
nas amarguradas existências terrenas, por meio das quais resgatamos um passado
de culpas, purificamos nossas consciências, aliviamos nossas almas e nos
preparamos para novas ascensões. Com efeito, só a dor pode consumir e destruir
os germens impuros, os fluidos grosseiros que tornam pesado o ser psíquico e
lhe retardam a elevação. (Obra citada.)
Observação:
Para acessar a Parte 15 deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/04/blog-post_30.html
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