Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
Parte 15 e final
Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.
Concluímos hoje o estudo da oitava obra da Série: Nos Domínios da Mediunidade, publicada
em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.
Eis as questões de hoje:
113. Podemos
considerar a mediunidade de efeitos físicos um privilégio outorgado a certas
pessoas?
Não. Possuir essa faculdade não constitui nenhum privilégio
para os seus portadores, nem traduz sublimação, mas meio de serviço. As forças
materializantes independem do caráter e das qualidades morais dos que as
possuem, constituindo emanações do mundo psicofísico, das quais o citoplasma é
uma das fontes de origem. (Nos Domínios
da Mediunidade, cap. 28, pp. 263 e 264.)
114. No fenômeno
da materialização de Espíritos, o pensamento do médium exerce alguma
influência?
Sim. O pensamento do médium pode influir nas formas
materializadas, mesmo quando essas formas se encontrem sob rigoroso controle
dos Espíritos. Eis por que se requer completa isenção de ânimo por parte de
todos que se devotam a semelhantes realizações. As forças materializantes são
como as demais forças manipuladas pelos Espíritos nas tarefas de intercâmbio.
Médiuns possuídos de interesses inferiores, seja em matéria de afetividade mal
conduzida, de ambição desregrada ou de pontos de vista pessoais, nos diversos
departamentos das paixões comuns, podem influir de forma negativa nesses
trabalhos, do mesmo modo que os demais participantes da sessão imbuídos dos
mesmos propósitos. (Obra citada, cap. 28, pp. 263 e 264.)
115. Como pode
um Espírito trazer flores para dentro de um recinto fechado?
Segundo relatado por André Luiz, um Espírito tomou pequena
porção das forças materializantes do médium sobre as mãos e afastou-se, para
trazer, daí a instantes, algumas flores que foram distribuídas com os irmãos
encarnados. Aulus explicou: "É o transporte comum, realizado com reduzida
cooperação das energias medianímicas. Nosso amigo apenas tomou diminuta
quantidade de força ectoplásmica, formando somente pequeninas cristalizações
superficiais do polegar e do indicador, em ambas as mãos, a fim de colher as
flores e trazê-las até nós". As flores transpuseram o tapume de alvenaria,
penetrando o recinto graças ao concurso de técnicos competentes para
desmaterializar os elementos físicos e reconstituí-los de imediato. (Obra
citada, cap. 28, pp. 268 e 269.)
116. Pode dar-se
o contrário, ou seja, um objeto ser removido da sala de sessões para o
exterior?
Sim, e com a mesma facilidade. "As cidadelas atômicas,
em qualquer construção da forma física, não são fortalezas maciças, qual
acontece em nossa própria esfera de ação. O espaço persiste em todas as
formações e, através dele, os elementos se interpenetram", explicou Aulus.
(Obra citada, cap. 28, pp. 270 e 271.)
117. O
ectoplasma só existe no ser humano?
Não. Situado entre a matéria densa e a matéria
perispirítica, assim como um produto de emanações da alma pelo filtro do corpo,
é recurso peculiar não somente ao homem, mas a todas as formas da Natureza. Em
certas organizações fisiológicas especiais da raça humana, comparece em maiores
proporções e em relativa madureza para a manifestação necessária aos efeitos físicos
que se deram na sessão descrita por André Luiz. Trata-se de um elemento amorfo,
mas de grande potência e vitalidade. (Obra citada, cap. 28, pp. 271 e 272.)
118. Que pensar
da ideia de que devemos cultivar tão somente o convívio com os gênios
superiores da Espiritualidade?
Os que assim pensam sugerem que releguemos as manifestações
mediúnicas vulgares à fossa da obsessão e da enfermidade, isto é, que as
deixemos entregues a si mesmas. "Isso é comodismo sob o rótulo de
cultura", afirma Aulus. "Os gênios realmente superiores da
Espiritualidade jamais abandonam os sofredores e os pequeninos. À maneira do Sol
que clareia o palácio e a furna, com o mesmo silencioso devotamento auxiliam a
todos, em nome da Providência." (Obra citada, cap. 29, pp. 276 e 277.)
119. O
Espiritismo age erradamente abrigando os desequilibrados e os enfermos?
Claro que não. Há quem pense assim dizendo que, agindo dessa
forma, o Espiritismo fornece a impressão de uma doutrina que, à força de
ombrear com a loucura para socorrê-la, vai convertendo seus templos de oração
em vastos refúgios de alienados mentais. "Simples disparate dos que
desertam do serviço ao próximo", diz Aulus. A Medicina não sofre qualquer
diminuição por prestar auxílio aos enfermos. Assim também o Espiritismo.
Segundo Aulus, o nosso escopo é reviver o Evangelho em suas bases simples e
puras. Ademais, o Senhor não nos concede o tesouro da fé apenas para que
possamos orar e falar, mas também para que estejamos habilitados a estender o
bem, começando por nós mesmos. (Obra citada, cap. 29, pp. 276 e 277.)
120. Como
entender os que acham que não devemos interferir nos casos de mediunidade
atormentada?
Segundo André Luiz, os que dizem isso afirmam que em todos
os processos da obsessão funciona, implacável, a lei de causa e efeito, e que,
por isso, não vale interferir nesses casos. "Mera argumentação do egoísmo
bem nutrido", afirma Aulus. "Isso seria o mesmo que abandonar os
doentes, sob o pretexto de que são devedores perante a Lei. Todos lutamos por
ressarcir compromissos do pretérito, compreendendo que não há dor sem
justificação; e se sabemos que só o amor puro e o serviço incessante são capazes
de garantir-nos a redenção, uns à frente dos outros, como desprezar o
companheiro que sofre, em nome de princípios a cujo funcionamento estamos
submetidos por nossa vez?" (Obra citada, cap. 29, pp. 278 e 279.)
Observação:
Para acessar a Parte 14 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/04/blog-post_28.html
Como consultar as matérias deste
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